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27/01/2020 - 16:47

Governo promete pagar novembro nos próximos dias ao São Luiz, mas não tem previsão de pagar dezembro

Por Sinezio Alcântara

Assessoria

 (Crédito: Assessoria)
As denuncias de médicos e pacientes, sobre o caos estrutural e financeiro registrados no Hospital São Luiz, divulgadas com exclusividade pelo Jornal Expressão e site Expressão Noticias, começam dar resultados. O governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde (SES), deu início à liberação dos repasses do SUS, que estavam em atraso, à unidade hospitalar.

No final de semana, a SES liberou o repasse referente ao mês de outubro. E, ainda para esta semana, o secretário de Saúde, se comprometeu a envidar esforços para liberar os repasses referentes ao mês de novembro.

A programação do pagamento foi acertada na manhã desta segunda-feira, em reunião em Cuiabá, entre o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o prefeito Francis Maris Cruz, o diretor do Hospital São Luiz, Jean Cleber Spricigo, diretor do Hospital Regional, Onair Nogueira e os deputados estaduais Dr. Gimenez (PV) e Valmir Moreto (PRB).
O secretário, de acordo com o prefeito, já tinha conhecimento da dificuldade financeira vivenciada pelo hospital, através das matérias jornalísticas, divulgadas no final de semana, em toda região de Cáceres.

Embora tenha liberado os repasses de outubro e se comprometido a quitar, ainda nesta semana, novembro, o governo, no entanto, segundo o prefeito, afirma não ter previsão para o pagamento do mês de dezembro. O representante da SES teria informado que, a direção do hospital terá que ter “capital de giro” de, pelo menos, três meses para manter a unidade em funcionamento.

Além de expor a situação de dificuldade pelo não recebimento dos repasses, a direção do Hospital São Luiz também teria cobrado o recebimento de outros pagamentos, nos valores de R$ 4 milhões e R$ 800 mil, que segundo a direção, estariam pendentes pelo Estado. O secretário disse que não tinha conhecimento, mas que iria averiguar.

A reunião com o secretário foi agendada pelo prefeito Francis Maris, após denuncias sobre a situação de dificuldade feita por médicos e pacientes. Os profissionais médicos ameaçam paralisar as atividades, nos próximos dias, caso o hospital não efetue o pagamento dos salários, em atraso desde o mês de outubro. Afirmam que faltam, inclusive, equipamentos de trabalho.
 
Duas pacientes contaram que, nos dias em que estiveram internadas, foi servida como alimentação subprodutos de animais (bois) como “ensopado de língua e fígado”.

Em Nota, encaminhada ao Jornal Expressão o hospital admitiu em parte a denuncia afirmando que, o pagamento dos salários dos médicos estava em atraso porque a unidade não havia recebido do governo do Estado desde o mês de outubro. Esclareceu e negou as demais reclamações dos médicos, como por exemplo, a falta de medicamentos, o desuso do autoclave. (Veja a Nota a baixo)

Representante do Ministério Público, o promotor Rinaldo de Almeida Segundo, informou que está acompanhando a situação. E, que iria aguardar o resultado da reunião entre o prefeito, o secretário de Saúde e o representante do hospital, para ver que posição tomar. “O Ministério Público está atendo. Se necessário, podemos interceder junto ao Estado para que regularize a situação, de forma que a população não seja prejudicada com a descontinuidade dos serviços”.

Nota de Esclarecimento do Hospital São Luiz

É fundamental esclarecer que o Hospital São Luiz (HSL) realiza atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e privados – sendo 70% do faturamento proveniente do SUS. Sobre os repasses dos órgãos públicos, no mês de dezembro, o HSL recebeu os recursos relativos aos atendimentos SUS feitos em setembro, portanto, com três meses de atraso.

A direção do HSL ressalta que não recebeu os repasses relativos aos meses de outubro, novembro e dezembro. O atraso no recebimento dos recursos públicos afeta diretamente no pagamento dos compromissos do Hospital, como os prestadores de serviços médicos. A direção trabalha, incansavelmente, para reverter este cenário e regularizar as pendências.

Em relação a falta de medicamento, a informação não procede. O Hospital São Luiz atua com uma margem de abastecimento que assegura a dispensação de medicamentos prescritos pelo corpo clinico. Além disso, adota uma tabela de padronização nacional que prevê ainda, substitutos para determinados medicamentos. No caso do Dramin e Ranitidina, citados pela reportagem, há mais quatro medicamentos que os substituem, com os mesmos princípios ativos.
 
Sobre os autoclaves, os dois aparelhos passaram por manutenção corretiva e, atualmente, estão funcionando perfeitamente. Durante o período de conserto, o Hospital reportou o fato à Central de Regulação estadual e buscou parcerias locais para atender as demandas de urgência e emergência, priorizando o atendimento à população. Os atendimentos eletivos – não urgentes –  já foram remarcados.

Sobre a suposta má qualidade da alimentação, o Hospital São Luiz possui o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) que desempenha todas as atividades necessárias à manipulação, à preparação, ao armazenamento e à distribuição de alimentos e de refeições, cumprindo protocolos internacionais para a garantia da qualidade do alimento. Aliado ao setor de Nutrição Clínica trabalha para atender as necessidades nutricionais de cada paciente – individualmente – de acordo com as recomendações médicas, contribuindo para a plena e rápida recuperação do quadro clínico.

Recentemente, a fim de aprimorar a qualidade nutricional do cardápio oferecido aos próprios colaboradores e, também, aos pacientes do Hospital, foram incluídas preparações novas que levam como base proteínas bovinas ricas em fósforo, cálcio e ferro, além de vitaminas do complexo B.

É considerada, também, uma proteína completa, que assim como outras proteínas de base animal, fornece todos os aminoácidos essenciais ao organismo. Entre as vitaminas e compostos benéficos presentes no fígado bovino, por exemplo, constam as vitaminas A, B12, B5, B6 e C, folato (ácido fólico), riboflavina, selênio, cobre e zinco. Em apenas 100g de fígado, é possível obter 50% da necessidade diária de proteínas do ser humano.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – HOSPITAL SÃO LUIZ

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2 comentários

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  • por joaquim josé marcondes, em 28.01.2020 às 11:15

    Engraçado a diretoria dizer que reportou a central de regulação devido ao problema da autoclave.... o que este órgão tem a haver com autoclave? Todos sabemos que os materiais foram enviados ao Hospital Regional, que por sua vez, esta fazendo um belo trabalho para toda região, tem problemas? Tem como qualquer órgão público..... São Luiz deveria pedir ajuda de quem entende de gestão hospitalar e parar de brincar, tem gente pagando caro por isso....

  • por Antônio, em 27.01.2020 às 17:26

    E nós prestador de serviços, que não recebemos desde outubro do ano passado, também temos fornecedor para pagar como nós ficamos

 
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