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20/08/2019 - 10:13

Audiência da CCJ discute regulamentação da distribuição de panfletos nas ruas

Por Assessoria

Assessoria

 (Crédito: Assessoria)
Aconteceu na última quinta-feira (15), na Câmara Municipal de Cáceres, uma audiência pública promovida pela Comissão de Constituição e Justiça, Trabalho e Redação (CCJ), com início por volta das 19 horas.

A audiência originalmente debateria dois Projetos de Lei, mas segundo o Presidente da CCJ, vereador Cézare Pastorello (SD), os arquivos contendo o Projeto de Lei nº 13, de autoria do Executivo Municipal, não foram disponibilizados ao público em tempo hábil para serem discutidos na audiência.

Assim, a audiência tratou exclusivamente do Projeto de Lei nº 46, de 15/07/2019, que dispõe sobre a regulamentação da distribuição de folhetos ou qualquer outro tipo de material impresso veiculado mensagens publicitárias em ruas, praças, logradouros e demais locais públicos do Município, mediante fixação em veículos estacionados, e dá outras providências. Como o autor do projeto foi o próprio vereador Pastorello, a audiência foi presidida pelo relator da CCJ, vereador Valter Zacarkim (PTB). 

O autor explicou que o projeto busca a proibição de distribuição de folhetos, panfletos ou outro material impresso veiculando publicidade se colocados em carros, portões, jogados nos quintais das casas, em jardins ou em outros locais inconvenientes para a população. "Além da limpeza urbana, que é o primeiro objetivo, ainda há um segundo motivo: existem pessoas que usam a colocação de panfletos como um pretexto, um disfarce para observar, por exemplo, o interior dos carros, em busca de objetos de valor", explicou Pastorello.

Jean Paulo Carneiro, proprietário de uma gráfica em Cáceres, concordou com a necessidade de regulamentação da atividade mas discordou da necessidade do projeto da forma como estava redigido. Para ele, a cidade não conta com práticas exageradas de distribuição de panfletos. "O panfleto muitas vezes é o único recurso de divulgação que um produtor ou empresário tem. E o argumento sobre usá-los para verificar o interior dos carros chega a ser ofensivo", opinou. Ele ainda afirmou que mais urgente que a regulamentação da distribuição de panfletos é a disposição de lixeiras pela cidade, para evitar que a população jogue os panfletos na rua.

A secretária municipal de planejamento, Nelci Longhi, questionou como faria para punir infratores desta lei: "Não sei como faríamos uma advertência por escrito, ou como multar o infrator. Também não sei como caçaríamos um alvará de pessoa jurídica. Como monitorar isso?", questionou. A vereadora Valdeniria Dutra (PSDB) também viu problemas, afirmando que a lei causaria desemprego. A parlamentar sugeriu uma discussão mais aprofundada "para não prejudicar o 'pequeno', o elo mais fraco". Para ela, é preciso se preocupar mais com estabelecimentos que sujam as ruas com seus resíduos sólidos, inclusive quebrando lixeiras, do que com a distribuição exagerada de panfletos ou com o ato de jogá-los no chão.

A coordenadora municipal de turismo, Zeli Carvalho, afirmou que a sujeira de campanhas eleitorais é muito maior que a de panfletos publicitários, e opinou que estes são uma ferramenta benéfica ao pequeno empresário que não dispõe de canais como rádio e TV para divulgar seu produto, além de dar emprego a jovens. No entanto, ela afirmou entender que o projeto pensa no meio ambiente. Já uma advogada que se apresentou apenas como Patrícia concordou com o projeto e relatou sua experiência pessoal.

"Tem panfleto o tempo todo no meu carro. É uma atividade grande sim, e não sou contra a divulgação, mas precisa ser melhor executada, entregando os panfletos apenas para quem se dispuser a pegá-los, ou em locais apropriados como caixas de correio", disse. Ela também sugeriu haver métodos mais eficazes de divulgação, como as redes sociais. A advogada sugeriu que o projeto, se aprovado, deva ter um período de vacância para a adequação por parte do comércio, explicando que é preciso dar tempo para o pequeno empreendedor se adequar à nova realidade de panfletagem.

A respeito dos impactos negativos que a regulamentação teria para os que dependem da panfletagem para divulgar seus produtos, o vereador Pastorello apontou que o projeto se espelha na regulamentação da legislação eleitoral em relação à distribuição de "santinhos" de candidatos, que antigamente preenchiam os chãos das cidades e viravam lixo. "Hoje isso é proibido, e mesmo assim não inviabilizou nenhum candidato", disse o parlamentar. Ele completou relatando que há um projeto de lei tramitando na Câmara que aplica multa aos cidadãos flagrados jogando lixo na rua.

O vereador Zacarkim, que presidiu a audiência, inforrmou que a CCJ tem total isonomia de ideias e se pauta na legislação e na Constituição Federal. Ele reafirmou que o projeto busca regulamentar a panfletagem de propaganda, e não inibir a informação - até por isso os veículos de comunicação, como periódicos e informativos, não seriam afetados. Pastorello finalizou a discussão afirmando que o projeto será rediscutido pela CCJ, levando em conta as opiniões dos que se manifestaram na audiência.

A audiência se encerrou por volta de 20h30. A CCJ realiza audiências públicas para a discussão de projetos de lei todas as quintas-feiras e convida a população a participar, trazendo suas sugestões e opiniões a respeito das proposituras antes que elas sejam encaminhadas para votação.

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7 comentários

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  • por Capivara pantaneira, em 20.08.2019 às 20:49

    Genti voceis sabi da minha luta então não se esquessa ano que vem 4 vesis 4 é 24 na kabessa!

  • por Maneco silva, em 20.08.2019 às 18:18

    Se esse projeto de lei é de autoria de um dos vereadores mais "inteligente e atuante " da Câmara, imaginem o que veio e o que pode vir dos outros dito cujos. Pelas barbas do macaco magro, essa turma do "puxadinho" do Francis é ruim de serviço héim !

  • por Juliana, em 20.08.2019 às 14:05

    Capivara, como boa cacerense, você tinha que saber que já que é pra creche não tem dinheiro, não. Essa fase da criança não é importante. As famílias todas podem pagar babás para ficar com as crianças o dia todo enquanto os pais trabalham. Reserva do possível pra creche? Gastando 500 mil pra fazer fonte na praça? Ainda bem que tem Estados sérios neste país em que prefeitura não escapa de matricular criança em creche.

  • por Moreira, em 20.08.2019 às 13:46

    Pergunta do dia: a Câmara de Cáceres é melhor quando manda molhar rua de terra pra "resolver" o problema ou quando para pra discutir distribuição de panfleto?

  • por Rubens Neto, em 20.08.2019 às 12:08

    Essa é a questão mais importante de Cáceres atualmente para ser discutida. Estamos com um serviço público de primeira: educação e saúde referências nacionais em qualidade. Orçamento super bem empregado. Vereadores realmente precisam discutir a distribuição de panfleto porque está causando muitos males a Cáceres. Cáceres não se desenvolve por causa dos panfletos. Teremos que molhar esse panfletos na fonte da praça, porque os panfletos estão causando muitos problemas respiratórios nesse tempo seco. A educação municipal é uma das piores da região porque os panfletos atrapalham a aprendizagem dos alunos. Os médicos especialistas pediram demissão porque os panfletos dificultavam o trabalho deles. A arrecadação da cidade é baixa porque os panfletos não geram receita. Cáceres é uma das cidades mais pobres do Brasil (está nas 100 mais!!!!) porque os monopólio dos panfletos impedem o crescimento da cidade e a geração de empregos. Panfletos, GO HOME!!!

  • por Capivara pantaneira, em 20.08.2019 às 11:59

    Atuação legislativa pífia no estrito sentido da palavra, a reserva do possível para matrícula nas creches que fere a constituição, o estatuto da criança e o artigo 29 da ldb nada né! Pra vocês 4 vezes 4 é 24 né!

  • por de Cáceres, em 20.08.2019 às 11:13

    projeto fraco esse. Pastorello vai fiscalizar os PSFs, pronto socorro, aterro sanitário as escolas municipais ...já não temos empregos para os menos favorecidos e vc ainda vem com esse projetinho??? que tipo de candidato a prefeito é esse??? acorda cidadão...

 
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