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30/10/2009 - 00:00

Conteúdo online exige nova postura de jornalista

Por Jornal Oeste

Terra Reduzir Normal Aumentar Imprimir O conteúdo online deve ser pensado exclusivamente para a Internet, levando em consideração seu público e não reaproveitando material das mídias tradicionais. Foi em torno desse consenso que os debates do segundo dia do 3º MediaOn, seminário de jornalismo online realizado pelo Terra, giraram. De acordo com vários dos expositores, nesse novo cenário é o leitor quem pauta os jornalistas, que se vêem desafiados a aceitar a nova forma de trabalho. "Como deveria ser o jornal online?", perguntou-se o palestrante Pedro Doria, colunista do caderno Link do O Estado de S. Paulo, no primeiro Painel, sobre revolução digital. "Toda informação sobre um determinado assunto deve estar em uma página, que é permanentemente atualizada e reúne uma comunidade de pessoas interessadas naquele assunto", respondeu o jornalista à plateia. Uma característica da ferramenta web é, portanto, poder atualizar constantemente as informações - sem, porém, perder a qualidade do conteúdo. "Tudo se resume em compartilhar informação, mas isso é bem mais difícil do que parece", afirmou Nathalie Malinarich, editora-executiva da BBC News Online e palestrante do segundo painel. A grande dificuldade, ainda segundo ela, seria lembrar que as ideias adaptam-se à mídia na qual serão veiculadas, o que os jornalistas nem sempre se recordam quando vão publicar um material de mídia impressa. "A pergunta a ser respondida é: "como isto funciona para a minha audiência e na minha plataforma online?", analisa. Já outro dos palestrantes, o argentino Marcos Foglia, que apresentou o case do grupo Clarín, no terceiro painel, enxerga uma dificuldade dentro de cada um dos próprios profissionais em aceitar as mudanças e, principalmente, em acompanhar o ritmo da evolução. "Estamos na era da transição", afirmou, "da transição dos meios offline para os meios online". E o jornalista - em especial aqueles mais antigos -, ainda segundo ele, teria que aceitar essa mudança profunda em sua cultura; uma mudança dentro das próprias redações. "Os jornais vão desaparecer tal como existem hoje e terão que se adaptar à nova realidade", afirmou. No caso da rede britânica BBC, estão sendo feitos investimentos fortes na área do jornalismo na web. Mas, lá, boa parte do patrocínio vem do dinheiro público. "O jornalismo de qualidade é caro", lembrou Foglia. Foi o que aconteceu com a Rede Record no Brasil, por exemplo, que lançou há pouco mais de um mês seu portal R7 - que recebeu investimentos (privados) altos para sua implementação, no intuito de atingir esse padrão de qualidade. "Eu cheguei e falei ´contratem os melhores´. Foi o único pedido que fiz", contou Antonio Guerreiro, Diretor de Conteúdo do R7. O profissional de web deve, segundo Nathalie, lembrar-se sempre de que desenvolve conteúdo para o leitor. É dessa consciência que viria a qualidade do jornalismo online. "Se você está na web, por exemplo, você linka as pessoas para outros conteúdos. É isso que o jornalista tem que fazer", afirmou ela. Seu colega argentino, Marcos Foglia, complementou, mais tarde: "é imprescindível para esse novo profissional passar, portanto, a maior parte de seu tempo online".
 
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