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18/04/2009 - 00:00

Pistas começam a surgir sobre chacina de brasileiros em San Matias

Por Jornal Oeste

Clarice Navarro Diório Seis pessoas procuraram a Polícia Federal em Cáceres na tarde de ontem e duas delas podem ser parentes de uma das seis vítimas da chacina em San Matias, na Bolívia. A Polícia Federal fez um apelo numa televisão local, pedindo que pessoas que tiveram familiares desaparecidos recentemente procurem a delegacia, para prestar informações e fornecer material genético para o exame de DNA. Cada caso está sendo avaliado por três peritos - um de Cuiabá e dois da Brasília -, e todas as pessoas estão sendo cadastradas para o processo de identificação dos corpos. Duas pessoas, além de informarem detalhadamente o desaparecimento do integrante da família, deixaram material genético (saliva) para ser usado no confronto com o material dos cadáveres. Os seis corpos encontrados numa vala comum, sendo uma mulher e seis homens, continuam sepultados no cemitério de San Matias, a 80 km de Cáceres. A cidade não possui um Instituto Médico Legal e as vítimas serão desenterradas para exumação assim que peritos bolivianos das cidades de Sucre e Santa Cruz de la Sierra cheguem ao local. Os peritos da Polícia Federal atuarão como colaboradores. A investigação da chacina é de responsabilidade da polícia boliviana. Os corpos foram encontrados no início desta semana, após três dias de buscas. Uma área extensa foi escavada à procura da vala, localizada em uma fazenda de propriedade de um boliviano, localizada próxima ao aeroporto e a 3 km de San Matias. A Polícia Federal orienta as pessoas que tenham familiares desaparecidos recentemente para que procurem a delegacia, levando informações, exames radiológicos, radiografias odontológicas. Mas a orientação é de que a manifestação só ocorra se realmente acharem que podem ter alguém relacionado à chacina. A dona de casa Maria Elídia de Campos Leite, por exemplo, foi uma das pessoas que procurou a delegacia ontem, mas não foi enquadrada como possível parente de uma das seis vítimas. Seu filho Celso, de 30 anos, está desaparecido há um ano. Ele trabalhava com um caminhão baú para uma transportadora de Mirassol D´Oeste (110 km de Cáceres) e foi visto pela última vez quando viajou em um carro de passeio, um Gol, dizendo que iria para Minas Gerais. Mesmo assim, a mãe acha que ele pode ter ido para a Bolívia e pediu para a Polícia Federal investigar o caso. Os peritos têm a previsão de ir para San Matias na tarde da próxima segunda-feira e acreditam que o trabalho de exumação dos cadáveres possa ser concluído em três dias. Já o trabalho de identificação das vítimas não tem prazo para terminar e depende fundamentalmente de informações de familiares. O avançado estado de putrefação dos corpos dificulta a identificação. O caso da chacina veio à tona após um informante, que declarou ter escapado por pouco da morte, ter comunicado o ocorrido ao Grupo de Especial de Fronteira (Gefron), que repassou o caso à PF de Cáceres.
 
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