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05/11/2009 - 00:00

Infestação de mosquito da dengue, obriga a prefeitura de Cáceres a usar o fumacê

Por Jornal Oeste

Assessoria/PMC A prefeitura de Cáceres, por meio da Secretaria de Saúde e da Vigilância Sanitária vai desencadear a partir deste mês o uso da nebulização especial, o chamado fumacê, para diminuir o índice de infestação do mosquito da dengue, que cresceu nos últimos dias com a antecipação do período chuvoso. A medida, considerada extrema pelo Ministério da Saúde, foi adotada após uma reunião realizada ontem entre o prefeito Túlio Fontes, o secretário de Saúde, Luiz Landim e os técnicos da Vigilância Epidemiológica, Josué Alcântara e Arlene Alcântara. Segundo a coordenadora Vigilância, Arlene Alcântara, mesmo com os bloqueios e o trabalho constante dos 70 agentes de saúde, que fazem orientações e aplicam larvicidas em potenciais criadouros do mosquito, o vetor da dengue está conseguindo se reproduzir provocando diversos casos da doença. “Infelizmente, boa da população ainda não se conscientizou para adoção de medidas simples de prevenção. O mosquito da dengue nasce e se prolifera em quintais sujos, reservatórios de água abertos e vasos de plantas”, lembrou. Com relação aos registros da doença no município, Arlene Alcântara informou que até ontem, 1.598 casos já haviam sido notificados, gerando um índice de infestação de 3.47%, fato que levou a adoção do fumacê. Ainda segundo a coordenadora da Vigilância, foram registrados 14 casos da doença que geraram quadros de complicação e 17 de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. “Graças a deus, não tivemos nem um óbito”, comemora. De acordo com o Secretário de Saúde, Luiz Landim, a dengue é uma doença é endêmica em Cáceres que em alguns momentos pode se tornar epidêmica sobre tudo pelas características do clima. “A doença existe o ano todo, mas nesta época ela tende a se agravar por conta do período chuvoso”, esclarece. Além do fumacê, o secretário afirmou que o município já está finalizando a organização de um grande mutirão para apoiar à população na limpeza de quintais e terrenos baldios, ambientes propícios a criação e proliferação do mosquito da dengue. “Já temos o apoio do Exército e de outras instituições e nos próximos dias estaremos realizando o mutirão que precisará muito do apoio da população”, avisou. Ao cobrar a colaboração e o envolvimento da comunidade no combate a dengue, Landim afirmou que a administração municipal está fazendo um grande esforço para oferecer uma Saúde de qualidade à população. “Ativamos todos os PSFs, regularizamos os estoques de medicamentos e normalizamos o quadro médicos, enfermeiros, auxiliares e agentes ambientais e de saúde. Além disso, temos aplicado 22% do orçamento na saúde. Estamos fazendo a nossa parte, mas é preciso que população também faça a sua”, argumentou adiantando que o setor deve melhorar ainda mais a partir do ano que vem com a implantação da gestão plena, que segundo o secretário, é uma decisão madura e corajosa do prefeito Túlio Fontes. A decisão da prefeitura em adotar o fumacê ganhou apoio da população. O empresário José Bento Ribeiro, morador do Bairro Macanãzinho elogiou a medida e é a favor da realização de um mutirão de limpeza. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Cavalhada I, Davi Maciel de Campos, também concorda com decisão é sugeriu que os presidentes de bairros se aliem à administração na realização do mutirão. “Aqui na Cavalhada estamos à disposição para ajudar no que for preciso e espero que todos os presidentes de bairro façam o mesmo”, sugeriu. Dengue A dengue é uma doença transmitida pelo mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A doença é acometida de febre aguda que se caracteriza por um início repentino, permanecendo por 5 a 7 dias. O doente apresenta dor de cabeça intensa, dores nas articulações e musculares, seguidas de erupções cutâneas 3 a 4 dias depois. Surge sob a forma de grandes epidemias, com grande número de casos. Existem quatro tipos diferentes de sorotipos do vírus do dengue, denominados dengue 1, 2, 3 e 4. Algumas manifestações do dengue são hemorrágicas, isto é, o paciente apresenta hemorragia severa e choque. Nestes casos, após um período de febre, o estado do paciente piora repentinamente, com sinais de insuficiência circulatória, apresentando pele manchada e fria, lábios azulados e, em casos graves, diminuição da pressão do pulso. Instala-se então uma síndrome de choque do dengue podendo levar o paciente ao óbito. Os casos de dengue hemorrágico ocorrem mais freqüentemente quando o paciente é acometido pela segunda vez da doença, mas com exposição a diferentes sorotipos da doença. Febre amarela O mosquito da dengue Aedes aegypti também é responsável pela transmissão de um vírus chamado flavivirus que causa a febre amarela. No Brasil, a doença é endêmica nos Estados de Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no território do Amapá. Os sintomas da febre amarela são mal estar e febre alta. Estando com estes sintomas, o paciente deve procurar imediatamente um médico pois a doença evolui rapidamente para náuseas, vômitos, hemorragias na boca, nariz e no aparelho digestivo, além da pele ficar com um tom amarelado (icterícia). A doença provoca lesões graves nos rins e fígado e pode levar a morte. Quem viaja para regiões onde a doença é endêmica deve tomar vacina dez dias antes do embarque. A validade da vacina contra a febre amarela é de dez anos e ela pode ser encontrada gratuitamente nos postos de saúde. Medidas preventivas para o controle de mosquitos Evitar água parada. Sempre que possível, esvaziar e escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água. Manter totalmente fechadas cisternas, caixas d água e reservatórios provisórios tais como tambores e barris. Furar pneus e guardá-los em locais protegidos das chuvas. Guardar latas e garrafas emborcadas para não reter água. Limpar periodicamente, calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, não permitindo o acúmulo de água. Jogar quinzenalmente desinfetante nos ralos externos das edificações e nos internos pouco utilizados. Drenar terrenos onde ocorra formação de poças. Não acumular latas, pneus e garrafas. Encher com areia ou pó de pedra poços desativados ou depressões de terreno. Manter fossas sépticas em perfeito estado de conservação e funcionamento. Colocar peixes barrigudinhos em charcos, lagoa ou água que não possa ser drenada. Não despejar lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos. Manter permanentemente secos, subsolos e garagens. Não cultivar plantas aquáticas. Fonte: Vigilância Epidemiológica
 
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