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19/08/2019 - 09:35

Mãe é impedida de participar de festa de dia dos pais em creche de Cáceres

Por Joner Campos

O conceito de família mudou e com ele o significado das datas comemorativas tradicionais, como o Dia dos Pais vem mudando. Com as novas configurações familiares se tornando cada vez mais comuns na sociedade, mães solteiras, casais lésbicos, homens trans e casais gays trazem um novo sentido para a celebração.

Na noite deste sábado (17), a mãe Marli Rodrigues contou ao Cáceres Notícias que teria chegado a portaria da Creche Maria Estevão, que ao tentar adentrar a unidade escolar teria sido impedida.

A mãe contou que o vigia teria dito que somente homens (pais) poderia assistir as apresentações que estavam acontecendo no local. E que ela não poderia adentrar, devido a uma orientação da direção da creche.

“Me senti humilhada, sou pai e mãe da minha filha, o pai dela não é presente. A Rafaela ensaiou, conversei na sala da minha filha a minha situação, o meu pai de 80 anos avô da Rafaela que poderia ir com ela infelizmente esta adoentado, minha filha passou a tarde toda chorando pedindo para apresentar”, afirmou.

Segundo a mãe, no iniciou da noite teria resolvido levar sua filha somente para a apresentação, porém ao chegar ao local teria sido impedida de adentrar a creche.

A mãe Bia Paula que também se sensibilizou nas mídias sociais em relação a situação, disse que não pode levar sua filha devido as regras.

“Não levei minha filha devido a essa situação da creche, justamente para não passar por isso, me solidarizo com essa mãe, pois sou mãe e pai da minha filha, passei dias na fila em busca de vaga para ela, sem contar com a ajuda do pai dela, que também não é presente”, protestou.

Em entrevista, a Diretora da Creche, Lyamara Rodrigues, nos contou que tudo isso já havia sido acordado com a comunidade desde 2017, e que outras apresentações seguiram as mesmas regras.

“Devido a grande dificuldade em relação ao espaço, resolvemos fazer os eventos dessa forma desde 2017, aqui são mais de 280 crianças, se pensarmos em mais duas pessoas seriam mais 800 pessoas, não dispomos desse espaço. Mais tudo foi decidido em comum acordo com a comunidade, de como seriam feito os eventos nesse tipo de dinâmica”, ressaltou.

De acordo com a Secretária de Educação, Eliene Liberato Dias, essa não é uma orientação da pasta, e que essa determinação é da unidade escolar, devido à falta de espaço, e algo acordado entre a direção e a comunidade.

“Imediatamente ao saber da situação liguei para a diretora da creche, e foi informada dessa situação. Existe um acordo entre os pais e a direção dessa situação desde 2017. Quero reforçar que isso não é uma determinação da nossa secretaria, porém a direção da unidade tem a autonomia de gestão. Estaremos tomando as providências cabíveis para que algo dessa natureza não mais aconteça”, destacou.

Comentários

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10 comentários

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  • por Emmeline Costa de Araujo, em 19.08.2019 às 23:05

    Absurdo

  • por Adriana, em 19.08.2019 às 18:25

    E a Secretaria Municipal de Educação? Emitiu nota? O que disse? Vai permitir que esse procedimento continue sendo reproduzido toda festa? Se o problema é espaço (se bem que na festa junina, todo mundo coube), a própria Secretaria pode determinar que as festas sejam realizadas na Dom Máximo, como disseram aqui. Acabou-se o problema e evitamos que a escola pública municipal cacerense seja vista como uma produtora de exclusão.

  • por Margarida, em 19.08.2019 às 16:44

    E esses pedagogos amam recitar frases decoradas do Paulo Freire!!! Mas quando é pra aplicar os ensinamentos do grande Mestre, mostram que realmente nada aprenderam com ele.

  • por Paulo Renato, em 19.08.2019 às 16:43

    É uma coisa de louco isso. Em pleno século XXI uma atitude descabida e insana dessa natureza. Partindo justamente de uma instituição escolar...merece processos todos, do guarda aos demais responsáveis,inclusive as pessoas que fazem comentários a favor de uma barbárie dessa.

  • por CACERENSE, em 19.08.2019 às 15:40

    SIMPLESMENTE IGNORANCIA DE UM GUARDA QUE SIMPLESMENTE NÃO QUIS CHAMAR ALGUÉM RESPONSÁVEL PELO EVENTO E OU PELA ESCOLA, CUSTAVA CHAMAR ALGUÉM? POIS A MESMA SÓ FALTO AJOELHAR NA FRENTE DO GUARDA PRA ELE IR LA DENTRO E CHAMAR ALGUÉM, É QUE O SER HUMANA NÃO TEM MAIS PIEDADE DE NINGUÉM, QUE ISSO TUDO PASSE RÁPIDO NA MEMÓRIA DESSA CRIANÇA, DEUS É MAIS.

  • por Nataly, em 19.08.2019 às 14:13

    Infelizmente a pessoa que se apodera do espaço publico e acha que é dono. Em muitas escola de Cáceres tem esse tipo de pessoa lamentável o ocorrido.

  • por Maria Gorete, em 19.08.2019 às 12:52

    Com a palavra, a Promotoria da Infância e Juventude! Porque parece que e escola vai continuar com esse comportamento. Se essa aluna e sua mãe ingressarem com uma ação de danos morais, quem vai pagar o prejuízo? A Prefeitura vai pagar e depois, vai cobrar dos servidores eventualmente responsáveis? A probabilidade de o Judiciário confirmar a tese da ocorrência do dano moral é muito grande. Se essa mãe for atrás de seu direito, estará sendo a voz de muitos que estão na mesma posição e sofrem calados. A Secretaria Municipal de Educação não poderia oferecer um curso de atualização pedagógica sobre o papel da escola no mundo atual? Uma atualização sobre as mudanças no conceito de família desde os anos 1960? Ou simplesmente lembrar que a escola existe para incluir e não para reforçar exclusões...

  • por Jorge Campos, em 19.08.2019 às 12:25

    Não há adjetivos para qualificar o ato praticado pela escola. A escola menina dos olhos de Francis, tão generosamente tratada pela gestão, deveria estender a mesma generosidade à sua clientela. Pra que serviram todas aquelas matérias que discutiam inclusão e cidadania na UNEMAT? E a escola ainda insiste no erro e apresenta justificativas das mais variadas para um comportamento inaceitável. Espaço? Peça a quadra da Dom Máximo emprestada uma noite. A comunidade decidiu por maioria? Ora, se a comunidade quiser excluir os alunos com transtornos de aprendizagem ou de comportamento, porque "atrapalham" os filhos dos que se enquadram, a direção vai permitir? Ah... ela deveria ter arrumado uma figura masculina porque foi combinado! Será que essas professoras e direção nunca viram os dados do censo no Brasil? Não viram que há quase 30 milhões de famílias chefiadas por mulheres? Que esse número cresceu 105% entre 2001 e 2015? Então, quem já não tem a figura masculina que escola exige é excluído novamente por não participar de uma festa? E os defensores dessa exclusão se lembrem: trata-se de uma criança, não um adulto que vai racionalmente entender que o grupo que decidiu não está nem aí para quem não tem pai, já que a maioria tem. Um pedido de desculpas da escola já virá atrasado.

  • por José luiz, em 19.08.2019 às 12:23

    Meu Deus que despreparo desses educadores, o pior foi a desculpe que deram, não foram pessoas a mais simplesmente a mãe substituiu o "pai". Ah! Se fosse por falta de espaço físico então não poderia ter festa junina lá. Que aliás tava saindo gente pelo ralo de tanta gente que tnha. Simplesmente acabaram com sonho da pequenina que ensaiou tanto e nao pode se apresentar, porque nao tinha um "homem" para acompanhá-la. Hou dar uma dica da próxima vez façam o que ja é feito em varias escolas pelo Brasil afora que tem o dia de "Quem Cuida de Mim". Se atualizem hoje família é bem diversificada.

  • por EMMELINE COSTA DE ARAUJO, em 19.08.2019 às 11:12

    Minha ex companheira acompanha os meus filhos em todos os lugares, porque ela me substitui, ela é Pai e Mãe ao mesmo tempo, não pode ser barrada em lugar algum...

 
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