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14/02/2019 - 17:55

Juíz que atuou na Comarca de Cáceres, suspeito por grampos tem sindicância arquivada pela Justiça

Por Gazeta Digital

O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ) arquivou nesta quinta-feira (14) sindicância para apurar supostas irregularidades cometidas pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira. Pairava sobre ele suspeitas em decisões para autorização de interceptações telefônicas, fatos investigadas no caso conhecido como “grampolândia pantaneira”.

Enquanto atuava na Comarca de Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá), Jorge Alexandre Martins Ferreira autorizou interceptações telefônicas feitas pela Polícia Militar. No processo então relatado pelo magistrado, telefones de jornalistas e autoridades foram incluídos indevidamente numa supostas investigação sobre tráfico de drogas.     

Jorge Alexandre determinou a instauração e prorrogação por 3 vezes dos grampos. O objetivo oficial era a produção de provas contra facção criminosa que atuava no  tráfico de drogas na fronteira.   

Na sessão do Pleno, após analisar cada decisão, incluindo as prorrogações, o colegiado de desembargadores, por maioria, não reconheceu erros intencionais do juiz. Assim, a sindicância acabou sendo arquivada.   

Sobre os grampos, reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio de 2017 que a Polícia Militar em Mato Grosso interceptava de maneira irregular uma lista com dezenas de pessoas que não eram investigadas por nenhum crime.     

A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (MDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes Neto, conhecido como Muvuca. Eles eram apenas alguns dos “monitorados”.      

O esquema de arapongagem já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. As escutas telefônicas clandestinas eram realizadas na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.   

Na esfera militar, no processo conhecido como grampolândia pantaneira são réus os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior. A sentença deve ser formulada nos próximos meses.

A informação sobre o arquivamento da sindicância foi divulgada pelo site Ponto na Curva. 

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