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13/10/2019 - 10:55

Jornalista abandona ônibus e vai para o trabalho de bicicleta

Por Ana Flavia Corrêa

Luiz Leite

 (Crédito: Luiz Leite)
Há pelo menos 3 meses, a jornalista Bruna Barbosa, 25, decidiu abandonar o ônibus e adotar a bicicleta como meio de transporte. A princípio, ela saia de sua casa, no bairro Pico do Amor, e percorria cerca de 5 quilômetros para chegar até o seu antigo trabalho, no bairro Duque de Caxias. 
 
Ao todo, percorria 10 quilômetros, considerando a ida e a volta. A decisão, além de fazer com que Bruna economizasse dinheiro, poupou seu tempo. Antes, levava ao menos uma hora para chegar ao trabalho. De bicicleta, conseguia fazer o mesmo percurso em 30 minutos.
 
"Eu entrava 8h e quando eu saio de bike eu já saio 7h20 para não chegar muito atrasada, mas eu sempre conseguia chegar mais rápido que o ônibus. Se eu saísse 7h20 de ônibus eu ia chegar lá pelas 8h40. Com isso a bicicleta ajudou muito", explicou. 
 
Quanto ao dinheiro, a estimativa é de que ela tenha economizado ao menos R$ 542, considerando o valor da passagem atual, de R$ 4,10. A jornalista relatou também que houve melhora em sua disposição. 
 
Ela adquiriu mais resistência física e relatou que consegue respirar melhor. Agora, acostumada a andar de bicicleta, se sente irritada quando, por exemplo, precisa andar a pé pelas ruas ensolaradas da Capital. 
 
"Eu não queria fazer um exercício que fosse depois da hora em que eu chegasse do trabalho em casa, porque eu já iria estar cansada do trabalho. Eu já gostava de andar de bicicleta quando eu era criança, sempre tive bicicleta e achava legal. Pensei 'porque não?'", relatou. 
 
Dificuldades 
 
Em seu caminho, Bruna passava por algumas das principais vias de Cuiabá, como as avenidas General Mello e Getúlio Vargas. Neste trajeto, não há ciclovia em nenhum ponto. Por isso, a jornalista precisava pedalar junto aos carros e, eventualmente, pedestres. 
 
Conforme dados já informados na primeira reportagem desta série, repassados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Cuiabá tem 40,8 km entre ciclovias e ciclofaixas, espalhados entre lugares distintos da cidade. Os caminhos destinados aos ciclistas não têm ligação entre si.
 
"Os carros não respeitam, eles fecham a gente, às vezes jogam pra cima. Você está andando e do nada vem um carro em cima de você. Às vezes na rua também não tinha muito espaço para andar e eu precisava andar em cima da calçada, então os pedestres reclamavam também", disse.
 
O engenheiro de transportes Eldemir Pereira de Oliveira, explicou que Cuiabá não é uma cidade plana e, por isso, não são todos os lugares que têm condições de ter uma ciclovia. Contudo, um plano de mobilidade urbana, exigido pela lei de número 12.587/12, serviria para repensar a mobilidade da cidade, considerando também os carros e o transporte coletivo. Até 2019, Cuiabá não apresentou o documento.  
 
"Às vezes eu pegava ladeira para ir ao trabalho. Na Getúlio Vargas mesmo tem algumas. Mas aí eu pedalava até onde eu aguentava e se eu não conseguia eu descia da bicicleta e ia andando. Quando tem ladeira é mais difícil, mas a sensação é muito boa depois, então vale a pena", disse.   
 
Há algumas semanas, Bruna mudou de emprego e agora trabalha no Porto. Ela estuda o melhor caminho para chegar até o local. Fora do horário de expediente, continua pedalando ao menos 10 quilômetros por dia.   
 
Esta reportagem é a 2ª de uma série sobre ciclistas, ciclovias e os benefícios e riscos do uso da bicicleta como meio de transporte. Acompanhe o   para ter acesso, semanalmente, aos conteúdos subsequentes.    

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  • por MANOEL PEDRO, em 14.10.2019 às 08:08

    EU JÁ FAÇO ISSO ALGUNS ANOS, ESTA SENDO ÓTIMO PARA A MINHA SAÚDE, E QUANDO SAIO DO SERVIÇO AINDA VOU PELAR POR ESPORTE TAMBÉM, A NOSSA CIDADE É PROPICIA PARA PEDALAR, SÓ FALTA AS CICLOVIAS.

 
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