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23/06/2018 - 08:04

Uso e ocupação do Pantanal é discutido em Cáceres

Por Morgana Souza e Téo Meneses

Fablício Rodrigues/ALMT

 (Crédito: Fablício Rodrigues/ALMT)
A audiência pública solicitada pelo professor e deputado Allan Kardec (PDT) para dabater, em Cáceres, o futuro do Pantanal de Mato Grosso reuniu diversos segmentos na noite dessa quinta-feira (21). Mais de 150 pessoas lotaram a Câmara Municipal para discutir formas de conciliar a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

A audiência é a segunda da rodada de discussões que resultará na elaboração de um relatório a ser apresentado na Assembleia Legislativa, Ministério Público e órgãos de fiscalização ambiental. O terceiro e último evento ocorre na segunda-feira (25), em Poconé. O primeiro foi realizado no distrito de Mimoso, em Santo Antônio de Leverger.
"Essa audiência foi muito positiva. Tivemos participação efetiva da sociedade. Isso vai permitir a elaboração de um bom relatório a ser apresentado aos órgãos competentes e ter um bom quadro do que a população considera melhor para o Pantanal do ponto-de-vista sócio-ambiental e econômico", afirma Allan.

Professor da rede estadual e profissional de Educação Física, Allan é relator do projeto de lei estadual que tenta definir parâmetros para uso e ocupação do Pantanal. Um projeto de lei federal tramita no Senado e vem causando muita discussão.

Pescadores, assentados, trabalhadores rurais sem terra, vereadores, ambientalistas, estudantes, professores, empresários, representantes de órgãos ambientais e Ministério Público Estadual (MPE) participaram da audiência dessa quinta-feira que contou ainda com apresentação do grupo cultural Raízes.

"Na nossa bacia do Rio Paraguai, vivem 75% da população de Mato Grosso. Só isso já demonstra um pouco da importância de se preservar a planície pantaneira, mas também o planalto por conta da conectividade sensível desse bioma", afirma Clóvis Vailant, do Instituto Gaia. Ele ressalta ainda que o turismo sustentável poderia gerar renda. "Corumbá (MS) terá nesse ano R$ 318 milhões de renda com turismo. Isso representa 40% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Serão 210 mil pessoas chegando à cidade. Por que não fazermos isso de forma planejada?".

 A professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Solange Kimie Ikeda Castrillon também segue na mesma linha. "Já temos 55% de degradação no planalto e 18% na nossa planície. Para se ter uma ideia das ameaças que convivemos, temos 116 projetos de construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) para a região. Tudo isso tem que ser acompanhado pela população. É por isso que é fundamental termos deputados com coragem para fazer esse tipo de discussão".

A promotora de Justiça Liane Amélia Chaves ressaltou ainda que é necessário para a sociedade que ambientalistas e setor produtivo aprendam a caminhar juntos. "O rio Paraguai é meu sustento e está cada vez mais difícil retirar peixe daqui", alertou Lorenzo Ferreira Leite, membro da Colônia de Pescadores Z2.

Mais informações:

www.professorallankardec.com.br

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  • por Juliana, em 23.06.2018 às 15:32

    Pura verdade, estamos na onda da discussões, palestras, na era da enrolação. Perdemos as contas de quantas foram esse tipo de reuniões e nunca resolveram absolutamente nada.

  • por Jr, em 23.06.2018 às 09:02

    E volta a modinha de discussões, reuniões, palestras para conversarem e fazerem a politicagem deles para mostrarem que estão fazendo algo. Resultados ??? Para que resultados né ?? Resultados para que sendo que podem enrolar. Estamos enjoados dessa política de reunioezinhas sem fundamento e sem resultados.

 
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