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22/11/2009 - 00:00

Radical, cacerense Domingo Savio Garcia cobra rompimento do PT com Maggi e critica Silval Barbosa

Por Jornal Oeste

Da Redação - Alline Marques OLHARDIRETO O professor Domingos Garcia concorre neste domingo (22) à presidência do Partido dos Trabalhadores. Militante histórico e um dos fundadores da legenda em Mato Grosso, o economista mantém o radicalismo petista no sangue. É contra a política de aliança adotada pela sigla e um crítico ferrenho da candidatura do vice-governador Silval Barbosa (PMDB). “A candidatura do Silval é um perigo porque ele é inexpressivo e precisamos de alguém para alavancar a candidatura da ministra Dilma Roussef no Estado”, declarou em entrevista exclusiva ao Olhar Direto. Para Domingo Garcia, o PT em Mato Grosso já deveria ter apresentado um nome para a disputa ao governo do estado, pois tem nomes de expressão pública com condições de vitória. Com ideologias um tanto quanto contraditórias das defendidas pelos companheiros em geral, Garcia critica a política de reforma agrária do país, o pré-sal, agronegócio e é totalmente contra a aliança com o PMDB. Para ele, as idéias defendidas pelo Partido dos Trabalhadores divergem dos peemedebistas. Sem trava na língua, reclamou da postura do presidente Lula em ignorar o Movimento dos Sem Terra por ferir interesses políticos travados com o PMDB, pensando em 2010. “Somos contra manter um arco de aliança com o PMDB e PR. Temos que ter uma política voltada para o povo”, afirmou. Questionado sobre quais partidos estariam de acordo com os pensamentos ideológicos do PT, Garcia defende uma aliança com o PC do B, PSDU e Psol, nem mesmo o PSB e PDT, aliados históricos dos petistas, combinam mais com os conceitos defendidos pelo professor. As idéias divergentes não param por ai. Lembrando da eleição em 2008, quando o PT deixou de ouvir a militância e caminhou por um caminho isolado e acabou derrotado nas urnas, por não ter conquistado a união dos companheiros. No ano passado, na prévia realizada pela legenda antes do pleito municipal, o nome do arquiteto José Afonso Portocarreiro foi escolhido para ser o candidato a prefeito de Cuiabá pelo PT, porém a candidatura dele foi “rifada” e a professora Verinha Araújo assumiu como vice numa chapa encabeçada pelo empresário Mauro Mendes, na época filiado ao PR. Na opinião de Domingos Garcia a aliança do PT com o PR prejudica o partido e fortalece os republicanos, pois se afasta das defesas e lutas históricas traçadas e travadas pelos militantes petistas. “Esta aliança (PT-PR) acaba por dar legitimidade ao governador Blairo Maggi, que simboliza o agronegócio e desmatamento, e o PT se deslegitima e prejudica a si mesmo”, reforçou. Na apresentação da sua proposta no Processo de Eleição Direta (PED 2009), o grupo da chapa Terra, Trabalho e Soberania faz questionamentos pertinentes contra o governo Maggi e definem o agronegócio como excludente e destruidor do meio ambiente. Para encerrar, eles defendem o rompimento imediato com o chefe do Executivo, ajudando os trabalhadores a se organizarem, de forma independente, lutar pelos seus direitos e reivindicações, inclusive no plano eleitoral. “Não é compreensivo para os petistas que o partido que tem um presidente da República, uma senadora, um deputado federal e dois deputados estaduais, fique na submissão em que se encontra o PT de Mato Grosso, apostando numa tal “base aliada”, composta por partidos desmoralizados, que servem aos interesses dos capitalistas, do agronegócio e do latifúndio”, relata trecho da apresentação dos candidatos a presidente do diretório Estado na cartilha feita para o PED 2009. A eleição do PT acontece no domingo (22) em todo o país e em Mato Grosso a votação inicia às 9h e encerra às 17h. A previsão de resultado é às 20h.
 
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