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14/11/2009 - 00:00

Dengue avança 350% em Mato Grosso

Por Jornal Oeste

ALECY ALVES Da Reportagem Em Mato Grosso, especialmente nas maiores cidades, a dengue não deu trégua durante o ano inteiro. O serviço público de saúde já registrou um aumento de 350% no número de casos em relação ao ano passado. Enquanto de janeiro a dezembro de 2008 ocorreram 11.641, em 2009, faltando dois meses para fechar a estatística, já foram contabilizadas 37.736 ocorrências confirmadas da doença. Os mato-grossenses estão expostos a uma taxa altíssima de incidência da dengue. Em 2009, de cada 100 mil moradores, 1.257 contraíram a doença. Ano passado, a média foi de 393 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. O número de mortes preocupa os órgãos da saúde pública, em especial de crianças e adolescentes com até 15 anos. Foram 42 registros, com 35 confirmações até o momento. Dos 35 óbitos já confirmados, 19, mais de 50%, foram de crianças nessa faixa etária, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os adultos com mais de 40 anos também são vítimas frequentes da doença. Dez pessoas que morreram de dengue este ano tinham mais de 40 anos. Em 2008, apenas uma pessoa morreu de dengue no Estado. No ano anterior, 2007, ocorreram 16 mortes. Treze cidades se destacam das demais pelo o número de pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti. Cuiabá aparece na liderança, com 11 mil notificações, logo atrás vem Várzea Grande, com 4.034, em terceiro surge Sinop, com 3.330 notificações. As demais cidades da lista são Tangará (2.110), Rondonópolis (1.633), Cáceres (1.363), Barra do Graças (972), Nova Mutum (790), Lucas do Rio Verde (734), Sorriso (691), Diamantino (671), Nova Olímpia (532) e Juína (516). As perspectivas para 2010 não são boas para os mato-grossenses. A dengue pode atingir um maior número de pessoas e fazer muito mais vítimas entre as crianças. A superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Conceição Vila, explicou que as crianças que ainda não contraíram a doença estão mais suscetíveis ao tipo dois do vírus e à manifestação da forma mais grave, hemorrágica, ou apresentação de complicações no tipo comum, conhecido como dengue clássica. Depende de cada cidadão fazer sua parte, ou seja, manter a caixa d’água fechada, não deixar no quintal ou dentro de casa recipiente que acumule água e possa se transformar em criadouro do mosquito, o quadro pode se reverter. Para Conceição Vila, 90% da população sabem como se prevenir, mas nem todos adotam as medidas recomendadas. “Se o mosquito não encontrar as condições adequadas para se reproduzir não teremos dengue nessas proporções tão preocupantes”. Acabar com a doença, acredita a superintendente, não será mais possível no Brasil. Conceição Vila acha que o brasileiro se acostumou tanto a falar de dengue que o assunto banalizou. Enquanto isso, a doença se alastra. “Precisamos pensar que não pode haver um único recipiente, seja ele uma tampinha de garrafa que acumule água, porque é suficiente para a fêmea depositar os ovos”, alerta. Ela lembrou que o ovo fica na natureza, em ambiente seco, até um ano esperando o contato com a água para eclodir.
 
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