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31/07/2020 - 13:29 | Atualizado em 31/07/2020 - 13:39

7 a cada 10 vítimas de covid são indígenas do povo chiquitano em Porto Esperidião

Por André Souza

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
Até o dia 15 de julho, 12 pessoas haviam morrido vítimas da covid-19 em Porto Esperidião, município que fica a 358 km de Cuiabá. Do total de vítimas, oito são indígenas do povo chiquitano, segundo o Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad).
 
No último boletim sobre a evolução da pandemia divulgado pelo governo do Estado, o número de vítimas na cidade havia chegado a 15.

Entre os mortos estão figuras importantes da comunidade indígena e Maria Assunta Mendes é uma delas. Importante personagem, ela recebia a festa do Curussé – tradicional manifestação cultural dos chiquitanos – na casa dela.
 
Na internet, um abaixo-assinado organizado pelos indígenas pede ao governo federal a disponibilização de testes de covid-19 nas aldeias de Mato Grosso.

A campanha tem entre os organizadores, Soilo Urupe Chue, do povo chiquitano.

“Quero com esta petição defender o direito indígena de ter a devida proteção, para não ser atingido pelo inimigo invisível que é o novo coronavírus. Neste momento, ainda de ascendência, precisamos urgente, nos polos base de saúde e nas aldeias, de testes rápidos para poder detectar a covid-19”, diz Soilo.

O medo descrito pelos índios é de que um novo genocídio esteja em curso nos territórios indígenas. Os riscos de contágio acontecem quando os indígenas precisam deixar as aldeias para buscar alimento, medicação e outras necessidades.

Temos muito medo de retornar às aldeias infectados e ainda levar o vírus para dentro dos territórios e espalhá-lo. A realização de testes é a única forma de controlar e impedir ainda mais o avanço da doença”, explicam.
A população indígena do Mato Grosso está estimada em 50 mil pessoas, que se distribuem em 86 terras.

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