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25/04/2019 - 13:08

Recém-nascida do interior morre à espera de UTI; 2º caso em menos de 1 semana

Por RD News

Menina que faleceu dia 18

Menina que faleceu dia 18

Uma menina recém-nascida e indígena morreu, na noite desta terça (23), após esperar 15 dias para ser transferida para uma UTI neonatal. Ela não resistiu e veio a falecer na UPA de Sinop (a 500km de Cuiabá). É o segundo caso de morte, em menos de uma semana, de bebês do interior de Mato Grosso que aguardam transferência para leitos de alta complexidade.

A suspeita é que a recém-nascida tenha falecido de meningite. A Defensoria Pública conseguiu inclusive uma liminar, no mesmo dia que ela deu entrada na UPA, para transferi-la de hospital em que tivesse UTI. A menina precisava de atendimento de alta complexidade e aguardava consulta com neurologista.

No mesmo dia, a Prefeitura de Sinop notificou a Secretária de Estado de Saúde (SES) sobre a necessidade da UTI. Porém, nada foi feito e a criança veio à óbito na noite de ontem. A recém-nascida é da etnia Kaibi, que fica localizada no Parque Indígena do Xingu.

A Prefeitura lamentou o falecimento e informa que fez contatos diários para solicitar a vaga para a paciente. O município ressalta que a UPA não é unidade para atendimentos de alta complexidade. Ainda há outros casos de alta complexidade na UPA que aguardam transferência para leitos de UTI.

Em nota, a SES reconheceu a necessidade de transferência, confirmou o óbito da bebê e disse que a causa foi devido a um quadro de pressão intracraniana. A pasta informou que não havia encontrado uma vaga com o perfil que a recém-nascida exigia.

"Neste contexto, a SES-MT enfatiza que trabalhou incessantemente na busca pela viabilização de uma vaga de UTI, da mesma forma que está empenhada na resolução de outros casos em Mato Grosso", informa


(Foto ilustrativa) Leitos de UTI neonatal, como este, com encubadora, são fundamentais para salvar vida de recém-nascidos com problemas de saúde 


A primeira morte

Outro caso de morte de recém-nascido, de Campo Novo do Parecis,  também foi registrado na última quinta (18). Ela também aguardava uma UTI neonatal num hospital público. Chegou a ser transferida para um hospital particular na Capital. Passou por cirurgia e, no pós-operatório, teve complicações. 

Os pais do bebê só conseguiram a vaga no hospital privado depois de contrair um empréstimo. A outra parte do custeio conseguiram arrecadar fazendo uma vaquinha online. Eles conseguiram R$ 18 mil, valor suficiente para cobrir apenas três dias na unidade particular. 

A recém-nascida foi diagnosticada com cardiopatia congênita. A enfermidade podia levá-la à morte, caso não recebesse o tratamento adequado.

Os pais lamentaram a morte da filha em um post no Facebook: “Deus chamou ela para exercer o cargo de anjo ao lado dele”. Amigos e parentes também postaram mensagem de luto. "Mas um anjo no céu", diz um dos internautas.

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  • por MOSSUETO, em 25.04.2019 às 16:39

    Que coisa! Elegemos nossos governantes, para cuidar de nossos interesses, mas na hora H, todo mundo some, os pais são orientados para correr atrás da cura, buscam a mesma, mas são deixados a própria sorte, a justiça faz a sua parte, em parte, pois mandam, mas não são obedecidos e o resultado é o que estamos vendo, e agora, após o óbito, ninguém é chamado a responsabilidade, e ai, ficam os pais e a justiça com cara de tacho, pois não foram capazes de fazer o executivo cumprir as determinações feita.

 
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