Jornal Oeste

Nadja Vasques Da Redação O acesso a telefones celulares pelos presos de Mato Grosso foi dificultado essa semana. Os principais presídios e cadeias públicas do Estado adotaram detectores de metais fabricados com a utilização de uma nova tecnologia, sensível a qualquer corpo estranho de metal, madeira e até cerâmica. No teste do equipamento, em uma revista nas alas 1 e 2 da Penitenciária Central do Estado, quinta-feira (9), foram encontrados 57 celulares, 32 chips, 25 baterias e 10 carregadores. Cerca de 500 presos ocupam essas 2 alas. No total, são 21 equipamentos fixos, em forma de portais, e 65 portáteis, que se parecem com pás, de aproximadamente 60 centímetros cada. O custo da aquisição foi de R$ 1,2 milhão, sendo R$ 1 mi do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e R$ 200 mil de contrapartida do Estado. Para o diretor geral do Depen, Airton Aloisio Michels, que esteve ontem em Cuiabá para acompanhar o teste dos equipamentos, a medida resolve um dos principais problemas da segurança pública atual, que é o uso do aparelho celular por criminosos presos. Revistas feitas nas unidades prisionais do Estado resultaram na apreensão de 501 celulares ano passado, 638 em 2007 e 332 em 2006. Aparelhos que, segundo o diretor do Depen, são usados para comandar quadrilhas que estão fora das penitenciárias ou falsos sequestros. "A tecnologia evoluiu e a criminalidade aderiu a essa evolução. O Estado precisa superar os criminosos". Michels considera que os novos equipamentos têm também um efeito pedagógico que pode resultar na redução de prisões de mulheres no Estado. Ele avalia que muitas delas são presas quanto tentam levar telefones ou drogas para os parceiros detentos. "Muitas mulheres se sentirão inibidas com esses equipamentos". Os portais estão sendo instalados na Penitenciária Central (4), Presídio Feminino Ana Maria Couto May (2), Centro de Ressocialização de Cuiabá - CRC (4), Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger (1), Cadeia Pública de Várzea Grande (2), Cadeia Pública de Rondonópolis (2), Presídio Feminino de Cáceres (1), Presídio Masculino de Cáceres (2), Mata Grande em Rondonópolis (2) e Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra (1). A Penitenciária Central e o CRC, os maiores do Estado, receberam 4 equipamentos, sendo 2 instalados na entrada principal e 2 na entrada das alas. Até domingo todos os aparelhos estarão instalados.