Está virando uma verdadeira novela, o caso da suposta agressão do vereador Dênis Maciel (Avante) contra a esposa no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher. Depois de 120 dias, a Câmara Municipal ainda não decidiu o que fazer. O relatório que apurou a quebra de decoro parlamentar, contendo todos os interrogatórios, foi entregue pelo vereador Alvasir Alencar (PP), relator da comissão, no início de junho. No entanto, até hoje, depois de 30 dias, ele sequer foi colocado para apreciação em plenário.
Na sessão de segunda-feira (24/6), o presidente interino, vereador Vagner Barone (Podemos) explicou que “aguardará todos os vereadores analisarem o relatório, visto que alguns ainda não o receberam”. Explica-se: assim que recebeu o documento, há quase um mês, o presidente da Casa, vereador Rubens Macedo (PTB) inseriu a gravação dos depoimentos em CD e distribuiu aos vereadores. Porém, de acordo com o presidente interino “alguns ainda não o receberam” e tampouco avaliaram.
O caso passou a ser mantido em sigilo, de acordo com Alvasir Alencar “para não expor a mulher do acusado”. Ele também faz mistério sobre o que sugeriu como relator da comissão. “Eu fiz a minha parte, agora depende da interpretação de cada vereador se ele merece apenas advertência ou a cassação do mandato”.
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E acrescenta: “O caso é bastante complexo. Apesar do trabalho investigatório realizado pela comissão, algumas situações não ficaram bem esclarecidas. Alguns policiais ouvidos afirmaram que não viram nenhum pedaço de pau com o acusado; outros disseram que só viram quando ele jogou o objeto no mato”. Essa situação é destacada pelo relator porque, os policiais que atenderam a ocorrência afirmaram que foram ameaçados com um pedaço de pau pelo vereador.
Alencar cita que além da vítima e do acusado, a comissão ouviu relatos dos policiais que atenderam a ocorrência e até do comandante do 6º Batalhão da Policia Militar, porque na defesa o vereador além de negar a agressão contra a esposa, afirma que foi vítima de violência policial. “Nada disso aconteceu. Eu não agredi e nem ameacei ninguém. E, sequer usei minha prerrogativa de vereador. Eu somente pedi a eles para que me deixassem ir para a delegacia prestar os esclarecimentos, em meu carro, e eles não deixaram” afirmou.
Explicou ainda que “a minha mulher chamou a policia para acalmar a situação, não para me agredir. Tanto é que ela confirma isso” diz afirmando que o desentendimento entre ele e a esposa ocorreu porque ela estaria magoada por ele não ter saído com ela no Dia Internacional da Mulher. As penalidades previstas pelo Regimento Interno da Câmara, em casos dessa natureza e a suspensão das atividades parlamentares por 30 dias ou em caso de maior gravidade a perda do mandato.