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28/02/2021 - 11:54

Deputado diz que é contra plantação de soja no Pantanal e espera debate sobre Zoneamento econômico

Por Max Aguiar

Rogério Florentino/Olhar Direto

 (Crédito: Rogério Florentino/Olhar Direto)
A Assembleia Legislativa deve começar a debater nos próximos dias um assunto polêmico: o Zoneamento Ambiental do Estado. O questionamento maior refere-se ao plantio em áreas alagadas como o Araguaia, Guaporé e, principalmente, o Pantanal. 
 
Quanto a Guaporé e Araguaia, a Embrapa, especializada em pesquisas agropecuárias, se comprometeu a realizar os estudos técnicos sobre áreas úmidas da região. Para isso, é realizad uma consulta, que termina no dia 18 de março.

No entanto, muito se fala em plantio de soja no Pantanal. O deputado Eduardo Botelho (DEM), primeiro secretário da Assembleia, disse que é contra, e que espera um debate alongado sobre o assunto. Segundo ele, se for decidido que isso será liberado, o meio ambiente sofrerá diversos danos. 

"Não sou a favor [de plantação no Pantanal], eu acho que nós temos que delimitar algumas áreas, porque o uso de fertilizantes é muito grande, e isso daí, evidentemente, pelo ar vai, sem dúvida nenhuma, ter problema com o meio ambiente. Eu votaria contra isso. Eu acho que tem que rever, fazer debates e rever as regiões que estavam plantando. O debate tem que ser um pouco mais extendido", disse Botelho. 

O agora 1º secretário ainda frisou que é necessário implementar o Zoneamento, tendo em vista que o assunto sempre é debatido, mas nunca é resolvido. Inclusive, algumas pesquisas já foram interrompidas porque proprietários e o Governo não chegam a um denominador comum.

"Eu defendo que a gente refaça essa discussão. Nós temos que resolver isso, essa questão do zoneamento já vem há tanto tempo [se] debatendo e não se chega a uma conclusão. Então, se tem alguns pontos que precisa corrigir, nós faremos estas correções e aí é tocar para frente. Não [se] pode mais ficar neste imbróglio que está há muitos anos. O zoneamento agroeconômico é demarcando áreas, o que pode ser explorado, o que pode ser desenvolvido, o que você pode trabalhar, enfim", completou o deputado. 

Deputado Max Russi (PSB), presidente da Assembleia, disse que irá abrir a discussão e que nada será aprovado no afogadilho. "Vamos fazer a inspeção com governo, vai ter um debate, o governo vai fazer um debate e terá apoio na AL. Vamos discutir muito, fazer audiências. Existem muitas dúvidas... setor produtivo, agricultura, ambiental... isso impacta a vida de muitas pessoas. Mas para aprovar é necessário debate e discussão. Não vai ser nada aprovado no afogadilho", concluiu o presidente. 

Situação atual

O histórico do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE-MT) aponta que as pesquisas e levantamento em campo foram realizados nos anos de 2005 a 2007 e o material foi concluído pela Embrapa e apresentado em 2008, ainda no governo Blairo Maggi. Apesar do processo, o Zoneamento nunca foi implementado e sofreu inúmeras contestações feitas por diferentes representantes da sociedade civil, inclusive sendo alvo de questionamentos pelo Ministério Público.
 
De 2008 para cá, a produção de soja e milho, por exemplo, passou de 25 milhões de toneladas por safra para 72 milhões de toneladas e a área plantada dos dois grãos chegará a 15,9 milhões de hectares este ano, o dobro do que era plantado em 2008, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

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2 comentários

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  • por pe de pano, em 28.02.2021 às 23:04

    Tantos produtos (Agrotóxicos) usados na soja se for derramado no pantanal em alguns anos acabará. Acredito que deve mesmo ser feito um estudo com vários profissionais da área antes e se for preciso proibir sim! E por multas Milionárias pois quem planta soja tem muito dinheiro e poder

  • por Tibúrciocacerense, em 28.02.2021 às 14:02

    Os políticos querem a todo custa a população cacerense na miséria e mortos de fome, o interesse é matar a população para fazer o controle populacional, Cáceres MT está liderando como a cidade mais pobre do Brasil e do mundo, quando chega pessoas aqui trazendo o desenvolvimento, chega um batalhão de políticos com malandragem dizendo que a lavoura vai acabar com o pantanal!!!, só para arroxar a população miserável daqui para que estes não tenham trabalho e fonte de renda para escravizalos com mão de obra barata para suas fazendas de gados, aonde o peão trabalha com o gado do político à troco de um mísero salário de 1.500$ por mês bruto e este ainda tem que vir a cada 30 dias na cidade e deixar seu salário no supermercado, a realidade é que o vaqueiro que trabalha na fazenda trabalha só em troca de comida pois deste salário não sobra nada!!!. Viva a política suja da região oeste...

 
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