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04/02/2019 - 17:35

MPF aciona Iphan judicialmente pela inexistência de plano de proteção do patrimônio cultural de Vila Bela

Por Assessoria

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 (Crédito: Assessoria)
O Ministério Público Federal  (MPF), por meio da sua unidade em Cáceres (MT), ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o estado de Mato Grosso e o município de Vila Bela da Santíssima Trindade. A ACP objetiva a realização de um plano tripartite para proteção e promoção do patrimônio cultural material e imaterial de Vila Bela.

Conforme o MPF, na ACP, a antiguidade do município indica uma forte sedimentação de aspectos culturais específicos, que foram ganhando novos significados ao longo do tempo. Inicialmente, durante o período colonial, a existência de festas e celebrações esteve muito atrelada ao poder instituído do reino português e também à religião.

Dentre os elementos culturais destaca-se o canjinjin, inicialmente bebida alcoólica restrita aos dançantes do Congo, produzido por diversas famílias vilabelenses e hoje um dos produtos mais marcantes da cidade. Há também a Dança do Chorado e a Dança do Congo, ambas apresentadas durante a Festa de São Benedito, historicamente um dos santos de maior de devoção da comunidade negra.

“A origem do Chorado, embora imprecisa, remontaria à dança por meio da qual as escravas tentariam mitigar as punições impostas pelos senhores aos homens da família. A Dança do Congo ocorreria desde o início da celebração da Festa de São Benedito em 1835”, conforme levantamento feito por ocasião do inventário cultural da cidade.

Em 2014, o MPF instaurou o inquérito civil público 1.20.001.000120/2014-62 com o intuito de verificar a proteção à Festança de Vila Bela, manifestação cultural da comunidade de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em 2015, foi realizada uma audiência pública com a presença de integrantes do Iphan em Mato Grosso e do município, na qual foram apresentadas diversas visões sobre o patrimônio cultural local e feitos pedidos pela comunidade. Conforme explicado na ação, a tarefa do Poder Público em relação à Festança de Vila Bela não pode se resumir à transferência de recursos, sendo necessário coordenação de um plano de promoção dasmanifestações culturais e conservação do acervo produzido anualmente.

Dentre os pedidos do MPF também se inclui a proteção às edificações históricas. Foi requerido que o Iphan, o estado de Mato Grosso e o município de Vila Bela da Santíssima Trindade apresentem estudo de medidas que devem ser adotadas para preservação das ruínas da Igreja Matriz de Vila Bela e do Palácio dos Capitães-Generais, com respectivo cronograma de execução das providências necessárias, considerando a urgência em sua realização.

Vila Bela da Santíssima Trindade – Vila Bela da Santíssima Trindade, capital de Mato Grosso até 1835, quando houve a transferência para Cuiabá, foi fundada em 19 de março de 1752, embora o povoamento da região seja anterior. A função estratégica da cidade era garantir a ocupação da região fronteiriça com a América espanhola, permitindo aos portugueses a expansão de seus domínios. O projeto foi bem-sucedido, fixando-se a fronteira naquele ponto, como se vê atualmente. Vila Bela da Santíssima Trindade está localizada a 527 quilômetros a noroeste da capital atual, Cuiabá.

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3 comentários

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  • por Helo, em 05.02.2019 às 14:02

    Vdd olhem também por Cáceres e faça esse IPhan ou quem de competência arrumar esses prédios caindo aos pedaços. Pq se deixar só vai olhar alguma coisa quando cair em cima de alguém e matar. Assim mesmo lançam uma nota de pesar e já foi ..... Enfim um órgão olhando pra esse lado. História não é esperar deteriorar e deixar desmantelar na cabeça de alguém.

  • por Juliana, em 05.02.2019 às 01:40

    Ministério Público Federal (MPF), olhe por Cáceres também, prédios caindo aos pedaços, risco de morte para população. Não existe políticos aqui de competência, apenas amadores, olhem por Cáceres pelo amor de Deus !

  • por Jr, em 04.02.2019 às 21:30

    MPF aciona por todas os patrimônios existentes. Querem muito e fazem nada ! Enfim o MP em ação para colocar ordem nisso !

 
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