Pré-candidato a prefeito e atual vice-prefeito, Enilson de Araújo Rios (SD), terá que explicar para a comunidade araputanguense o recebimento de aproximadamente R$ 185.600,00 (cento e oitenta e cinco mil e seiscentos reais), proveniente de subsídios (salários) pagos pela Prefeitura Municipal de Araputanga (a 345 km de Cuiabá), para desempenhar a função de vice-prefeito, auxiliando o prefeito, Joel Marins de Carvalho (DEM), na administração e assumindo responsabilidades.
O valor recebido é referente ao período de março de 2018 a agosto de 2020, quando o vice-prefeito deixou o comando das secretarias de Assistência Social e Saúde, para se dedicar as suas atividades particulares. O montante corresponde a 29 meses de subsídios recebidos mensalmente no valor bruto de R$ 6.400,00 (seis mil e quatrocentos reais).
Conforme o artigo 71, parágrafo terceiro da Lei Orgânica do Município, o vice-prefeito deveria prestar pelo menos quatro horas de serviço diário na Prefeitura. Na época, procurado pela equipe de reportagem do Popular Online, Enilson informou que após ser alertado sobre o regimento da Lei Orgânica do Município
havia conversado com o prefeito e estaria preparando uma sala na prefeitura para voltar a prestar serviços ao município, o que não aconteceu.
Pré-candidatura
Enilson lançou sua pré-candidatura a prefeito de Araputanga pelo Partido Solidariedade (SD) e
conforme cogitado na rede social, Facebook, terá como vice-prefeito Marco Aurélio Barros (PSD), popularmente conhecido como “Marquinhos da Saúde” por ter ocupado o cargo de secretário de saúde do município, no período em que a Secretaria foi alvo da "Operação Saúde" desencadeada pela Polícia Federal (PF) para apurar desvios de verbas do setor de saúde pública de várias prefeituras no Estado de Mato Grosso, envolvendo empresas que vendiam medicamentos.
Pré-candidato a vice-prefeito — Marco Aurélio. (Foto: Rede Social Facebook)
Na época, as empresas envolvidas no esquema venciam as licitações, oferecendo preços baixíssimos (inexequíveis), em pregões presenciais, voltados para a aquisição de medicamentos e outros insumos da área da saúde. Em muitos casos, a licitação já estava direcionada para as empresas envolvidas no esquema. Quando da entrega dos medicamentos e demais insumos, foi constatada irregularidades, como: quantidade entregue menor que a constante da nota fiscal; medicamentos entregues em data próxima à da expiração da validade, aditivos contratuais irregulares; emissão de nota fiscal a ser posteriormente anulada e reemitida, sem carimbo dos postos fiscais e com preços superfaturados.
Na manhã da última quinta-feira (20),
vários agentes da Polícia Federal estiveram em Araputanga, apurando supostas fraudes em licitações para desviar dinheiro público com a participação de servidores e empresários. Na Prefeitura, os agentes levaram documentos e apreendeu dinheiro e joias na casa de um secretário afastado que é dono da empresa L7 Produções e Filmagens, subcontratada de forma ilegal por meio de pessoa jurídica vencedora de licitação e até pelo o prefeito.
Diante da situação, o pré-candidato e atual vice prefeito, Enilson Rios, utilizou da estratégia do prefeito Joel Marins de Carvalho, adotando a “lei do silêncio” para não explicar a população sobre o esquema criminoso.