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07/05/2020 - 08:19

MP conclui investigação do caso 'Rachadinha da Câmara'; medidas apropriadas serão tomadas, garante promotor

Por Sinézio Alcântara

Expressão Notícias

 (Crédito: Expressão Notícias)
O Ministério Público Estadual (MP) concluiu as investigações do caso em que ficou conhecido como “Rachadinha da Câmara” de Cáceres, onde o vereador Wagner Barone (Podemos) é acusado de obrigar um assessor, para que dividisse parte do pagamento de adicional noturno, com uma colega. Barone nega.

No documento encaminhado ao MP, o denunciante entregou um pen-driver, onde segundo ele, constam áudios que comprovariam a denúncia e ainda recibos de pagamentos e transferências bancárias para a colega. Também disponibilizou dados para quebra de sigilo telefônico, caso fosse necessário.

Responsável pelas investigações, o promotor Augusto Lopes Santos, diz que não pode dar melhores informações sobre o resultado porque, estão sob sigilo. Porém, adiantou que “assim que forem tomadas medidas apropriadas, que deve acontecer em breve, os fatos poderão ser divulgados”.

A suposta rechadinha foi denunciada pelo ex-assessor, Alander do Carmo Rios em novembro do ano passado. Ele disse que o vereador Barone o instruiu a devolver parte do pagamento de Adicional Noturno à Tânia Reis da Silva, uma pessoa que nunca teve nenhum vínculo empregatício com a Câmara.

A princípio a denúncia foi feita à vereadora Valdeníria Dutra Ferreira (PSC), que solicitou a abertura de uma Comissão de Investigação para apurar o caso. Além do ex-chefe, Alander também citou, na trama, o presidente da Câmara, vereador Rubens Macedo (PTB).

Conforme o denunciante, depois que se desentendeu com Barone, por não aceitar dividir o salário, ele ficou à disposição da presidência. E, que durante os 30 dias que lá esteve foi informado que Macedo também praticava a rachadinha com outros servidores. O presidente nega.

Barone diz que denuncia seria armação para cassar ele, Macedo e Francis

O vereador Wagner Barone, diz que a denúncia contra ele, feita pelo ex-assessor não procede. “O que eu sei é que o meu ex-assessor dividia a verba do adicionar noturno com a colega, porque ela fazia o serviço que era para ele fazer” garante afirmando que o que existe é uma grande armação contra ele, Rubens Macedo e o prefeito Francis Maris Cruz (PSDB).
 
“O que na verdade existe é uma grande armação para cassar o presidente e o vice-presidente da Câmara, eu e o vereador Rubens Macedo e também o prefeito Francis. Não foi uma e nem duas vezes que o vereador Pastorello falou sobre isso. Mas, não vão conseguir porque não estamos fazendo nada errado. Não praticamos crime algum”.

Denuncia de corredor

O escândalo que repercutiu em nível estadual, dividiu a Câmara. Por um lado, um grupo de vereadores, liderados por Valdeníria Ferreira e Cesare Pastorello (SD) defende o esclarecimento da denuncia. Por outro, o grupo liderado pelos denunciados, Barone e Macedo, defende o arquivamento, por se tratar de “denuncia de corredor”, segundo eles, sem provas.

Zacarkim e Elza inocentam acusados

Diante da repercussão do escândalo, os vereadores cogitaram a instalação da Comissão de Investigação. Com a presença de centenas de pessoas na sessão, eles aprovaram, por unanimidade, um requerimento de autoria da vereadora Valdeníria solicitando a criação. Porém, dias depois, sem a pressão popular, voltaram atrás.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já havia se manifestado favorável. Quando se achou que seria dado prosseguimento, com o sorteio dos vereadores para compor a comissão, foram surpreendidos pela decisão do relator e do membro – Walter Zacarkim e Elza Basto – que pediram o arquivamento do requerimento.

Eles justificaram que não encontraram “requisitos necessários” para prosseguir com a comissão. O argumento foi prontamente, acatado pelo presidente da Casa, vereador Rubens Macedo, um dos denunciados.

Barone contra ataca pedindo cassação de Valdeníria e Pastorello

Se valendo da decisão dos membros da CCJ Walter Zacarkim e Elza Basto e, por contar com apoio da maioria dos membros da Casa, Barone contra-atacou solicitando a cassação de Valdeníria e Cesare por “praticas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar”
 
Como já estava previsto, desde que apresentaram pareceres contra a criação da Comissão de Investigação, os membros da CCJ Walter Zacarkim e Elza Basto aprovaram a representação para cassação de Valdeníria e Pastorello por quebra de decoro parlamentar.

‘”Emitimos parecer favorável, de forma unânime, para prosseguimento do processo de cassação, por entender que, os documentos apresentados pelo autor da denuncia, contém todos os requisitos básicos para a continuidade” afirmou o relator, vereador Zacarkim, assinalando que “o laudo da CCJ foi feito dentro da legalidade, cumprindo com os requisitos constitucionais e regimentais”.

Apesar do parecer ter sido protocolado no dia 2 de março, até hoje, depois de dois meses, a votação para cassação não foi colocada em pauta pelo presidente da Casa, vereador Rubens Macedo.

Valdeníria se diz vítima de perseguição

“Estou sendo vítima se perseguição. Eu só fiz o meu papel. Recebi a denuncia e sugeri que fosse investigada. Em momento algum, acusei ou condenei nenhum vereador. A ideia era esclarecer a situação para mostrar a transparência da Câmara” diz assegurando que “também não pedi a cassação de ninguém. Queria apenas que fosse esclarecida a denuncia”.

Pastorello diz que apurar a denuncia seria uma questão de transparência

Pastorello diz que “eu disse que, por uma questão de transparência e impessoalidade, o presidente e o vice-presidente, citados deveriam se afastar, temporariamente, dos cargos, para que a sociedade não tivesse a impressão de que eles estariam usando o cargo para barrarem a investigação. Teria sido uma atitude nobre de quem não deve nada. Não se afastaram, arquivaram a denuncia sem nem submeter a plenário e isso não é crime” afirma.

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5 comentários

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  • por Luiz mario cardozo, em 08.05.2020 às 09:00

    Chico bento, sem vergonha sao os eleitores, que votaram no jogadorzinho de sinuca nao venha generalizar as coisas!

  • por Chico Bento, em 07.05.2020 às 21:30

    Vigarista, esse jogadorzinho de sinuca representa a casa de leis do município! O povo é sem vergonha mesmo !! Agora o povo do Dner fica reclamando e metendo o pau nele...ou por um acaso um cara que vive em Buteco se preocupa com sociedade? MP pelo amor de Deus, estou torcendo pra que vcs solidifiquem essa investigação fazendo esse camarada pagar oque ele fez !

  • por Thomas Aqui, em 07.05.2020 às 14:22

    Agora é "madeira", virou baronesa.

  • por MOSSUETO, em 07.05.2020 às 09:10

    KKKKKKKK, quero ver a cara desses mascarados diante do MP para justificar essa safadeza toda, e com a cara brilhante de óleo de peroba, dizer que não fez nada, que essa safadeza toda é normal, convença o MP disso, ou vamos ver mandatos rolarem e direitos políticos suspensos.

  • por JOSÉ TRIGUEIRO SOARES, em 07.05.2020 às 08:43

    Que merda é essa que esta acontecendo na Câmara de Cáceres, esse é o resultado de pessoas incompetentes, despreparadas que assumem cargos que infelizmente são constitucinalmente eleitos pela população, o sujeito é pego fazendo/praticando ilegalidades, depis quer dizer que não agiu como tal, e mais quer incriminar outros colegas, é de cair o cu da bunda mesmo, uma vergonha essas pessoas despreparadas, muito semi analfabetos ou quase todos. ESPERO QUE A POPULAÇÃO CACERENSE FIQUE ATENTE E COM O APOIO DO MP QUE EU TENHO CERTEZA QUE DARÁ UMA DECISÃO CORRETA E JUSTA, AO MENOS ESPERO ATENDENDO A LEGALIDADE E JUSTIÇA...

 
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