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15/04/2020 - 10:21

Ministério da Saúde inclui gestantes e mulheres em 'resguardo' no grupo de risco do coronavírus

Por Jaqueline Siqueira - Assessoria de Comunicação

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
Por decisão do Ministério da Saúde, a partir do mês de abril, estão oficialmente inclusas no grupo de risco do Covid-19 gestantes e puérperas, mães de recém-nascidos com até 45 dias de vida. Segundo estudos feitos pela pasta, este grupo está mais vulnerável aos efeitos do vírus.
 
Em nota, o Ministério destaca que as gestantes e as puérperas são mais suscetíveis a infecções em geral, e que a decisão que as inclui está baseada em estudos e conhecimentos já consolidados sobre a atividade de outros coronavírus e do vírus da gripe comum.
 
"Estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos, associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pelo coronavírus, o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo", afirma em nota.
 
Cuidados necessários antes e depois do parto
 
As consultas do pré-natal devem ser mantidas, como ressalta a coordenadora médica do Programa Parto Adequado (PPA) da Unimed Cuiabá, a médica obstetra Dra. Fernanda Monteiro Siqueira Juveniz, com adoção de medidas de segurança como evitar acompanhantes, manter distanciamento de 1,5 metro e fazer assepsia com álcool em gel, quando não for possível lavar as mãos com água sabão.
 
Já para as gestantes consideradas de alto risco a obstetra reforça os cuidados e principalmente a necessidade do acompanhamento presencial. "As futuras mamães de alto risco, que são as que apresentam comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes, necessitam do acompanhamento do obstetra", acrescenta.
 
A coordenadora médica destaca a importância do isolamento social e recomenda o uso da máscara de pano sempre que for necessário sair de casa. "O ideal é evitar sair, mas se precisar vá de máscara. O uso de máscara não é bobagem. Países como República Tcheca e Cingapura controlaram a disseminação do vírus com essa medida", afirma.
 
Segundo pesquisas, a máscara de pano não é tão eficaz quanto a cirúrgica, mas se não houver contato próximo com outras pessoas, ela protege muito bem. Além disso, é importante seguir as recomendações de higiene feitas pelo Ministério da Saúde, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar álcool 70%.
 
Quanto à contaminação vertical, a obstetra relata que, por enquanto, não existem evidências científicas de que o novo coronavírus possa ser transmitido da mãe para o feto ainda no útero ou durante o parto. "Há alguns trabalhos mostrando casos de bebês com dois dias testando positivo [para a covid-19], mas não se sabe exatamente como ocorreu a transmissão, não há dados conclusivos ", pondera.
 
Não há evidencias também de que o leite materno seja contaminado pelo novo coronavírus. Entretanto, de acordo com os conhecimentos adquiridos até agora, as mães que testaram positivo para o vírus e estão com sintomas como falta de ar e febre alta foram indicadas a não amamentar diretamente, para evitar o contato com o bebê. "Nesse caso, elas tiravam o leite e colocavam em copinhos para que outras pessoas, saudáveis, pudessem alimentar o bebê. Não tem vírus no leite. O perigo é contaminar a criança ao tossir e espirrar", explica a ginecologista.
 
Ainda de acordo com ela, se a mãe tem a covid-19, mas apresenta sintomas leves, pode ela mesma dar o leite ao filho. "Deve colocar a máscara e pode amamentar normalmente", orienta.
 

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