Notícias / Saúde

16/11/2009 - 00:00

Morte de professora está sob investigação das secretarias de Saúde do Estado e do município

Por Jornal Oeste

Assessoria/PMC O óbito da professora Greice Aparecida do Nascimento, 27, ocorrido neste domingo, 15, às 5h30 no Hospital Regional de Cáceres, com sintomas semelhantes ao da dengue, está sendo investigado pelas secretarias de Saúde do município e do Estado. As informações são do secretário, Luiz Landim, que junto com a equipe da Vigilância Epidemiológica, está acompanhando o caso. Segundo informações obtidas junta a médica Andréia Amaral, que atendeu a paciente, a professora deu entrada no hospital a 1h30 da manhã, apresentando fortes dores abdominais e queda de pressão. O quadro se agravou e ela foi transferida para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar de ter sido medicada, ela acabou vindo a óbito. Greice Nascimento estava gestante de 38 semanas e no momento que deu entrada no hospital, os médicos constataram ausência de batimentos cardíacos fetais. No atestado de óbito assinado pela médica, a causa da morte está como “INDETERMINADA”, porém, exames que a secretaria de Saúde do município teve acesso, indicam que no dia 12, a professora se submeteu a um teste no Hospital Regional para pesquisa de dengue e o mesmo deu negativo. Mas, para se certificar da causa morte, a médica juntamente com Vigilância Epidemiológica, decidiram pela realização de um novo exame para pesquisa de dengue. A analise está sendo feita no Laboratório de Fronteira e o resultado deve sair amanhã. Apesar do trabalho intenso dos 50 Agentes de Saúde Ambiental, que visitam as residências diariamente para eliminar criadouros e aplicar larvicidas e as dezenas de palestras de conscientização voltadas à profissionais de saúde e a comunidade, especialmente a estudantil, os casos de dengue aumentaram muito no seguindo semestre deste ano, seguindo uma tendência estadual, que transformou a doença em uma epidemia. Ao contrário do primeiro semestre, quando o município foi citado pela Secretaria Estadual de Saúde, como referencia na prevenção e combate a dengue, nos últimos dois meses, as notificações cresceram em função da antecipação do período das chuvas. Por conta disso, a prefeitura lançou mão da nebulização espacial, solicitada no dia 27 de outubro a Secretaria Estadual de Saúde, que fornece equipamentos e os inseticidas, e vem realizando desde o último dia 13, mutirões de limpeza em vários bairros da cidade. De acordo com reportagem do jornal Diário de Cuiabá deste domingo, 15, em Mato Grosso, especialmente nas maiores cidades, a dengue não deu trégua durante o ano inteiro. O serviço público de saúde já registrou um aumento de 350% no número de casos em relação ao ano passado. Enquanto de janeiro a dezembro de 2008 ocorreram 11.641, em 2009, faltando dois meses para fechar à estatística, já foram contabilizadas 37.736 ocorrências confirmadas da doença. Os mato-grossenses estão expostos a uma taxa altíssima de incidência da dengue. Em 2009, de cada 100 mil moradores, 1.257 contraíram a doença. Ano passado, a média foi de 393 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. O número de mortes preocupa os órgãos da saúde pública, em especial de crianças e adolescentes com até 15 anos. Foram 42 registros, com 35 confirmações até o momento. Dos 35 óbitos já confirmados, 19, mais de 50%, foram de crianças nessa faixa etária, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os adultos com mais de 40 anos também são vítimas freqüentes da doença. Dez pessoas que morreram de dengue este ano tinham mais de 40 anos. Em 2008, apenas uma pessoa morreu de dengue no Estado. No ano anterior, 2007, ocorreram 16 mortes. Treze cidades se destacam das demais pelo o número de pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti. Cuiabá aparece na liderança, com 11 mil notificações, logo atrás vem Várzea Grande, com 4.034, em terceiro surge Sinop, com 3.330 notificações. As demais cidades da lista são Tangará (2.110), Rondonópolis (1.633), Cáceres (1.363), Barra do Graças (972), Nova Mutum (790), Lucas do Rio Verde (734), Sorriso (691), Diamantino (671), Nova Olímpia (532) e Juína (516). As perspectivas para 2010 não são boas para os mato-grossenses. A dengue pode atingir um maior número de pessoas e fazer muito mais vítimas entre as crianças. A superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Conceição Vila, explicou que as crianças que ainda não contraíram a doença estão mais suscetíveis ao tipo dois do vírus e à manifestação da forma mais grave, hemorrágica, ou apresentação de complicações no tipo comum, conhecido como dengue clássica. Depende de cada cidadão fazer sua parte, ou seja, manter a caixa d’água fechada, não deixar no quintal ou dentro de casa recipiente que acumule água e possa se transformar em criadouro do mosquito, o quadro pode se reverter. Para Conceição Vila, 90% da população sabem como se prevenir, mas nem todos adotam as medidas recomendadas. “Se o mosquito não encontrar as condições adequadas para se reproduzir não teremos dengue nessas proporções tão preocupantes”. Acabar com a doença, acredita a superintendente, não será mais possível no Brasil. Conceição Vila acha que o brasileiro se acostumou tanto a falar de dengue que o assunto banalizou. Enquanto isso, a doença se alastra. “Precisamos pensar que não pode haver um único recipiente, seja ele uma tampinha de garrafa que acumule água, porque é suficiente para a fêmea depositar os ovos”, alerta. Ela lembrou que o ovo fica na natureza, em ambiente seco, até um ano esperando o contato com a água para eclodir. Ranking da dengue em Mato Grosso 1. Cuiabá - 11 mil notificações 2. Várzea Grande - 4.034 notificações 3. Sinop - 3.330 notificações 4. Tangará da Serra - 2.110 notificações 5. Rondonópolis - 1.633 notificações 6. Cáceres - 1.363 notificações 7. Barra do Graças - 972 notificações 8. Nova Mutum – 790 notificações 9. Lucas do Rio Verde – 734 notificações 10. Sorriso – 691 notificações 11. Diamantino – 671 notificações 12. Nova Olímpia – 532 notificações 13. Juína – 516 notificações Fonte: Diário de Cuiabá
 
Sitevip Internet