Notícias / Mato Grosso

17/11/2018 - 11:57

SOS Pantanal e Embrapa devem lançar proposta para compensação no Pantanal

Por Assessoria

Assessoria

 (Crédito: Assessoria)
            A proposta de um mecanismo que possibilite a "compensação ambiental no Pantanal" será o primeiro fruto da II reunião da Rede Pantanal, criada a partir da parceira entre o Institutos SOS Pantanal e o Smithsonian Conservation Biology Institute(SCBI), a Embrapa Pantanal, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e outras instituições que atuam no bioma.

A definição sobre a proposta aconteceu no dia 26 de outubro, em uma reunião na sede do Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, Mato Grosso do Sul, com a participação de representantes do terceiro setor, de instituições de pesquisas, dos produtores rurais do Pantanal e do Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul.

O objetivo do encontro foi integrar os cientistas e os produtores que atuam na região para ampliar os conhecimentos sobre o Pantanal e assim alcançar o desenvolvimento sustentável da região.

Foi a segunda ação da parceira firmada em abril de 2018. O Smithsonian Institute, possui 19 museu e um zoológico em Washington DC, nos EUA, e foi representando por Peter Leimgruber, diretor do Centro de Ecologia da Conservação. A primeira ação da Rede Pantanal aconteceu em junho, em Campo Grande, e reuniu apenas pesquisadores no campus da UFMS. 

Desta vez, o grupo buscou engajar o setor produtivo, principalmente os fazendeiros pantaneiros que apoiam pesquisa em suas propriedades, na discussão em prol de um futuro comum para o Pantanal por meio do crescimento econômico sustentável da região, aliado à proteção do bioma, a maior área úmida continental do Planeta e Reserva da Biosfera da Unesco.

O encontro em Miranda foi mediado por Ronaldo Gonçalves Morato, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/CENAP). "Temos um componentes de atuação no Pantanal hoje, mas precisamos pensar além do que já fazemos isoladamente. De um lado o pesquisador pensando em conservação e do outro o fazendeiro pensando em subsistência e economia.  Precisamos unir essas duas questões", afirmou Morato.

Com uma dinâmica de delimitar os obstáculos e as causas das ameaças ao desenvolvimento e a proteção do Pantanal foram definidos pelos participantes como asquestões-chaves da região:O empobrecimento do produtor; Falta de infraestrutura; Monocultura crescente; Conflitos entre a fauna silvestre e a pecuária; entre outros pontos.

Após definirem os temas-chaves do Pantanal, o trabalho foi dividido em três grupos distintos com a finalidade de se convergir as questões em tópicos prioritários.

"Vamos parar de esperar que alguém vem nos salvar. Por que não invertemos a lógica, e nós nos tornamos quem irá salvar o Pantanal? ", propôs o presidente do Instituto SOS Pantanal, Roberto Klabin. 

Alexandre Bossi do Instituto SOS Pantanal pontuou durante as discussões sobre como a proposta da Rede Pantanal pode tecer caminhos para solucionar essas questões.  "Para uma demanda virar política pública, as pessoas precisam conhecer os problemas do Pantanal, esse é o objetivo deste encontro", disse Bossi.      
   
A criação de novos modelos para a Compensação Ambiental no Pantanal foi um ponto específico da nova legislação do Pantanal, o Projeto de Lei 750-2011, que está em trâmite Congresso Nacional, destacado para ser trabalhado de forma pontual com colaboração ativa.  Walfrido Tomas da Embrapa Pantanal, Felipe Dias do Instituto SOS Pantanal e Fabio Roque da UFMS deverão apresentar a proposta em três meses.

"É necessáriocriar mercado e ver o que pode ser feito Bacia do Alto Paraguai e em outras regiões do país sobre a questão da compensação no Pantanal. O modelo atual de compensação não é suficiente", afirmou Walfrido Tomas da Embrapa Pantanal.
 
 
O Instituto SOS Pantanal 

O Instituto é uma organização não-governamental que atua desde 2009 na região do Pantanal e tem a missão de informar e promover o diálogo para um Pantanal sustentável. Com representantes dos diversos setores. O SOS Pantanal surgiu em um momento em que a necessidade da gestão do conhecimento e do diálogo são fundamentais para a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais do planeta. 
 
O Complexo do Pantanal 

Localizado na Bacia do Alto Paraguai (BAP), constituindo uma planície sedimentar de aproximadamente 160.000 quilômetros quadrados. Com o seu maior território entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a região abrange áreas na Bolívia e Paraguai. É a maior área úmida do planeta, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera. O Pantanal é Considerado um Complexo de Ecossistemas, pois trata-se de uma região de encontro entre Cerrado, Chaco, Amazônia, Mata Atlântica e Bosque Seco Chiquitano. Existem no Pantanal pelo menos 3.500 espécies de plantas, 550 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 espécies de peixes de água doce, sendo que algumas delas em risco de extinção. 

Comentários

inserir comentário
0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet