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16/08/2019 - 08:49

Cáceres registrou 488 casos de violência doméstica no primeiro semestre de 2019

Por Débora Siqueira

Assessoria

 (Crédito: Assessoria)
Cáceres registrou 488 casos de violência doméstica no primeiro semestre de 2019. No ano passado foram registrados cerca de 2 mil boletins de ocorrência, 681 inquéritos policiais relatados e outros 640 instaurados por mulheres agredidas. O número chamou a atenção da delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso, Judá Maali Pinheiro Marcondes.
 
Desde dezembro do ano passado quando assumiu a unidade, ela percebeu que o antigo prédio estava pequeno demais para os trabalhos desenvolvidos em parceria com o Alcoólicos Anônimos, que atua com palestras com agressores, uma vez que o abuso do álcool está presente na maioria dos casos de violência doméstica, e, em parceria com o Ministério Público Estadual, por meio do projeto Luz, em que uma psicóloga recebe um único depoimento da criança agredida, para que ela não precise reviver os momentos de trauma mais de uma vez durante o processo judicial.
 
“Temos o objetivo de combater a violência doméstica, trabalhando não só a repressão, mas na prevenção dos crimes, fazer um atendimento mais humanizado para mulheres, crianças, adolescentes e idosos”, disse a delegada, na inauguração da ampla e nova sede da Delegacia de Defesa da Mulher no último final de semana.
 
Por meio do projeto Luz, muitos casos de violência e abuso sexual foram denunciados na delegacia, com atendimento psicológico. A promotora Liane Amélia Chaves comentou que agora o atendimento para crianças e adolescentes está consolidado com o que a lei prevê, como uma sala para o depoimento sem danos para que a vítima não sofra ao falar sobre o crime reiteradas vezes.
 
“A cidade de Cáceres tem muita carência e esse déficit econômico acaba influenciando na família. Temos muitas famílias numerosas, de filhos de vários pais e os problemas familiares são muito grandes. Muita mulher ainda não tem coragem de denunciar e às vezes se mantém no relacionamento com agressor do filho por uma dependência financeira,” ilustrou a promotora Liane Chaves.
 
O secretário adjunto de Inteligência Policial de Secretaria de Estado de Segurança Pública, Wilton Massao Ohara, destacou que os 13 anos da Lei Maria da Penha, recém celebrados, mostram que houveram muitos avanços, especialmente no tratamento das vítimas. “Em alguns estados aumentaram em 98% o número de casos, o que especialmente neste tipo de crime não é ruim que ocorra, isso significa que as vítimas estão perdendo o medo e denunciando. Elas não aceitam mais viver sob uma vida de agressões e abusos,” concluiu. destacando aimportância na repressão e projetos para a prevenção, desenvolvidos pelas delegacias de defesa das mulheres neste contexto.

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