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17/04/2009 - 00:00

Travessia do Pantanal é o mais novo produto turístico do Brasil

Por Jornal Oeste

Assessoria Os resultados do estudo encomendado pelo Instituto Marca Brasil, para a gestão do Projeto Rede de Cooperação Técnica para Roteirização, revelam os produtos turísticos que o mercado consome e de que forma os roteiros precisam ser estruturados para satisfazer os desejos do consumidor. Boa infraestrutura hoteleira e serviços de qualidade foram os dois itens apontados pelas operadoras de turismo do País para que um destino turístico seja considerado ideal. Esse é um dos resultados que foram obtidos com as pesquisas realizadas para nortear todo o trabalho de criação dos cinco roteiros integrados do projeto Rede de Cooperação Técnica para Roteirização. As pesquisas foram encomendadas pelo Instituto Marca Brasil, que faz a gestão do Rede de Cooperação em parceria com o Ministério do Turismo e o Sebrae, e foram realizadas entre os dias 12 e 23 de janeiro de 2009, em 19 operadoras brasileiras. De acordo com o presidente do IMB, José Zuquim, esse é um formato inovador para elaborar novos roteiros turísticos no País. “Estamos ensinando os destinos a ouvir o mercado* *antes da formatação final dos produtos e isso certamente terá um impacto muito positivo no planejamento estratégico dos roteiros integrados”, conta. Segundo Daniela Bitencourt, diretora do IMB, a pesquisa qualitativa foi realizada por meio de técnica de entrevista em profundidade, e o entrevistado conversou pessoalmente com os responsáveis pela formatação de produtos ou gerentes comerciais das principais operadoras do País. “Por meio das pesquisas foi possível traçar um perfil do cliente que compra produtos turísticos brasileiros e obter informações preciosas que vão nos ajudar a estruturar os roteiros integrados do Rede de Cooperação atendendo às necessidades e expectativas do consumidor”, explica. Para Daniela, os resultados da pesquisa mostraram que o consumidor está mais exigente. “Esse estudo foi revelador pois aproxima o desenvolvimento de produtos turísticos às técnicas de comercialização do varejo e junto com outras informações que estão sendo coletadas com o consumidor final nos ajudarão na formação de estratégias de inserção e distribuição dos produtos no mercado”, afirma. Segundo Tânia Brizolla, diretora do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico da Secretaria Nacional de Políticas do Turismo, a pesquisa ajudará até na hora de criar as campanhas que vão vender os roteiros para o consumidor final. “Durante as entrevistas com os responsáveis de cada operadora, eles nos indicaram uma associação de cores, imagens e palavras que remetem a cada roteiro. O resultado foi surpreendente”, avalia. O consumidor e os destinos As pesquisas revelaram que o público-alvo da maioria das operadoras são casais, famílias com filhos e, em menor número, grupos de terceira idade, estudantes e de turistas de negócios. A faixa etária desses consumidores está situada entre 30 e 50 anos, em média, e a maior parte deles possui nível superior e alto poder aquisitivo. Um dos resultados que será muito útil para estruturar os roteiros do Rede de Cooperação foi a descoberta de que os destinos brasileiros mais vendidos são Salvador, Fernando de Noronha, Lençóis Maranhenses, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Amazônia, Pantanal, Manaus, Minas Histórica e Serra Gaúcha. De acordo com as operadoras, esses destinos são os mais procurados porque recebem maior divulgação, têm boa estrutura dos fornecedores locais, bom atendimento e belezas naturais. “Isso nos ajuda a entender que é fundamental investir em divulgação e infraestrutura dos destinos”, avalia Daniela. Segundo as operadoras, Fernando de Noronha é procurado tanto por brasileiros como por estrangeiros; Foz do Iguaçu e Bonito são destinos mais procurados por brasileiros; enquanto que Amazônia, Pantanal, Minas Histórica, Parati e Búzios e demais destinos com maior identidade cultural são preferidos pelos estrangeiros ou clientes da terceira idade. Em geral, os estrangeiros apreciam pacotes básicos que mostram cidades importantes do Brasil, bastante divulgadas no exterior, como Salvador, Rio, São Paulo e Manaus. Os turistas latino-americanos, em especial, preferem as praias do Nordeste. Outro detalhe revelado pelas pesquisas e que fará diferença é o perfil de turista que visita cada região. Por exemplo, os destinos mais procurados pelas famílias brasileiras são os /resorts /do Nordeste. “Quando viajam para praias do Nordeste com a família, os brasileiros preferem ficar hospedados em resorts ou hotéis de alto nível, utilizando muitas vezes os serviços /all inclusive/, que permitem ao consumidor saber quanto irá gastar em sua viagem com todos os passeios e despesas de alimentação já incluídas no pacote”, afirma Daniela. Já os casais preferem os roteiros românticos de serra e compõem o público predominante em destinos que exploram os segmentos de ecoturismo, esporte e aventura. O projeto Neste momento, os envolvidos no projeto Rede de Cooperação vão iniciar a construção do planejamento estratégico de cada roteiro, baseado nos resultados das pesquisas e também nas informações coletadas por meio dos grupos focais direto com o consumidor final, bem como a preparação para o lançamento no Salão de Turismo. Os comitês gestores, grupo que ficará responsável pela gestão do roteiro integrado, em conjunto com representantes do SEBRAE e das Secretarias de Turismo de cada território e também com os consultores de roteiro, especializados em turismo, produção associada e mercado, já foram formados em todas as regiões que serão beneficiadas pelo projeto. O projeto, criado pelo Ministério do Turismo em parceria com o Sebrae e sob a gestão do IMB, instrumentaliza a criação de cinco novos roteiros integrados: na região Sul, a idéia é proporcionar o desenvolvimento do roteiro Aparados da Serra, beneficiando Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Sudeste tem como proposta estruturar um trajeto rodoviário entre os quatro Estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. No Centro-Oeste, a Travessia do Pantanal ligará Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Norte, um roteiro integrará Amazonas e Roraima. O roteiro Civilização do Açúcar contemplará Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Conheça a associação de cores, imagens e palavras propostas pelas operadoras para os roteiros propostos para a segunda edição do Rede de Cooperação Técnica para Roteirização: Roteiro Sul do Brasil - Aparados da Serra As imagem que remetem a esse roteiro são de montanhas, cavalos, frio, paisagem de neve, cor branca e verde, azul do céu, marrom, homem da terra, amplidão do céu, pampa, gaúcho, serra, chimarrão, sossego, paz, outro país dentro do Brasil. Roteiro Integrado do Sudeste – Rio de Janeiro/São Paulo/ Espírito Santo/ Minas Gerais Praias, pontos históricos e alguns apelos à religião e à gastronomia brasileira podem compor a identidade do roteiro. As cores mais mencionadas foram verde, azul e marrom, mas o colorido predomina na construção da imagem desta viagem. Algumas palavras foram sugeridas para compor a divulgação do roteiro, como, por exemplo, “cultura”, “diversidade”, “religião”, “autenticidade”, “experiência” e frases de efeito surgiram em /insights /nas entrevistas, como “Aqui você conhece o coração do Brasil”. Roteiro Região Centro-oeste: Travessia do Pantanal Algumas imagens relacionadas com o roteiro foram: imagens em mosaico dos animais da região, onças, jacarés e aves, barcos e água. As cores mencionadas foram o verde, os tons terra, o laranja e o vermelho do entardecer na região. Algumas palavras que poderiam ser trabalhadas na divulgação seriam: Diversidade, Harmonia, Beleza, Natureza Exuberante, Ecologia. Roteiro Região Nordeste: Civilização do Açúcar Algumas das imagens sugeridas para a associação visual dos roteiros seriam: açúcar, engenho, terra vermelha, cana-de-açúcar, colheita, guarda-sol, cachaça, praia, festas típicas e a alegria do interior. Algumas combinações de cores que identificariam o roteiro seriam: cinza e dourado, verde e branco, azul do mar e areia. Roteiro Região Norte: Amazonas e Roraima Algumas das idéias interessantes para a divulgação do roteiro apresentadas pelas operadoras seriam as seguintes: no material de divulgação poderiam predominar as cores verde (natureza), marrom e vermelho (indígenas) e também azul para simbolizar as águas. Sugerem também que se trabalhe com imagens de aldeias indígenas e dos próprios índios, do encontro das águas e quedas d’água através de imagens aéreas. Algumas palavras que poderiam ser utilizadas seriam “emoção”, “mistério”, “preservação”, “natureza”, “vida e “pulmão do mundo”.
 
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