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11/03/2019 - 16:42 | Atualizado em 12/03/2019 - 10:56

Marinha do Brasil comemora Centenário de Cáceres

Por João Arruda

Nesta terça-feira (12), a Agencia Fluvial de Cáceres, Organização Militar da Marinha do Brasil, no município de Cáceres completará 100 anos de fundação. Uma solenidade marcada para as 10 horas celebrará a data sob o comando do capitão-tenente Bruno Mendes de Arruda.

Na ocasião alguns cidadãos cacerenses serão agraciados com a comenda “Amigos da Agencia Fluvial”, tal honraria concedida por terem de alguma maneira contribuídos com a Instituição Militar mais antiga do Brasil , bem como mais antiga de Cáceres.

A Agencia  foi criada em 12 de março de 1919, naquele período inicio do século passado, a navegação no Rio Paraguai era intensa e o principal meio de transporte entre Cáceres, Corumbá e restante do país. Essa comunicação hidroviária  permitia a exportação das matérias primas aqui produzidas e a importação de produtos industrializados que aqui aportavam oriundas de países europeus.

Daí a necessidade da implantação da Marinha do Brasil no município para coordenar essa movimentação das embarcações, tripulações e passageiros.

No período da criação da agencia na cidade, o município vivia um grande impulso econômico com a exportação da raiz da ipecacuanha – poaia – uma planta nativa desta região, da qual os grandes laboratórios da Europa, extraíam a emitina, empregada para a fabricação da morfina. Daqui toneladas dessas raízes eram embarcadas com destino ao Porto de Corumbá e de lá para a Europa.

Além da poaia exportada em larga escala, a produção de caldos de carnes enlatadas no complexo industrial da Fazenda Descalvados também tinha como destino à Europa através do Rio Paraguai, o que reforçou ainda mais a necessidade da instalação da unidade da Marinha do Brasil em Cáceres.

Nos anos 80, o então prefeito Ivo Cuiabano Scaff, com apoio da Marinha do Brasil criou em Cáceres o primeiro Festival Internacional de Pesca de Cáceres, desde então o evento foi crescendo até se tornar na maior realização turistica do Estado de Mato Grosso. E, a MB desloca anualmente um numero de militares embarcações, helicópteros para garantir a segurança da competição. Apoio este fundamental para a realização do Festival.

A Marinha do Brasil, através da Agencia de Cáceres, popularmente chamada de “Capitania dos Portos”, foi o caminho para muitos jovens que durante muitos anos se alistavam nessa Organização Militar para prestarem o serviço militar ou mesmo seguirem a carreira na “Gola” ou mesmo como Fuzileiros Navais. * gola são os marinheiros.

Atualmente esse recrutamento não mais ocorre, mas foi através dessa alternativa em Cáceres que o suboficial Gerson Custódio dos Santos, formado pela MB como operador de radar, fez sua carreira, atualmente reformado o “velha guarda” Custódio reside em Cáceres.

O ex-reitor da Unemat Taisir Karin esteve por uma temporada na Marinha do Brasil, onde “bateu ferrugens” no contratorpedeiro Mato Grosso no estado do Rio de Janeiro hoje esse "navio já foi desativado era para onde iam servir após formação os marinheiros nascidos em Mato Grosso em sua maioria. O primo de Taisir, Yasser Abdel Aziz, é outro cacerense que se formou na Escola de Formação de Reservistas Navais em Ladario, hoje Yasser atua como representante comercial nesta cidade. Já entre os fuzileiros navais, brilhou na Marinha o cacerense Manoel Mendes, nascido na Cavalhada conhecido como "Saíco".

Outras centenas de jovens oriundos de Cáceres compuseram as fileiras da Marinha do Brasil, partindo desde este municípios servindo em terra ou embarcados, e na atualidade compõe o quadro de reservas remuneradas ou sem remunerações.

Como Cáceres enviou seus jovens para cumprirem o serviço militar obrigatório, numa forma inversa à Marinha deslocou oficiais e praças para aqui prestarem seus serviços, e muitos deles após a ida pare a reserva fincaram raízes em definitivo nesta terra de fronteira e de Pantanal, a figura simpática do capitão Renato Thomaz, gaúcho de Torres, é o mais conhecido. No entanto, falecido no último sábado 09, o sargento Gentil Pires Dantas era da reserva da MB, formado em Eletrônica no Cen​tro de Instrução Almirante Wanderllok (Ilha das Enxadas RJ), militou mesmo dentro da caserna contra o Regime Militar, pagou um preço alto mas não cedeu um milímetro das suas convicções até obter seus direitos reconhecidos pela Armada, acabou vindo para Cáceres fixando com sua família a sua moradia para sempre.

Ainda neste mes Bruno Arruda passará o comando ao seu sucessor oriundo do Comando de Promoção de Oficiais do 1º Distrito Naval no Rio de Janeiro, o oficial tem nome pomposo de origem polonesa, Stanislaw, porém aportuguesado capitão-tenente Estanislau Geraldo de Carvalho.

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