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18/02/2020 - 14:34

Comunidade protesta contra municipalização da Escola Estadual da 'Sadia'

Por Jornal Oeste

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
O DESCAMINHO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE MATO GROSSO

Com esse título o Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar da Escola Estadual Mário Duílio faz seu manifesto público. A Escola está “ocupada” desde ontem, 16, em protesto a uma iniciativa da SEDUC e do prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz (PSDB), de municipalizar a escola. Essa é mais uma intervenção que a Assessoria Pedagógica da SEDUC, em Cáceres, está encabeçando, contrariando as comunidades escolares.

Em 2018 a Assessoria Pedagógica e a direção interina da Escola Rodrigues Fontes tentou encerrar os programas de promoção da cultura Africana na escola, que é uma referência nessa área. A época, o vereador Cézare Pastorello (SD) se juntou à comunidade acadêmica e professores, conseguindo o êxito de terem uma diretora escolhida pela própria comunidade e restaurados os programas.

Recentemente, os vereadores foram convocados para impedir que houvesse uma migração dos alunos da Escola Estadual União e Força para outras unidades. Esse remanejamento seria para acomodar os alunos da Escola Estadual Onze de Março, por conta da interdição feita no prédio. Com presença maciça de pais de alunos e profissionais em Assembleia realizada no dia 06/02, a SEDUC decidiu não mexer com os alunos.

O detalhe, como revela o vereador Pastorello, que também estava nesse movimento, é que havia conversação entre o prefeito Francis e o governo do Estado para também municipalizar a Escola União e Força.

No processo de municipalização, a prefeitura iria absorver, além das séries iniciais, também do 6º ao 9º ano. A contrapartida do Estado seria um repasse financeiro para a prefeitura.

A maior reclamação em todos esses casos é da arbitrariedade com a qual as decisões são tomadas. 

Abaixo o manifesto do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar da Escola Estadual Mário Duílio

O DESCAMINHO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE MATO GROSSO

A Comunidade do Distrito Nova Cáceres e Professores protestam contra municipalização do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e a transferência dos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Mário Duílio Evaristo Henry, para para outra unidade escolar, em Cáceres-MT.

Medida foi tomada após a prefeitura da cidade mostrar interesse em assumir o ensino fundamental (6º ano ao 9º ano) no colégio, e a transferência dos alunos do Ensino Médio para outra unidade Escolar, a Escola Estadual João Florentino no Distrito do Caramujo, aproximadamente 120 km distante do Distrito da Nova Cáceres (Vila Sadia).

A comunidade questiona a falta de consulta aos pais e professores envolvidos com a escola, pois essa decisão foi imposta de maneira arbitrária pela Assessora Pedagógica de Cáceres, juntamente com a Secretária de Educação do Estado de Mato Grosso Marioneide Angelica Kliemaschewsk. O que mais entristece a comunidade no momento, foi a maneira autoritária como foi feito, uma maneira impositiva, repentina, que deixou a comunidade assustada. Não houve diálogo com a comunidade. Os documentos da Escola e dos Alunos foram retirados pela Assessora Pedagógica de Cáceres Eliane Silva sem nenhum documento da Seduc, de forma abusiva. Sem ao menos informar a comunidade o procedimento. A Escola não pode ser extinta simplesmente pela decisão da Assessora Pedagógica e pela Seduc, eles precisam publicar e informar a comunidade. Isso tudo está sendo realizado com a participação do Diretor indicado pela Assessora Pedagógica Carmelito Alcunha, e que nada fez para impedir ou para ajudar a comunidade, a não ser concordar com os atos abusivos e autoritários da Assessora Pedagógica de Cáceres-MT.

De maneira premeditada as matrículas dos alunos foram canceladas no sistema pela Assessora juntamente com o Diretor Carmelito e não atribuíram os profissionais da educação, após esse episódio.

Estava previsto o início das aulas para o dia 10 de Fevereiro de 2020, mas os professores não foram atribuídos nas respectivas disciplinas e turmas, bem como, os demais profissionais da educação.

A Escola Estadual Mário Duílio Evaristo Henry atende aproximadamente 500 alunos (do 6º ano a 9º ano, Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos), possui 6 salas anexas (Laranjeiras, Limoeiro, Paiol, Buriti, São José das Lendas e Morrinhos). Todos esses alunos estão sem aulas, o ano letivo estava previsto para iniciar no dia 10/02/2020.
A comunidade e professores questionam:

Se houver a transferência dos alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual Mário Duílio para a prefeitura de Cáceres e a transferência dos alunos do Ensino Médio para Escola João Florentino, localizada no Distrito do Caramujo, haverá assim a extinção da Escola Estadual Mário Duílio, pois a mesma não terá alunos para continuar a sua existência.

É importante destacar, que a Escola Estadual Mário Duílio é uma conquista de luta dos trabalhadores do campo, é uma escola localizada em um Assentamento Rural no Município de de Cáceres-MT, e não se fecha uma Escola Estadual do Campo com aproximadamente 500 alunos da noite para o dia. É preciso diálogo e um estudo detalhado da situação.

A escola já está desenvolvendo um trabalho de gestão compartilhada com a prefeitura de Cáceres. E a comunidade NÃO aceita a municipalização do Ensino Fundamental II, porque os alunos já estão sendo atendidos pela Escola Estadual Mário Duílio e também não concordamos com a transferência dos alunos do Ensino Médio para outra unidade Escolar, localizada aproximadamente 120 km de distância do Distrito da Nova Cáceres (Sadia), pois os alunos do ensino médio também estão sendo assistidos pela Escola Estadual Mário Duílio.

Qual o interesse do Município em assumir o ensino fundamental II (6º ano ao 9º ano)?

A prefeitura de Cáceres-MT, não está conseguindo atender o fundamental I (Pré- escola ao 5 º ano), esses alunos estão tendo aulas na Escola Estadual Mário Duílio, no período matutino (gestão compartilhada), porque a estrutura física da escola Municipal 16 de Março está precária, e necessita de uma reforma urgente.
A prefeitura de Cáceres, irá assumir o ensino Fundamental II (6 º ao 9º), de todas as Escolas Estaduais de Cáceres?

Não estamos aqui discutindo redimensionamento, pois isso já está ocorrendo na Escola Estadual Mário Duílio, recebemos os alunos (Pré – escola ao 5º ano) da Escola Municipal 16 de Março, que utilizam a estrutura física da Escola Estadual Mário Duílio no período matutino.

QUEREMOS continuar atendendo os nossos alunos do Ensino Fundamental (6º ao 9º), Ensino Médio e o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no período vespertino e noturno.

SOMOS contra a extinção de uma Escola Estadual Pública para a instalação de uma Escola Municipal, pois o Município não teve a capacidade de construir um prédio para atender os seus alunos.

NÃO aceitamos ser anexa de outra Escola Estadual, que está a aproximadamente a 120 km de distância do Distrito da Nova Cáceres-MT (Vila Sadia).

QUEREMOS a Escola Estadual Mário Duílio VIVA, não deixaremos a Escola Estadual Mário Duílio MORRER.
EXIGIMOS a autonomia da escola de volta (diga não a ditadura nas escolas), e a IDENTIDADE dos trabalhadores do campo na Direção da escola, que represente a luta dos trabalhadores rurais.

SOLICITAMOS à Secretária de Educação do Estado de Mato Grosso Marioneide Angelica Kliemaschewsk a atribuição dos Profissionais da Educação e a volta às aulas na nossa escola, pois o início das aulas em nosso calendário escolar, estava previsto para o dia 10/02/2020, mas até o presente momento,os alunos estão sem aulas.

Em um movimento de protesto a comunidade ocuparam a Escola Estadual Mário Duílio na data de 16 de Fevereiro de 2020 e solicitam a presença da Secretária de Educação Marioneide Angelica Kliemaschewsk, para resolver o problema. Não aceitamos a Assessora muito menos o diretor indicado Carmelito Alcunha, que não nos representa e não possui a nossa IDENTIDADE dos trabalhadores do campo.

EXIGIMOS que o diretor (a) da nossa escola, nos represente e que seja do Campo, da nossa comunidade.
Senhores governantes! Educação é investimento, não é gasto.

Atenciosamente;

Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE)

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4 comentários

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  • por DEDÃO, em 19.02.2020 às 11:16

    Virou bagunça!!! este é o termo!!! Recentemente a prefeitura fez um seletivo, e olha o que está acontecendo: estão contratando quem eles querem, pessoas que passaram não esta sendo chamada, pessoas que nem fizeram o seletivo ou foram reprovadas estão sendo contratadas.. como diria Boris "ISTO É UMA VERGONHA".

  • por joaopedro, em 19.02.2020 às 07:57

    estão reclamando do quê mesmo???? Assim se baila o comunismo... A vontade dos governantes está acima da vontade do povo.

  • por Paulo Renato, em 18.02.2020 às 20:29

    Esse pastorelo parece papagaio de pirata. Sabe perfeitamente que muitas escola estadual só existem no papel mas não tem prédio próprio como no caso em Cáceres da escola estadual criança cidadã e da União e força. O que o mesmo fez durante o seu mandato para sanar isso? Nada! Absolutamente nada. Quando a escola Dom Máximo estava em frangalhos era a mesma ladainha... só blá blá blá. De boas intenções e conversa fiada senhores ditos representantes do povo,o inferno está cheio. Veremos o quanto sera difícil a reeleição se conseguirem...

  • por RENATA, em 18.02.2020 às 17:09

    Muito Triste em Saber Que está acontecendo isso. Eu terminei Meu Ensino Médio na Mário Duílio, Isso Só ta Prejudicando os Alunos que Brasil é esse que diz Que luta Pela educação, mas Está querendo Acabar com uma Escola estadual para Colocar municipal. O prefeitura não está dando Conta das Escolas De Cáceres vai Dar conta de mas Uma

 
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