Notícias / Educação

25/04/2020 - 09:50

Alunos de medicina contestam acusação contra Unemat e afirmam que antecipação de formatura está em andamento

Por Isabela Mercuri

Os 31 alunos do sexto ano do curso de medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) de Cáceres contestaram a denúncia publicada pelo Olhar Direto na última quinta-feira (23), que dizia que alguns internos acusavam a universidade de barrar a atuação deles no combate ao coronavírus. Segundo os estudantes, o processo para antecipação da formatura já está em andamento, e a não atuação enquanto alunos seria para preservar a saúde dos mesmos, já que faltam até mesmo equipamentos de proteção individual (EPIs) na linha de frente de combate à pandemia.

Segundo a estudante Lígia Rodrigues de Oliveira Marques, que entrou em contato com o Olhar Direto representando os outros estudantes, a denúncia dos internos “gerou constrangimento”. “Eu faço parte dos 31 internos do sexto ano e da minha turma não há nenhuma reclamação com relação a atuação da universidade. Nos estranhou muito uma pessoa se dizer interno e falar sobre isso dessa maneira. A opinião de uma pessoa, que provavelmente não é da minha sala, pois não é ninguém destes 31 alunos”, afirmou.
 
Lígia explicou, ainda, que a todo momento a reitoria tem acatado os pedidos dos estudantes que querem antecipar sua formatura, que o pedido inclusive já foi feito, está percorrendo as instâncias responsáveis e provavelmente em cerca de quinze dias deve haver um parecer definitivo.
 
O trabalho dos alunos antes da formatura, no entanto, não aconteceria para protegê-los. “A atuação em meio à pandemia não tem nada a ver. Isso ainda não está autorizado. É uma coisa que o governo federal fez para as Universidades Federais, isso teria que ser regulamentado pela Secretaria Estadual De Saúde e os alunos deveriam se cadastrar. Os alunos não foram impedidos de se cadastrar. Quem quiser pode se cadastrar, a universidade não tem autonomia para dizer para o aluno se cadastrar ou não, é uma decisão pessoal”, afirma Lígia. “Mas a justificativa de não trabalhar é o decreto estadual e a falta dos EPIs nas unidades de saúde, porque isso colocaria em risco as saúde dos alunos”.
 
Com a antecipação da formatura, por outro lado, os estudantes tornam-se médicos e, após se inscreverem na Conselho Regional de Medicina (CRM), têm a liberdade de atuar enquanto profissionais. “Mas, enquanto alunos, estamos sob a  tutela do estado, e o estado não pode assumir a segurança de um aluno no campo de trabalho, é um cuidado que a Universidade tem com os alunos”, completou,
 
Denúncia
 
A acusação feita por alguns internos ao Olhar Direto era de que alguns alunos de medicina estavam sendo proibidos de atuar no combate ao coronavírus, em Mato Grosso. O aluno afirmou que  quando procurou os preceptores médicos para pedir para estagiar, teriam sido informados de que eles foram “notificados” pela instituição Unemat de que o preceptor que receber alunos está descumprindo ordem direta e será punido.
 
Universidade
 
A assessoria de imprensa da universidade explicou que a autorização do MEC (para o trabalho de estudantes) se aplica apenas às unidades federais. No caso da Unemat, a questão precisa ser regulamentada pelo Conselho Estadual de Educação. Informou ainda que já há tratativas neste sentido, porque é desejo também deles que os alunos possam atuar no combate ao coronavírus.

Além disto, foi explicado que os alunos precisam estar no último semestre do curso e ter cumprido 75% do estágio regular obrigatório. Para que os ainda não atingiram esta porcentagem, estão sendo oferecidas modalidades de telemedicina para que, assim que houver a aprovação do conselho, eles possam já atuar.

Comentários

inserir comentário
3 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • por Luiza, em 26.04.2020 às 09:00

    Acho um absurdo essa antecipação, mais fazer o que se o sistema é falho e o pão e circo está armado na política

  • por Adriano Mariano Souza, em 25.04.2020 às 20:46

    ESSA LIGIA MARQUES É MULHER DO GLEBER MARQUES - O COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA - ESQUECERAM DE FALAR ESSE DETALHE NA REPORTAGEM

  • por Daniele, em 25.04.2020 às 11:48

    Apoio que o curso tem mesmo que ser reavaliado e passar por estruturacoes urgente.

 
Sitevip Internet