No último boletim sobre a evolução da pandemia divulgado pelo governo do Estado, o número de vítimas na cidade havia chegado a 15.
Entre os mortos estão figuras importantes da comunidade indígena e Maria Assunta Mendes é uma delas. Importante personagem, ela recebia a festa do Curussé – tradicional manifestação cultural dos chiquitanos – na casa dela.
Na internet,
um abaixo-assinado organizado pelos indígenas pede ao governo federal a disponibilização de testes de covid-19 nas aldeias de Mato Grosso.
A campanha tem entre os organizadores, Soilo Urupe Chue, do povo chiquitano.
“Quero com esta petição defender o direito indígena de ter a devida proteção, para não ser atingido pelo inimigo invisível que é o novo coronavírus. Neste momento, ainda de ascendência, precisamos urgente, nos polos base de saúde e nas aldeias, de testes rápidos para poder detectar a covid-19”, diz Soilo.
O medo descrito pelos índios é de que
um novo genocídio esteja em curso nos territórios indígenas. Os riscos de contágio acontecem quando os indígenas precisam deixar as aldeias para buscar alimento, medicação e outras necessidades.
“
Temos muito medo de retornar às aldeias infectados e ainda levar o vírus para dentro dos territórios e espalhá-lo. A realização de testes é a única forma de controlar e impedir ainda mais o avanço da doença”, explicam.
A população indígena do Mato Grosso está estimada em 50 mil pessoas, que se distribuem em 86 terras.