Jornal Oeste

Oliveira Junior Presidente do Cáceres, Luiz Mário Pacú, disse ontem que "se tentarem abrir uma CPI para apurar a mala branca, mala preta na Copa Governador, quem vai sair prejudicado é o Mixto", ameaçou. "Se isso acontecer o Mixto vai se ferrar", disse em tom de ameaça, o dirigente que havia sido "banido" do futebol regional, por calotes e outros problemas, mas teve a aprovação da FMF para que voltasse a atuar. Ontem ele negou ter recebido dinheiro do Sinop para que o seu time levasse 9 gols numa partida. "Não recebemos nada, quem já tentou oferecer foi o Mixto", disse, por telefone. RELATÓRIO - No site da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), onde segundo o Estatuto do Torcedor, "devem estar postadas de forma transparente as súmulas dos jogos", as primeiras páginas redigidas pelo árbitro Edilson Ramos da Mata, constam cartões, etc, mas a página do Relatório de Ocorrências, como o blecaute e os 9 gols marcados em ritmo de treino, simplesmente foram cobertos por uma tarja cinza que ocupa todo o espaço da página. Na tarde de terça-feira a funcionária da entidade, encarregada pelo envio das súmula ao web-designer do site da FMF, informou que em instantes o documento seria publicado, o que na verdade não aconteceu, pois apenas parte dele se tornou público. Ontem, ao ser informada sobre o estranho problema, a FMF informou que a "súmula estava normal". A reportagem, então, pediu que o documento fosse enviado por e-mail. (Leia sobre a súmula do jogo Sinop 9 x 0 Cáceres na página ao lado). FMF ordenou a continuidade de jogo De acordo com as normas estabelecidas pela CBF e as federações estaduais, a súmula do jogo e o relatório do árbitro, devem ser entregue em até 24 horas após a realização da partida na sede da entidade. Como o jogo entre Sinop e Cáceres começou domingo, foi interrompido e só terminou na manhã de segunda-feira, com a goleada de 9 a 0 para o time local, os documentos só foram entregues na FMF às 14 horas de terça-feira. A reportagem de A Gazeta recebeu a súmula e o relatório do jogo. Redigido em computador e assinado por Edilson Ramos da Mata, com data de 16 de novembro, o relatório nada cita sobre o estanho blecaute, a facilidade para o Sinop marcar 9 gols no adversário e muito menos porque a partida foi reiniciada aos 42 minutos do primeiro tempo e não com o cronômetro zerado da primeira etapa, como determina o Artigo 36 do Regulamento da Copa Mato Grosso. Assim, Edilson Ramos da Mata tratou de não apresentar prova contra si mesmo, afinal, por ter dado prosseguimento a partida e contrariar o regulamento, corre o risco de ser suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva. Parte interessada no caso, o Mixto oficializou denúncia contra as equipes de Sinop e Cáceres, na tarde de terça-feira na FMF. Mas, o caso só deve ser julgado daqui há duas semanas. Em seu relato, Da Mata redigiu que "a partida foi paralisada aos 42 minutos do primeiro tempo, devido a falta de energia nas três torres de iluminação do estádio. Que após 60 minutos de paralisação foi informado que o problema era da Rede Cemat e que a partida foi transferida para o dia seguinte ás 10 horas". Da Mata não citou, no entanto, que errou e que recebeu por telefone, de um diretor da FMF a ordem para a partida recomeçar no dia seguinte.