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07/11/2009 - 00:00

Capacitação para multiplicadores da hanseníase tem início na próxima segunda-feira

Por Jornal Oeste

CAROLINA MIRANDA Assessoria/SES-MT A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Área Técnica de Combate a Hanseníase, inicia na próxima segunda-feira (09.11), a partir das 8h, no Hotel Mato Grosso Palace, em Cuiabá, o 1º Curso de Formação de Multiplicadores em Prevenção de Incapacidade da Hanseníase. A ação tem por objetivo capacitar os profissionais que atuam na área de assistência ao paciente da hanseníase, distribuídos entre as regionais de saúde, nos 141 municípios mato-grossenses para se tornarem multiplicadores habilitados quanto ao tratamento, diagnóstico e acompanhamento correto dos pacientes, além também de noções básicas de atendimento, cuidados, formas de prevenção de incapacidades e os principais sinais e sintomas da doença. “O objetivo do curso é orientar os profissionais e conscientizar quanto a necessidade de uma assistência adequada durante o tratamento e o diagnóstico precoce, resultando assim em um tratamento integral e de qualidade, evitando-se a progressão da doença que tem como principal consequência a incapacidade dos pacientes", diz. "Trabalhar a prevenção das incapacidades é sempre a melhor alternativa, principalmente para o paciente, pois podemos evitar as complicações de ordem psicossocial na sua vida, sendo procedimentos simples de serem realizados e que não requerem custos, somente o preparo adequado e o compromisso do profissional para o atendimento”, disse a instrutora da Secretaria de Estado de Saúde, Luciane Cegati. Ao todo, serão 20 participantes, sendo eles um representante de cada município referência por Regional de Saúde, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Os municípios participantes deste 1º curso serão: Alta Floresta, Cáceres, Sinop, Rondonópolis, Juína, Tangará da Serra, Juara, Tabaporã, Pontes e Lacerda, Barra do Garças, Nova Xavantina, Matupá, Colíder e São Félix do Araguaia. A metodologia proposta será de trabalhar com aulas teóricas e práticas, debates, troca de experiências, trabalhos e dinâmicas em grupos. As atividades acontecerão até o dia 14 de novembro, em período integral. Além das atividades no Hotel Mato Grosso Palace, os participantes também terão aulas práticas no Ambulatório de Referência da Hanseníase, no Centro Estadual de Referencia de Média e Alta Complexidade. DADOS De acordo com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), dados parciais de Mato Grosso no ano de 2009, notificam 1.920 casos novos, com uma proporção de cura de 75,66%, e 90 pacientes que abandonaram o tratamento. Em 2008 foram notificados 2.688 casos novos de pacientes, com uma proporção de cura de 84,8%, e 94 pacientes que abandonaram o tratamento. Em 2007 foram 3.008 casos novos, tendo como uma proporção de cura de 62,5%, e 167 pacientes abandonaram o tratamento. Com relação ao total de pacientes avaliados quanto ao grau de incapacidade física no diagnóstico nos últimos três anos somam em 2009, até o momento 1.628 pacientes avaliados. Em 2008 foram 2.319 e em 2007 foram realizadas 2.524 avaliações. Porém no momento da cura esta avaliação nos preocupa, pois, nem todos pacientes tem a avaliação, o que sugere que esses pacientes saem do tratamento e os profissionais não estão atentos quanto à evolução ou não das incapacidades físicas e/ou sequelas da hanseníase. Em 2008 somente 68% dos pacientes tratados tiveram avaliação na alta e em 2007 69,5%.“ Vale frisar, que o que se espera com esse curso de formação de multiplicadores além da capacitação técnica desses profissionais, pretende-se também melhorar os indicadores de avaliação quanto ao grau de incapacidade no diagnóstico e na cura, sendo o maior beneficiado o paciente que terá um tratamento adequado e uma melhor qualidade de vida”, finalizou a instrutora da SES. “Para que o Estado consiga avançar ainda mais na detecção de casos novos, se faz necessária a parceria dos municípios, na elaboração de ações e estratégias para a realização de busca ativa de casos novos. A colaboração de todos é fundamental”, finalizou Luciane. O QUE É HANSENÍASE A hanseníase é uma doença causada por uma bactéria, a Micobacterium leprae. É propagada quando uma pessoa portadora da doença sem tratamento, fala, tosse, espirra ou mesmo respira próximo a alguém que não tem ainda a doença, lembrando que para que ocorra o contágio é necessário morar no mesmo domicílio do transmissor, sendo de forma íntima e prolongada, o contato via sexual não transmite. Luciane ressaltou que “essa propagação só acontece quando a pessoa não está em tratamento. Assim que ela entra em tratamento passa a não mais transmitir a hanseníase”. Alguns fatores, como o uso de água tratada, saneamento básico, condições dignas de moradia podem diminuir a ocorrência da doença. A migração elevada e as grandes periferias urbanas, onde a qualidade de vida é baixa, são fatores que podem facilitar a disseminação da hanseníase, mas não são as causas fundamentais de sua propagação. Atualmente a contaminação por hanseníase é creditada à uma fraqueza do sistema imunológico do seu portador e a exposição dos contatos com a pessoa sem tratamento o tratamento, tem como principal característica o surgimento de manchas com alteração de sensibilidade, dormências nos braços e pernas, formigamentos, dor e a inflamação de terminações nervosas. O tratamento é feito pela pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e oferecido aos usuários em qualquer Unidade Básica de Saúde de forma inteiramente gratuita, podendo durar de 6 a 12 meses. SINTOMAS A hanseníase ataca a pele e os nervos, principalmente dos braços pernas e face. Machas esbranquiçadas ou avermelhadas e com alteração de sensibilidade na pele devem ser consideradas suspeitas de hanseníase e o portador deve ser encaminhado para uma unidade de saúde pública. Cícero Fraga explicou que as pessoas devem se preocupar com o seu corpo procurando sinais que possam identificar a hanseníase. Os principais sintomas da hanseníase são a sensibilidade alterada, especialmente para quente e frio mesmo sem estar associada a uma mancha, o aparecimento de manchas esbranquiçadas e avermelhadas, que também são insensíveis ao toque, e a perda completa do tato em áreas do corpo.
 
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