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23/09/2019 - 09:00

Rio Paraguai em Cáceres tem a 2ª maior seca dos últimos 40 anos

Por Sinézio Alcântara

Expressão Notícias

 (Crédito: Expressão Notícias)
Um longo período de estiagem castiga o Rio Paraguai, que banha o pantanal mato-grossense, em Cáceres.  Na sexta-feira (20), o rio atingiu apenas 85 centímetros de profundidade, em frente à agência Fluvial, local onde está instalada a régua de medição. A baixa profundidade possibilita que os banhistas atravessem, de um lado para outro do rio, à pé. É a segunda maior seca dos últimos 43 anos.
 
O rio atingiu o nível mais baixo dos últimos 43 anos, no mês de setembro de 1976 quando, de acordo do a Agência Fluvial, a profundidade registrada pela Agência Fluvial foi de 73 centímetros. A segunda maior seca foi em 20 de setembro de 2012, há 7 anos, quando mediu 80 centímetros de profundidade.
 
A situação é semelhante no Rio Cuiabá. Na quinta-feira (19), o rio apresentou o menor nível dos últimos 19 anos. Medição realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) apontou que são apenas 19 centímetros de água, quando o mínimo esperado para o tempo de seca é de 50 centímetros. O índice hidrológico é 83% menor que o registrado no dia 11 de maio deste ano, último dia em que choveu na capital mato-grossense e a régua apontava para 1,12 metro.
 
O baixo nível de água é resultado de falta de chuva na região. Há mais de 70 dias não chove na região. Um chuvisco, na área central da cidade, aconteceu no mês de agosto, mas foi insuficiente para aumentar o nível do rio. No dia 20 de setembro do ano passado, a altura do rio Paraguai era de 93 centímetros, oito a mais do que neste ano.
 
A direção da Marinha do Brasil, em Cáceres, recomenda muita cautela aos navegantes. “É necessário que os condutores das embarcações naveguem com muita cautela. Nesse período, são muitos os bancos de areia, ao longo do rio, que podem causar acidentes a quem não tem maior conhecimento da área” afirmou um agente acrescentando que “se a pessoa não tiver conhecimento do rio o melhor que faça é contratar quem conhece”.
 
A preocupação com a segurança da navegação leva a Administração da Hidrovia do Paraguai (AHIPAR) a realizar dragagens em vários pontos do rio. O trabalho começou no início de setembro, nas proximidades do Barranco Vermelho. Serão dragados, principalmente, o canal e os trechos sinuosos, do rio visando a melhoria das condições de tráfego e a segurança das embarcações.
 
São cerca de 20 pontos críticos, conforme levantamento topobatimétrico. A atividade é desenvolvida pelo órgão do Ministério dos Transportes desde a década de 70, compreendendo pequenos trechos com maior concentração de sedimentos, entre a Passagem Velha (km 2.166) e Bracinho (km 2.042)
 
Apesar do baixo nível de água, estudos técnicos mostram que de Cáceres até a Lagoa Gaíva, próximo à divisa de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o trecho estreito e sinuoso do rio é o mais crítico. E, as dificuldades de navegação não são de agora. Comandantes de grandes embarcações, como os barcos-hotéis de turismo, as restrições aumentam a cada ano. E que é preciso experiência para navegar em um canal raso, que muda constantemente.

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2 comentários

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  • por Carlos Alberto Santos, em 23.09.2019 às 12:53

    Eu acompanho dia a dia, através dos dados da Marinha, desde o dia 01/01/1966. Vejo que na reportagem existem divergências de dados. O menor nível do rio Paraguai no ano de 1976 foi 1,81m em 05/09. Quanto a segunda maior seca não foi em setembro de 2012 (0,80m), mas sim 30/09 de 2013, que foi de 0,67m. O menor nível, 0,01 registrado foi em 20/09/1966. Em 14/09/1967 foi registrado 0,75m e em 19/09/1969 foi registrado 0,78m. Hoje o nível do Rio Paraguai mede 0,81m portanto o segundo menor nível dos últimos 50 anos.

  • por cacerense em busca de progresso, em 23.09.2019 às 11:15

    Por isso que digo, caso as autoridades municipal, estadual e também órgão federal, para fazerem projeto de recuperação da baia do malheiro, a mesma vai secar em poucos anos, a margem está cada vez mais próximo do cais, bancos de areia de formaram no inicio da mesma, no passado a prefeitura realizou aterramento na saída do sangradouro ate o murro de arrimo do casarão do Daveron.

 
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