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19/11/2017 - 07:29 | Atualizado em 19/11/2017 - 07:32

Mensalidade escolar terá reajuste duas vezes maior que a inflação

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
O brasileiro já está acostumado: todo início de ano chegam as contas do IPVA e IPTU e, no caso dos pais, os reajustes de preços da matrícula e das mensalidades escolares.

As mensalidades nas escolas particulares deverão subir, em média, de 5% a 6% em 2018, de acordo com donos de colégios e especialistas consultados pelo R7.

Esse percentual representa o dobro da inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, que é de 2,7%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), Ademar Pereira, explicou que "as escolas começam a fazer as contas do reajuste em setembro e têm o desafio de prever as despesas e a situação econômica com quase um ano e meio de antecedência"."É uma conta difícil. Por exemplo, em 2016, o reajuste médio das mensalidades ficou entre 7% e 8%, porém, o aumento do salário dos professores ficou fixado em 11,8%. O setor não esperava isso. A folha de pagamento é 50% das despesas. É um cenário complexo", diz Pereira.

O especialista em gestão educacional Fernando Barão, da Corus Consultores, afirma que "o reajuste varia segundo a realidade de custos e de concorrência de cada escola".

O setor engloba mais de 40 mil instituições, desde escolas de educação infantil a universidades, e possuem cerca de 16 milhões de alunos e 2,5 milhões de profissionais empregados.

O presidente da Fenep alerta que, em 2018, as escolas correm o risco de ter prejuízos por causa dos aumentos das tarifas de energia elétrica, telefone e impostos, que podem ficar acima do previsto. O crescimento da inadimplência dos pais também acendeu a luz amarela para setor.

"Há alguns anos, a inadimplência era de 7% e subiu para 13%. Pela lei, as escolas são obrigadas a cumprir o contrato até o final do ano mesmo sem receber. Ou seja, o gasto continua e a receita não entra", detalha.

Pais pedem desconto

A técnica de nutrição Jacqueline Lins tem dois filhos. Raul, de 11 anos, é o mais velho e passou do sexto para o sétimo ano do ensino fundamental. O garoto está matriculado em uma escola particular da zona sul da capital paulista.

Jacqueline relata que o valor da mensalidade passou de R$ 878 para R$ 960 — uma alta de 9,34% — no início deste ano.

"O Raul estuda lá desde os 3 anos de idade. O ensino lá é de qualidade e a escola tem bastante disciplina. Mas não tem choro em relação ao valor. Se eu matricular a minha filha lá, terei um desconto de 10% na mensalidade dela e só", diz Jacqueline.

Na comparação entre 2016 e 2017, as mensalidades escolares tiveram um reajuste médio entre 10% e 11%, também acima da inflação no período (6,28%).

Procon

O reajuste das mensalidades escolares são regulados por lei e a instituição é obrigada a explicar os motivos do reajuste. Nem todas as despesas da escola podem ser incorporadas aos boletos.

"Despesas administrativas com reforma, manutenção e ampliação de atividades pedagógicas podem ser repassados a mensalidade. Porém reformas para ampliação do número de vagas não podem ser repassadas porque a escola terá a contrapartida de novos alunos", diz Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP.

Para ajudar os pais na hora de encarar o reajuste das mensalidades, o Procon elaborou uma cartilha com orientações sobre o que é permitido por lei. "A escola tem obrigação de apresentar detalhamento das despesas, valores que compõe o reajuste, e 45 dias antes do final do ano divulgar valor de mensalidade e anuidade", diz.
Caso não cumpra as regras, a escola pode ser penalizada. "Se a escola apresentar um reajuste irregular, os pais devem questionar, de forma individual ou coletiva, a prática, buscar a via da negociação, podendo registrar reclamação em órgão de defesa do consumidor ou ação judicial, se necessário", afirma. 

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2 comentários

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  • por Jr, em 19.11.2017 às 09:48

    Estava vendo na Tv, criança desmaia em escola por FOME!Que século estamos?Uma criança desmaiando de fome ? Corruptos, bandidos, salafrarios, ladrao político dessa politicagem porca roubando dinheiro público, ganhando salários, benéficos, diárias de rei, usando politicagem para ter emprego político pq vagabundo não sabe trabalhar,enquanto crianças passam fome em nosso país?Revoltante ! Espero quem assuma a política tenham mais caráter de quem hoje estão atuando, vejam, olhem para a população e menos para o próprio bolso, que tomem mais vergonha, que tenha mais brilho e dignidade para saber que quem precisa de ajuda é a população e não satisfazer o próprio bolso. Parem de richinhas e mímimi,parem de escutarem assessores e partidos do Diabo!Que sejam mais humanos e menos animais, desde já pedindo desculpas para os animais pela comparação! Que as igrejas reunam e parem também de brigarem por fiéis e dízimos e atentem para o próximo, pq religião é para ensinar, multiplicar p o bem, e não dividir e arrecadar!

  • por Junior, em 19.11.2017 às 09:47

    Este eh o nosso governo, que para cobrir os erros de corrupção dele e seus comparsas e outras siglas partidárias que só servem Para isso tem que tirar dinheiro de algum lugar para pagar as mazelas e comprar picareta para votar como o governo quer é assim continuar na zona que está a décadas !

 
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