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28/10/2009 - 00:00

Em artigo, arquiteto cuiabano defende Base Aérea em Cáceres

Por Jornal Oeste

Base Aérea de Cáceres Um dos principais problemas das cidades atualmente, em especial no Brasil, é a insegurança pública que lhes impõe um quadro dramático, piorado com fortes pinceladas de uma violência jamais vista, mesmo nas piores cenas bélicas. É sabido que esta situação agrava-se a olhos vistos fomentada pelo tráfico de drogas, de armas e de veículos, que se articula em um poderoso esquema internacional que vem submetendo aos seus interesses e caprichos povos do mundo inteiro, em especial os jovens. Semana passada a Polícia Rodoviária Federal apreendeu no Trevo do Lagarto um carregamento ilegal de armas modernas e poderosas destinadas ao Rio de Janeiro. O transportador informou que essa era a terceira viagem desse tipo que fazia. Quantas outras cargas já teriam passado por outros? Na semana imediatamente anterior foi apreendida uma enorme carga de cocaína. No mês passado foi descoberta uma fazenda no pantanal, usada para distribuição das drogas que chegavam por avião. E por aí vamos. Esta situação me lembrou que em maio deste ano foi noticiada a criação pelo Ministério da Defesa e pela FAB, com apoio do Governo do Estado, de uma Base Aérea do Ciopaer em Cáceres. Como anda esta importante iniciativa? Fora o artigo aqui no Diário de Cuiabá no qual saudei a nova Base Aérea, não vi qualquer outra manifestação falada, escrita ou televisionada sobre o assunto, como se fosse algo sem a menor importância para o estado e para a qualidade de vida de nossa gente, gente não só de Cuiabá, mas de todo Mato Grosso. Que fim levou? Vale destacar que jamais será suficientemente enaltecido o trabalho das diversas polícias federais e estaduais e do Exército, bem como a importância da continuidade dos investimentos oficiais nas ações terrestres na fronteira. As constantes prisões e apreensões atestam esse valioso e corajoso trabalho. Mas, em se tratando de fronteira, convém lembrar que Mato Grosso é um dos únicos estados do Brasil a não dispor de uma Base Aérea. Mato Grosso do Sul e Rondônia têm e Goiás também tem, mesmo vizinha a de Brasília. Considerando os 1100 quilômetros de fronteira do estado – dos quais 700 em fronteira seca, e que seu território equivale a mais de 10% do território nacional, o absurdo dessa situação salta aos olhos. O problema se agrava na medida em que toda a fronteira nacional está protegida, inclusive por Bases Aéreas, forçando as rotas do crime para seu ponto mais fraco, que fica justamente na nossa fronteira. Temo que sem um sistemático apoio aéreo o trabalho terrestre ficará sempre aquém de suas reais possibilidades, fragilizando o controle da fronteira. Soube que a Base Aérea teria sido prometida por um político do estado para uma outra cidade, mas não creio que este seja o motivo do aparente pouco caso para com a nova Base Aérea em Cáceres. A decisão do Ministério da Defesa é lógica. Cáceres tem uma posição estratégica privilegiada à montante do Pantanal, próxima aos maiores núcleos urbanos do Estado, assim como uma localização central em termos da fronteira a ser vigiada, dispondo de uma pista asfaltada de 1850x30 metros, capaz de descer Boeings, prontinha e ociosa, podendo ser imediatamente disponibilizada a esse urgente esforço nacional pela segurança pública. Junto à fronteira, Cáceres parece ser mais efetiva do que qualquer outra cidade mato-grossense nessa questão. A existência física da Base por si só funcionará como um elemento inibidor às ações criminosas na fronteira e a escolha de Cáceres é uma mostra de que o governo federal priorizou este combate, importante para Mato Grosso e para todo o Brasil, até mesmo como preparativo para a Copa do Mundo e as Olimpíadas que o Brasil se desafiou a sediar. * JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é professor universitário joseantoniols2@gmail.com
 
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