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20/11/2009 - 00:00

Pró-Lutero, Lúdio decreta enterro político; PT quer expulsão

Por Jornal Oeste

RDNEWS O processo que resultou na cassação do vereador cuiabano Lutero Ponce (PMDB) deve levar também para o "buraco político" o petista Lúdio Cabral. Ele foi o relator e surpreendeu a todos, principalmente a militância petista, por ter apresentado parecer pela cassação, mas, na hora da votação, optou pela abstenção. Foi o único dos 19 vereadores a ficar "neutro". Catorze parlamentares decretaram a perda do mandato do peemedebista, enquanto quatro se manifestaram contra a cassação, sendo eles Chico 2000 (PR), Lueci Ramos (PSDB), Cloves Hugueney, o Clovito (PTB), e o próprio Lutero. A postura de Lúdio levou petistas a suspeitá-lo de que, nos bastidores, fora pressionado. Também vinculam-no ao ex-presidente da Câmara como alguém que supostamente tivesse o "rabo preso", como se diz no jargão político. Lúdio, de fato, esteve próximo da gestão Lutero, acusado de promover rombo de R$ 7,5 milhões no período em que presidiu a Mesa Diretora, entre 2007 e 2008. O PT iniciou a Legislatura passada, em 2005, com três na bancada, sendo eles Lúdio, Valtenir Pereira e Domingos Sávio. Valtenir pulou para o PSB e se elegeu deputado federal, vindo a abrir vaga para Enelinda Scala, que perdeu à reeleição em 2008. Sávio foi para PMDB e garantiu novo mandato. Médico da rede municipal, Lúdio também se reelegeu e com melhor votação. Em 2004 obteve 2.640 votos e, quatro anos depois, chegou a 3.849. É único petista vereador na Capital. Opositor à gestão do prefeito Wilson Santos (PSDB), Lúdio vinha marcando posição no Legislativo, com respaldo de diversos segmentos e, agora com sua articulação para tentar salvar o mandato de Lutero, passou a cair no descrédito. Parte da militância, inclusive de outras correntes, não se mostra mais tão animada com a candidatura de Lúdio, da tendência Graúna, à direção estadual do PT. Seu descrédito traz vantagem para o concorrente, o deputado federal Carlos Abicalil, presidente do PT no Estado e candidato à reeleição. Para piorar, Lúdio Cabral enfrenta até manifestação em defesa de sua expulsão de um partido que se igualou aos demais, por causa da pesada carga de denúncias contra vários de seus líderes, tanto em âmbito regional quanto nacional. A postura de Lúdio no processo de cassação do pemedebista pode representar o enterro de sua carreira política. Ele está hoje para Lutero, assim como Lueci está para a deputada Chica Nunes (ex-PSDB e hoje DEM), que também presidiu a Câmara e responde por rombo milionário. Lueci foi intransigente na defesa das gestões Chica e Lutero. Nos bastidores, o comentário é um só: eles se merecem.
 
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