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11/07/2020 - 08:20

DNIT aprova estudo de pavimentação da estrada que liga Cáceres a Santo Antônio das Lendas

Por Sinézio Alcântara

Expressão Notícias

 (Crédito: Expressão Notícias)
Uma das obras estruturais mais importantes para o modal hidroviário Paraguai/Paraná, a pavimenta asfáltica da rodovia BR-174, em Mato Grosso, que liga Cáceres a localidade de Santo Antônio das Lendas, deverá ser iniciada, nos próximos meses. Será pavimentado um trecho de 68 quilômetros da rodovia.

O governo federal, através do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) aprovou, no mês de junho, o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental – EVTEA para execução do projeto.

A obra que deverá ser licitada, nos próximos dias, irá atender, diretamente, os futuros terminais portuários de Paratudal e Barranco Vermelho. Ambos, no rio Paraguai, em Cáceres. A pavimentação é considerada de fundamental importância, para alimentar o transporte de cargas pela hidrovia do Rio Paraguai.

Além de se constituir como a principal ferramenta para o transporte de cargas, através da hidrovia, em operação os terminais serão de fundamental importância para o funcionamento e operacionalização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres.

Dos três terminais em execução na região, o de Cáceres, sob a responsabilidade da Associação Pró Hidrovia – APH está em estágio mais avançado. Porém, de acordo com o engenheiro e consultor técnico Adilson Reis ainda aguarda a conclusão de alguns licenciamentos, entre eles, de Alfandegamento e da Marinha do Brasil.

Outros, como o de Paratudal, do Grupo Investidor do Centro-Oeste aguarda vistoria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA).

Após análise do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA/RIMA), assim como a liberação de audiências públicas para a Licença Prévia-LP e posteriormente a Licença de Implantação (LI) e Licença de Operação (LO), está previsto para entrar em operação 2021;

O terminal de Barranco Vermelho, sob a responsabilidade do grupo paraguaio Panchita, conforme o consultor Adilson Reis, é o mais atrasado. Encontra-se ainda em fase de encaminhamento dos processos e licenciamentos ambientais e fazendo manutenção em seus acessos e na própria área.

Promessa não cumprida

Embora a exportação brasileira, principalmente, de soja, mesmo com a pandemia do Covid-19, volte a se destacar, com 9,37 milhões de toneladas, nas três primeiras semanas de junho, já superando o volume embarcado em todo de junho de 2019, quando somou 8,5 milhões de toneladas, conforme dados do governo federal, no terminal de Cáceres, não foi transportado um único grão.

A inatividade do porto frustra a promessa feita pelo governador Mauro Mendes (DEM), em janeiro, deste ano, quando garantiu que até meado do ano, o terminal estaria em operação. No entanto, nem mesmo as licenças correspondentes para o funcionamento do porto foram concluídas.

A reportagem procurou o empresário Reck Júnior, mas ele não retornou as ligações e as mensagens via whatsapp. No último contato feito no mês de abril, ele afirmou que, devido a pandemia, várias empresas que atuavam no projeto paralisaram e as tratativas comerciais internacionais também forma comprometidas.

Relatou também dificuldades com empresas terceirizadas que trabalhavam no terminal. Disse que umas paralisaram 100% as atividades. “Essa pandemia é um problema que afeta todos os países. As tratativas comerciais internacionais, que já havia iniciadas, estão sendo prejudicadas. Mas, temos esperança que tudo volte a normalidade o mais rápido possível para que possamos voltar a planejar os nossos próximos passos”.

Acordo

O acordo de cooperação entre a Companhia Mato-grossense de Mineração e a Associação Pró Hidrovia do Rio Paraguai para a retomada das atividades do porto foi celebrado no dia 14 de janeiro. O cronograma apresentado pela APH previu que em 6 meses aconteceria a reativação do porto. Foi aportado investimento de R$ 1,5 milhão para recuperação da estrutura física, equipamentos, e demais adequações necessárias.

O porto está há praticamente 10 anos sem funcionamento, já que desde 2009 o fluxo diminuiu drasticamente, até a paralização completa, em 2012.  O objetivo da Associação é que, após o início da atividade, aconteça a continuidade das melhorias, como a ampliação do embarque e desembarque, estruturação física e administrativa, e investimento em guindaste para operar com contêineres.

O porto

O Porto Fluvial de Cáceres é delegado pela União para a administração pela Metamat desde 1998. Por meio da hidrovia Paraguai-Paraná, o porto beneficiará municípios das regiões oeste e sudoeste do estado. Dos 3.442 quilômetros da rota aquaviária, 890 quilômetros ficam dentro do Brasil, passando por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A hidrovia passa ainda pela Bolívia, Paraguai, e Argentina.

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2 comentários

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  • por Silva, em 11.07.2020 às 21:34

    Já não estava tudo aprovado, inclusive a obra foi iniciada, pra onde foi toda a verba? Se estou enganado, me informe por favor.

  • por Enio, em 11.07.2020 às 12:17

    Seria uma coincidência que obras de impacto,que geram empregos (e renda para alguns)só são anunciadas em ano eleitoral???

 
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