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20/05/2019 - 07:09

Com bloqueio de 50% de verba da custeio e manutenção, Unemat trabalha no limite

Por RD News

Se não houver suplementação financeira, a Unemat pode não conseguir honrar as contas básicas de maio como pagamento dos serviços de limpeza, segurança, água, luz e telefone. O alerta é do pró-reitor de Gestão Financeira da universidade estadual Ricardo Keichi Umetsu.

Em entrevista ao , ele revela que a Unemat está trabalhando no limite e que a situação tem se agravado a cada dia, em razão de decreto do Governo Mauro Mendes, de abril, o orçamento total da Unemat já saiu de R$ 401 milhões para R$ 368 milhões. O contingenciamento é realizado por grupos de despesas e, proporcinalmente, totaliza 5,97% do orçamento previsto.

A vigência do decreto é até julho, mas a instituição não conseguirá arcar com o custeio básico até lá. Para se ter uma ideia do tamanho do corte, ele representa cerca de 50% do valor destinado às despesas com custeio e investimentos (que foram zerados). Ricardo alega que a direção da instituição tem feito reuniões constantes junto ao governo para mostrar as demandas e a insuficiência de recursos. “Agora, no final de maio, vamos solicitar um financeiro suplementar. Se não tiver, vamos ter problemas com terceirizados. Precisamos pagar em maio a fatura de março, já são quase duas vencidas”, revela.

O pró-reitor ressalta que a universidade tem convivido, já há algum tempo, com cortes e contingenciamentos. Neste ano, entretanto, o bloqueio tem sido mais severo. Em 2018, último ano da gestão Taques, foram contingenciados 3.86% dos R$ 380 milhões previstos.

E, para piorar, o Paiaguás não honrou todos os repasses mantidos, o que fez com que a universidade acumulasse dívidas que ainda não foram quitadas.  Assim, a Unemat, ao total, deixou de receber quase R$ 62 milhões, o que representa 16%.

Hoje, os restos a pagar (de 2018, somados aos débitos deste ano) chegam a R$ 12 milhões. Ricardo pondera que, desde o começo do ano, a instituição vem priorizando água, luz, telefone, ISSQN. E, por outro lado, tem deixado de pagar, por exemplo, bolsas de pesquisa, de extensão e foco - que custam R$ 500 mil por mês. Também não há recursos para investir em obras e manutenção.

 O orçamento da Unemat, que corresponde a 2,5% da Receita Corrente Liquida (RCL) do Estado, está estimado em R$ 401 milhões neste ano, sendo 80% destinado ao pagamento da folha salarial.

Cobrança

Nesta semana, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), em entrevista ao , disse que o governador Mauro Mendes (DEM) está equivocado, quando não descarta promover cortes no orçamento da Unemat, justamente por conta do contingenciado. “Os recursos de custeio estão contingenciados em 49%. A previsão era R$ 4,5 milhões por mês para custeio e estão recebendo R$ 2,7 milhões”, alerta o petista .

As declarações são uma resposta a Mauro que não descartou seguir os passos do Governo Jair Bolsonaro (PSL), que “congelou” 24,84% das verbas discricionárias e 3,43% do orçamento total de 63 universidades e 38 institutos federais, sem prazo para liberação. No total,  R$ 1,7 bilhão estão congelados. 

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3 comentários

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  • por Tibúrcio junco pantaneiro, em 20.05.2019 às 22:41

    Com um presidente e um governador que não investem não educação, vamos formar povos ignorantes e leigos...

  • por Pedrão, em 20.05.2019 às 18:29

    Com a palavra, os notáveis eleitores da extrema-direita, que não se importaram em sequer conhecer o plano de governo (já que o candidato nunca deu as caras em debate e nem mesmo fez campanha). Estamos diante de um desmonte do Estado. Se bem que, para o energúmeno-raiz - eleitor típico - o fim da educação pública não significa nada: Não estudou, nem pretende estudar.

  • por MOSSUETO, em 20.05.2019 às 09:44

    E agora? Só nos resta bater palmas a essa máfia de incompetentes que assumiram o comando do País, prometendo mundos e fundos sem saber as condições do orçamento do Estado, do País, e sem um histórico administrativo a altura das nossas NECESSIDADES, estamos vendo tudo desabar e sem um rumo a tomar, mas a culpa é só nossa, temos uma massa de manobra e a classe de educadores que deveria tomar partido, não suportam politica e o resultado é essa CALAMIDADE.

 
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