Jornal Oeste

JOANICE DE DEUS Da Reportagem Índice de infestação predial de 2% do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, registrado em outubro passado coloca Cuiabá em estado de alerta. Situação que, associada às constantes chuvas, faz a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) intensificar a vigilância e o combate ao vetor, diante do sombrio cenário que ainda está por vir. O objetivo é evitar o aumento de casos, especialmente os mais graves, já que a circulação outra vez do sorotipo 2 deixa as pessoas, especialmente as crianças, mais expostas ao tipo de cepa mais virulento. De acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, índice larvar de zero a 1% é considerado satisfatório, entre 1,1% e 3,9%, o cenário é de alerta, e acima deste percentual, o risco é de surto. A preocupação é grande também porque houve um salto significativo dos casos neste ano se comparado a 2008, quando ocorreram 936 notificações no ano todo, com 488 confirmações da doença. Em 2009, já são 11.250 notificações até 10 de novembro, com 10.534 casos confirmados, dos quais 131 são do tipo dengue com complicação, 183 hemorrágicos (FHD) e dois pacientes apresentaram síndrome do choque (SCD). Ocorreram ainda oito óbitos (um aguarda resultado do exame laboratorial). Esses números colocam a cidade na condição de hiperendêmica e com um prognóstico preocupante para os próximos meses. Um detalhe importante é que houve um salto de 69 casos para 85 – um aumento de 18% no número - entre setembro e outubro deste ano, período em que também ocorreram oito registros graves. Para a SMS, a população não está fazendo o seu dever de casa. Isso porque, conforme Simplício, os criadouros do mosquito estão dentro dos quintais das casas. “A população não está tendo uma atitude pró-ativa”, disse. “Precisamos da mobilização de todos para reverter o quadro. É importante não deixar água limpa e parada e tampar bem as caixas d’água”, cobrou. O Pedra 90 é um dos bairros que mais preocupam. Lá ocorreram 1.023 confirmações da doença. Além disso, apresenta um dos piores índices de infestação lavar, que varia entre 15% a 19%. Outras comunidades que chamam a atenção são o Dom Aquino, com 345 casos, seguido do CPA III (307), Jardim Vitória (292), Jardim Industriário (230), Santa Isabel (217), Tijucal (215), Cidade Alta (164), Alvorada (152) e Pedregal (140). Essa situação levou a administração municipal a desencadear o mutirão da limpeza, que já recolheu cerca de duas mil toneladas de lixo, considerado criadouro do mosquito. Ontem, a patrulha mecanizada estava em bairros como o Nova Conquista, Jardim Leblon e Cidadã Alta. Conforme Simplício, também está sendo feito o chamado “tratamento 100%”, que consiste na colocação de lavercida nos locais que sirvam de criadouros. Além disso, para mobilizar a população e conter o avanço da dengue, a SMS está programando uma série de atividade para os próximos dias. No dia 18, está previsto o mutirão da “Limpeza e Saúde” no Porto e,dia 26, o Fórum de Combate a Dengue, além de uma caminhada.