A Unidade de Terapia Intensiva com dez leitos para tratar do Covid-19 para Pontes e Lacerda começou a se tornar realidade após o deputado Valmir Moretto chamar para si a responsabilidade de viabilização, tendo como incentivador o prefeito Geraldo Ramos, de Vale de São Domingos. O deputado precisou convencer Alcino Barcelos da importância e da necessidade da implantação da UTI no município.
Após essa primeira fase, foi criada a Comissão de Instalação da UTI, composta por empresários e coordenada por ex-diretores do Hospital Vale do Guaporé que, de imediato, fizeram a relação do mobiliário, dos equipamentos e periféricos necessários.
Onde começaram os problemas
O prefeito Alcino Barcelos exigiu que a Prefeitura ficasse com a responsabilidade de adquirir os equipamentos, tirando da Comissão a possibilidade de participar do setor de compras para a escolha dos modelos e das especificações técnicas.
Quando o material chegou, um representante da Comissão conferiu e constatou a falta do gasômetro (item 47).
Para contornar, foi obtido em consignação – sob pagamento de aluguel – vez que é equipamento indispensável ao funcionamento da UTI. Também não foi adquirido o motor gerador de energia.
Material de uso veterinário para a UTI humana
Na conferência das especificações técnicas, foi detectado que as bombas de infusão eram para UTI não humana, de uso veterinário. A Secretária de Saúde, Luana Aparecida, recolheu imediatamente os equipamentos.
O mobiliário é de qualidade inferior, tanto que uma cama foi quebrada ao ser montada, embora estivesse dentro das especificações.
Os respiradores também são de péssima qualidade. Oito deles não suportaram o uso de forma contínua e apresentaram defeitos. Eles custaram aos cofres públicos cerca de R$ 900 mil.
A equipe médica elaborou documento encaminhado à Prefeitura informando a péssima qualidade do material adquirido.
Prefeito escondeu os defeitos
Segundo conseguimos apurar, o prefeito de Pontes e Lacerda preferiu o silêncio ao invés de buscar solução, certamente envergonhado pela sua atuação nesse processo.
Como a UTI não entrava em funcionamento, o Secretário Estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, cobrou o deputado Valmir Moretto que, imediatamente, fez gestões junto ao governo de Mato Grosso para conseguir de forma provisória os equipamentos de material (bombas de infusão e respiradores) para colocar a UTI para funcionar.
Compra mal, paga duas vezes
A diretoria do Hospital Vale do Guaporé e a Comissão de Instalação da UTI estiveram reunidos com o Prefeito Alcino Barcelos, que reconheceu o problema e admitiu a necessidade de um novo posicionamento:
- Hospital Vale do Guaporé assume a aquisição dos respiradores – com qualidade e dentro das especificações técnicas – e demais equipamentos e grupo gerador, bem como os gastos com o serviço de instalação, cama hospitalar motorizada, instalação centralizada de oxigênio, AR medicinal e Vácuo.
- Prefeitura vai repassar R$ 1.200.000,00 ao Hospital para a recompra do material sem qualidade e aquisição dos equipamentos faltantes. Além desse valor, já houve repasse anterior de R$ 500 mil para a mesma finalidade.
Nas mãos de quem entende e não faz política
Com o Hospital Vale do Guaporé assumindo a UTI, é consenso de que agora o processo deve ser finalizado de forma correta, sem gerar mais prejuízo aos cofres públicos.
O governo do Estado foi altamente receptivo e competente para liberar os equipamentos de forma provisória, mas que vão colocar a UTI para funcionar.
Mais uma vez o deputado Valmir Moretto teve que entrar “no circuito” para resolver os problemas criados pelo Prefeito de Pontes e Lacerda.
A instalação da UTI de Pontes e Lacerda estava prevista para o último dia 07 de julho. Agora é aguardar o trabalho sério da diretoria do Hospital e colocar a Unidade de Terapia Intensiva para funcionar.
Salvar vidas está acima de proveitos e vantagens políticas.
Poder e competência nem sempre andam juntos.
O Prefeito não fez vídeo sobre o assunto.