Notícias / Politica

21/09/2018 - 09:10

Audiência pública discutiu cobrança de honorários da Procuradoria Municipal

Por Assessoria

Assessoria

 (Crédito: Assessoria)
Em audiência pública realizada no dia 19/09, às 9h, na Câmara Municipal de Cáceres, foi discutida proposta do Executivo, lei complementar 04/2018, que institui nova forma de cobrança de honorários de sucumbência nas ações de cobrança de débitos da prefeitura.

A audiência, convocada para esclarecer pontos polêmicos, não serviu para mudar a opinião do presidente da CCJ, vereador Cézare Pastorello (SD).

"A proposta é de instituir um percentual sobre os honorários de sucumbência para custear a máquina pública, limitar os valores recebidos pelos procuradores e excluir os honorários da fase administrativa. Na prática, haveria perda para os procuradores e para a sociedade, que teria que arcar com honorários de sucumbência e mais custas processuais. Ou seja, o projeto só inventa um novo tipo de imposto, que são os 20% sobre os honorários de sucumbência, e não traz vantagem nenhuma para a população. É, ao meu ver, ilegal." Afirma o vereador Cezare Pastorello.
 
Atualmente, ao ter o lançamento de débitos na dívida ativa, esse tem o acréscimo de 10% de honorários. Com a proposta, esses honorários só seriam devidos se a cobrança da dívida fosse ajuizada. Com isso, aumentaria em muito o número de ações no judiciário, o que é comprovadamente ineficaz e ainda oneroso para o devedor, no caso, o cidadão cacerense.
 
Durante a audiência o vereador Edmilson Tavares (PR) chegou a relatar um caso que aconteceu com ele. Com um débito de aproximadamente R$ 200,00, que não tinha conhecimento, foi surpreendido com valor de R$ 780,00 para pagar. R$ 500,00 do débito atualizado, R$ 50,00 de honorários e mais a taxa de cartório, já que seu nome estava protestado. O vereador alega ainda que não foi notificado em momento nenhum sobre a existência do débito.

Caso a lei proposta já estivesse vigente, além dos R$ 780,00, o vereador republicano ainda teria que arcar com as custas judiciais, que hoje tem valor mínimo em torno de R$ 500,00. Ou seja, no seu caso, o débito iria para mais de R$ 1.300,00, sem falar que o pagamento e baixa do processo ajuizado demandaria muito mais tempo do que a mera baixa em Cartório.
 
Outro ponto polêmico da lei é a instituição de um percentual de 20% sobre os honorários devidos aos procuradores. A alegação do prefeito é que esse valor serviria para custear a Procuradoria Municipal. Acontece que não há previsão legal para esse tipo de "rateio".

"A prefeitura não é um escritório de advocacia, não pode lucrar com o trabalho dos procuradores. Totalmente sem fundamento a proposta apresentada. O que temos que fazer, sim, é dar eficiência aos serviços de cobrança "antes" do ajuizamento das ações. Muitos contribuintes são surpreendidos com cobrança das quais não tinham conhecimento. Além disso, o município deve fazer, com urgência um REFIS para os devedores, já apresentei projeto nesse sentido, que foi ignorado. Com isso trazemos de volta as pessoas para o adimplemento, e elas voltam a ter acesso à financiamentos, compras parceladas etc. Segurar os contribuintes com o nome sujo é um desserviço à economia da cidade", finaliza o vereador Pastorello.
 
O vereador ainda sugeriu que tais artigos fossem excluídos do projeto, e que fosse discutida apenas a isenção dos honorários de sucumbência nos débitos inscritos na divida ativa, que ele considera benéfico para a população. Não houve manifestação do executivo nesse sentido.

Com a presença da OAB, representantes da Procuradoria Municipal e da prefeitura, o projeto segue para o parecer da CCJ.

Comentários

inserir comentário
4 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • por Luiz Antonio, em 22.09.2018 às 20:31

    Não esta certo cobrar honorários/sucumbência nos débitos que não foram ajuizados. Isso é um absurdo. A população esta indignada com essa cobrança indevida.

  • por marionely araujo viegas, em 22.09.2018 às 03:51

    Parabens Pastorello, o pior de tudo isso é o fato de ter que pagar honorários em dívida que SEQUER FOI AJUIZADA, basta o simples fato de o município mandar para protesto e ja incide a verba honorária !!!!!!! Questiona-se: Qual a razão de pagar honorários advocatícios em casos que não existe demanda judicial !!!! Do jeito que estão cobrando, daqui uns dias vamos ter que pagar também honorários ao Ministério Público !!! kkkkkkkk

  • por arlindo, em 21.09.2018 às 14:17

    procuradoria não e escritório de cobrança, os procuradores ja recebem pra essa finalidade, quem deve arcar com as despesas e o município, e deveria notificar os devedores antes de protestar, as vezes somos surpreendidos com dividas que nem sabemos da existência. fazer uma ajudar aos cacerenses a fazer uma legalização fundiária ninguém pensa, documentar os terrenos e casas, com ajuda do poder público, isso ajudaria no credito, em novas construções e mais impostos a prefeitura. pronto falei

  • por Anísio Cabral, em 21.09.2018 às 13:13

    Parabéns pela coragem. E o REFIS já foi até cobrado da prefeitura pelo próprio TCE. Até o Desembargador corregedor TJMT esteve em Cáceres, para sugerir um refis e diminuir o número de ações, mas, o prefeito nem quis receber. Por essas e por outras que Pastorello é meu próximo voto para prefeito!

 
Sitevip Internet