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06/07/2020 - 11:10 | Atualizado em 27/07/2020 - 22:04

Preço das passagens deve subir pós-pandemia, inclusive no MT

Por Lincoln Guilherme Copceski

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Ilustração (Crédito: pexels.com)

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Com a enorme crise no setor turístico causada pela Covid-19, muita gente imaginou que as passagens ficariam mais baratas após a pandemia, como forma de estimular os viajantes e movimentar o segmento. Se você é daqueles que já preparou a mala e está só esperando a crise passar para viajar, é melhor preparar também o bolso, pois ao contrário do que as estimativas anteriores esperavam, o preço das passagens subirá em todo o Brasil.

Na América Latina, é esperado um aumento de 50% nas passagens aéreas, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Apesar do combustível mais barato e da menor demanda, as empresas deverão repassar os custos aos consumidores para tentar sobreviver no “novo normal”.
Ainda segundo a Iata, o preço das passagens vai subir em todo o mundo. Os consumidores que pagarão mais caro serão os asiáticos, já que no continente é esperado um crescimento de 54% nos preços. O menor aumento deve acontecer na América do Norte e na África, ficando na casa dos 43%.

Um dos motivos dessa subida nos preços é a grande preocupação com a segurança dos passageiros. Daqui para frente, por um bom tempo, as viagens deverão ser feitas com um menor número de pessoas, estimulando o distanciamento social e evitando aglomerações. A expectativa é que os aviões operem com apenas 62% de sua capacidade.

Em média, antes da pandemia, as aeronaves viajavam com 77% dos assentos ocupados – o que mostra o quanto é difícil uma recuperação no setor sem que o consumidor pague maiores preços.  Além disso, as empresas aéreas também aumentarão os gastos com medidas de segurança, como medição de temperatura dos passageiros e higienização profunda e constante das aeronaves.

Isso pode se refletir, também, nas cobranças extras, como despacho de bagagem. Mesmo antes da crise, as companhias já estavam cobrando para que os passageiros despachassem qualquer mala. O resultado, então, foi uma explosão no número de pessoas viajando apenas com mala de bordo.

As viagens de ônibus tendem a seguir o mesmo movimento, desde os trajetos mais curtos, entre cidades vizinhas, até as linhas interestaduais. Com isso, os mato-grossenses deverão sentir rapidamente os efeitos financeiros da retomada do turismo. Em todos os casos, a operação da frota com um número reduzido de passageiros é o maior motivo do aumento. Por isso, até mesmo os passageiros do transporte coletivo urbano deverão sentir estes reflexos.

Além de todos os desafios enfrentados atualmente pelas empresas de transporte de passageiros, que acumulam prejuízos bilionários por conta da pandemia, elas também deverão sofrer uma redução no número de viajantes devido aos receios que permanecerão no pós-pandemia. Por um bom tempo, grande parte dos brasileiros deverá seguir evitando aglomerações.

Além do transporte de passageiros, o setor de transporte de cargas também enfrenta dificuldades com a pandemia. Mas, o maior sofrimento deve realmente ser para as empresas de ônibus: de acordo com um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros, Abrati, 40% das empresas que trabalham com rotas de ônibus interestaduais não conseguirão se reerguer após a crise, sendo obrigadas a fechar as portas. 

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