Jornal Oeste

A cada quatro anos os eleitores cacerenses, e de todo o Brasil, vão as urnas para através do voto direto, escolher seus e suas representantes para o legislativo e executivo, câmara de vereadores e prefeitura. A figura majoritariamente escolhida é sempre de um homem, branco, aquele que representa um retrato do que sociedade racista,  machista e patriarcal, do alto de seus privilegios, aprova.

Segundo dados do IBGE (2016) os brancos são 44,2% e negros (pardos e pretos) 55,8% sendo maioria da população brasileira. Quando analisamos o recorte gênero a população é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres.  Se mulheres e negros são a maioria da população porque os vemos tão pouco representados na esfera política?

Aos poucos o perfil dos candidatos no Brasil vem mudando, através da candidatura de homens negros e mulheres (negras e brancas), embora o numero de eleitos ainda tenha sido pouco quando comparado a figura do politico tradicional.

E nesta onda de mudança e sede por representatividade que as mulheres, sobretudo as mulheres negras, estão  cada vez mais alçando novos e maiores vôos, inclusive no campo da política. E claro que as mulheres cacerenses também já perceberam que devem ocupar espaços de poder a elas negados durante muitos anos.

O Coletivo Mulheres Negras de Cáceres na ocasião do Julho das Pretas, comemoração em alusão ao dia da Mulher Negra LATINOCARIBENHA e dia de TEREZA DE BENGUELA Rainha do famoso Quilombo do Quariterê em Vila Bela da Santissima Trindade MT,  realizou uma live, disponível na pagina do Coletivo no facebook, intitulada Mulheres Negras na Política onde 5 pré candidatas puderam se apresentar e falar um pouco dos desafios de serem mulheres, negras e ainda lutar por uma cidade melhor através da política, tendo por vezes de enfrentar o machismo e o racismo. Foram elas:

Taciane Neves (PT) é formada em Letras, participa do Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennes, militante das causas sociais nos Conselhos Municipais, sendo suplente no Conselho de Educação de Cáceres.
Profª Mazéh Silva (PT) pedagoga, formada pela UNEMAT, professora das redes estadual e municipal, militante e ativista das questões etnicorraciais, feminista e membra fundadora do Coletivo de Mulheres Negras de Cáceres.
Ester Ferreira (PT) Funcionária publica municipal, formada em História pós em gestão publica. Tem diversos projetos desenvolvidos na área de esporte e lazer em comunidades periféricas de Cáceres, sobretudo no futebol feminino.

Célia Cristina (PROS) funcionaria publica da saúde, diretora social do sindicato dos servidores da saúde pública do Estado de Mato Grosso.

Maria do Carmo (PT) educadora popular, formada em Pedagogia, professora efetiva do municipio, coordenadora do grupo Mulheres Pantaneiras no bairro Jardim das Oliveiras em Cáceres.

Sobre este espaço de diálogo a atual presidente do Coletivo Mulheres Negras de Cáceres, advogada Sara Silva, destaca a importancia desse momento para a sociedade cacerense onde mulheres tiveram a oportunidade de mostrar representatividade e a força da mulher negra cacerense, além de inspirar nossas jovens a buscar conhecimento político e empoderamento, esses sendo o reflexo de  quando se tem mulheres negras alcançando postos de poder, pois ainda citando Angela Davis temos certeza que “Quanto a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.