Sumiços “misteriosos” de documentos importantes na Câmara Municipal de Cáceres não é tão incomum como se parece. Isso já aconteceu mais de uma vez. E, “já virou caso de polícia”. A revelação foi feita pelo próprio presidente do legislativo municipal, vereador Rubens Macedo (PTB), na sessão da última segunda-feira (17).
Ao usar a tribuna para desqualificar a reportagem do Jornal Expressão que divulgou o “desaparecimento misterioso” do requerimento para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para “investigar a amplitude e responsabilidades sobre perdas de recursos federal e estadual, pela Secretaria de Saúde”, Macedo disse:
Isso não é a primeira vez que isso acontece. “Como já aconteceu no passado. Vocês estão lembrados? Sumiu o projeto de Lei de Reestruturação da Câmara. Ele só apareceu, misteriosamente, depois que decidimos abrir uma Sindicância Administrativa para apurar o fato. Virou caso de polícia” admitiu.
De autoria do vereador Cesare Pastorello (SD), o requerimento que sugere a criação da CPI foi protocolado na Câmara no dia 10 de maio. Na quinta-feira (13/6), depois de um mês, ele informou que o documento ainda não havia entrado na pauta porque havia sumido. E, que havia denunciado o desparecimento à Ouvidoria da Câmara.
No mesmo dia o Jornal Expressão entrou em contato com o vereador Rubens Macedo. A princípio, no corredor da Câmara, ele disse que não havia nenhum sumiço e que, o próprio autor havia retirado o requerimento da pauta. Com a negativa de Pastorello, ao ser novamente indagado, se o requerimento seria colocado na pauta da próxima sessão, Macedo se descontrolou.
Sem saber explicar a lambança retrucou: “você é vereador pra querer saber? Se você quiser informação tem que marcar um horário pra falar comigo”. Na sessão de segunda-feira, mais calmo Macedo explicou, que não colocou o requerimento em pauta porque foi protocolado de forma errônea. E, que não tem nenhum motivo para não pautar o requerimento.
Disse que Pastorello apresentou o requerimento com apenas uma assinatura e as demais (quatro) a dos vereadores José Eduardo Torres (PSC), Valdeniria Dutra Ferreira (PSDB), Gerônimo Gonçalves (PSB) e Creude Castrillon (Podemos) só foram coletadas durante a sessão.
Contudo, manteve o despreparo e arrogância ao afirmar que o jornalista que quiser fazer entrevista com ele tem que marcar audiência com data e hora.
Inconformado pela reportagem do Jornal Expressão em divulgar ações que desagradam à presidência da Casa, Macedo disse que o jornalista, destorce as informações. E, que nesse dia a reportagem agiu maldosamente com a intenção de amedrontá-lo. “Ele (repórter) destorce tudo que eu falo. Ele agiu maldosamente, querendo me amedrontar. Mas, eu não tenho medo” disse.
Nota da Redação
A direção do Jornal Expressão e site Expressão Notícias, através do editor Sinézio Alcântara, rechaça os argumentos usados pelo presidente da Câmara, na tentativa de desqualificar, com inverdades, a reportagem. Afirma que, em momento algum, usou de maldade ou de forma truculenta para intimidar o vereador Rubens Macedo.
E, que sua conduta é pautada, há mais de 30 anos de atuação jornalista em Cáceres e Mato Grosso, na ética e lisura. Sempre procurando levar as informações isentas de quaisquer tendências ou animosidades ao leitor.
Criteriosa, a reportagem faz questão de, antes de divulgar quaisquer informações, ouvir com ética e responsabilidade os dois lados da noticia. E que, por isso, mantém o que disse.