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07/01/2021 - 07:56

Após votação da LOA e corte no orçamento da UNEMAT, Associação de professores prevê ataques à educação

Por Com Assessoria, Bruna Obadowski.

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
No dia 6, os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizaram a segunda votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.

No PLOA original estava previsto um orçamento de R$ 420.551.957,00 (Quatrocentos e vinte milhões, quinhentos e cinquenta e um mil, novecentos e cinquenta e sete mil reais) para a UNEMAT.

Após o final da votação da LOA, e indignados com os cortes, a Associação dos Docentes da Unemat (ADUNEMAT) se manifestou publicamente. Como já destacado pela Adunemat, esse valor é apenas 1,67 milhões a mais do que o orçamento de 2020, que está sendo insuficiente para a manutenção das atividades de funcionamento da UNEMAT, apesar da grande redução de gastos com manutenção e custeio, em função da Pandemia do Coronavírus, que levou à suspensão das aulas presenciais e o estabelecimento do ensino remoto emergencial.

Segundo o Sindicato, esse valor está longe dos 2,5 por cento da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado, previsto na EC 66/2013, que foi derrubada no Supremo Tribunal Federal pelo governo Mauro Mendes, mas que seria mantida nominalmente, segundo promessa do secretário de Fazenda, Rogério Gallo quando questionado à época. “Caso a EC 66/2013 ainda estivesse em vigor, a UNEMAT receberia cerca de 38 milhões a mais.

A promessa de Gallo não foi cumprida ``, reforça o Sindicato por meio de nota publicada nesta quinta-feira (07).

Na prestação de contas do segundo quadrimestre de 2020, realizada em outubro, o Estado teve um aumento de receita líquida de 21% acima do previsto na lei orçamentária (SEFAZ - Audiência Pública - Cumprimento das metas Fiscais 2º Quadrimestre 2020 – disponível em www5.sefaz.mt.gov.br/audiencias-publicas). A receita realizada é maior do que a prevista na LOA de 2020 e o mesmo provavelmente acontecerá em 2021.

Ainda em nota, Adunemat cita as perdas severas com os cortes e os ataques que virão. “Para minorar essa situação, a reitoria da UNEMAT negociou com o deputado Lúdio Cabral a inclusão de dez emendas ao PLOA de 2021, feitas de forma setorizadas, de forma a minorar a situação gerada pelos cortes no orçamento da universidade, que atingirão principalmente manutenção e custeio. Essas emendas totalizaram cerca de 10 milhões de reais e foram realizadas a partir da transferência de recursos do item Comunicação, controlado pela Casa Civil do governo do Estado. A proposta era transferir recursos da propaganda governamental para o investimento na educação superior pública do Estado”.

A diretoria da Adunemat acompanhou a reunião da reitoria da UNEMAT com os deputados, que ocorreu em 16 de dezembro por proposta do deputado Lúdio Cabral, quando foi exposto a situação financeira da universidade, visando sensibilizar os deputados para a necessidade de aumentar o orçamento da instituição. Nesse mesmo dia a diretoria da ADUNEMAT também acompanhou a votação do PLOA de 2021, que foi aprovada em primeira votação.

Aprovadas em primeira votação, as emendas propostas pelo deputado Lúdio Cabral foram rejeitadas hoje pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e, depois, também foram rejeitadas em plenário pela maioria dos deputados da base do governo Mauro Mendes, orientados pelo deputado Dilmar Dal’Bosco, líder do governo. Curiosamente, no entanto, a maioria dos deputados da base votou favoravelmente a uma emenda do deputado Wilson Santos, no valor de dois milhões de reais, destinados à implantação de um campus da UNEMAT em Cuiabá. Ora, se os recursos da LOA de 2021 são insuficientes para manter os campi que a universidade já tem, que dirá com a criação de mais campus, e ainda em Cuiabá!

Para finalizar, o Sindicato reforça que ficou claro que a política do governo Mauro Mendes para a UNEMAT visa estrangular financeiramente a universidade, atacando notadamente a manutenção e o custeio da instituição, além de impossibilitar de fato investimentos, mesmo que necessários. “O objetivo é estrangular a UNEMAT para começar a interferir nas decisões internas da instituição, atacando a sua autonomia”, reforçou em nota.

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4 comentários

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  • por Éder Dutra, em 07.01.2021 às 14:30

    O que tem de gente, que não sabe o que diz. A Unemat senhores, é a melhor instituição de ensino do Estado. Tem problemas, óbvio que tem, qualquer instituição que leve o ensino a sério custa e caro. Claro, muitos aqui não querem estudar e aí seus filhinhos não passam no vestibular ( formas de seleção). A Unemat é o maior patrimônio do estado de Mato Grosso, anotem isso.

  • por LEITOR, em 07.01.2021 às 11:26

    Concordo que ninguem deva interferir na Autonomia Didática da UNEMAT. Por outro lado, a financeira concordo que deveria ser de quem disponibiliza o orçamento. Em assim o sendo, caberia a prestação lícita de contas, dos recursos recebidos. Acabaria com possíveis desmandos ou desperdícios.

  • por INDIGNAÇÃO, em 07.01.2021 às 11:21

    Penso que quanto mais dinheiro entrar pra essa unemat, mais eles reclamarão dizendo que é pouco. Apesar ou em razão dessa "autonomia" que deveria ser APENAS ACADÊMICA. Em verdade, tem-se visto, SE ainda ñ acabou, mas ñ será possível apagar dados passados, tem os protegidos que fizeram concurso na rede BÁSICA, e, NUNCA conseguiram aprovação em concurso que até se aposentarem, foram CEDIDOS pra unemat e, ACUMULARAM os subsídios DAS: rede básica unemat parcelada UAB Rainha da Paz, em Araputanga. Facil verificar-se isso. LOGO, se essa ASSOCIAÇÃO VIU, pois sempre esteve ciente e, NADADE FEZ pra corrigir esse ILEGAL ACÚMULO, deveria permanecer como até então. Barulho, balbúrdia talvez pra justificar o que recebem de contribuição docente, MENSALMENTE!

  • por Fátima Dias, em 07.01.2021 às 09:42

    pra onde vai os quase meio milhão que a UNEMAT recebe? e o que foi feito em 2020 onde as aulas ficaram paralisadas?

 
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