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14/09/2017 - 09:35 | Atualizado em 14/09/2017 - 09:38

Geraldo Fidélis diz que 'cadeia é escola pra formar bandidos'

Por Jornal Correio Cacerense

Correio Cacerense

 (Crédito: Correio Cacerense)
A situação caótica pela qual passa o sistema prisional brasileiro, tem fornecido para a sociedade criminosos cada vez mais perigosos. “Prisão não é solução”. Na visão do juiz Geraldo Fidélis, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, as prisões têm sido instrumentos da criminalidade, aonde o detento chega “drogadito” e sai membro de facção.
 
“Quando ele chega lá é compelido a se batizar em uma organização criminosa. Quando sai, está batizado e devendo, porque recebeu uma cama melhorzinha, recebeu proteção e vai ter que pagar o protetor. Vai ser mais um soldadinho da facção aqui fora. Agora, o crime não vai ser mais um furto, vai ser um latrocínio. Vai roubar um carro para levar para Bolívia”, justifica. Preso novamente, ele já não vai mais ser um “soldado raso” ele vai estar em uma patente mais elevada, pois, conforme o juiz há hierarquia dentro da facção.
 
O magistrado salienta, ainda, a importância das audiências de custódia para definir o destino do preso. Nessa etapa, é definido se o criminoso será encaminhado para a prisão ou se responderá ao crime em liberdade. “Se não for o caso dele ir para a cadeia, que não vá. Essa é uma forma de desmontar a cadeia do crime antes dela ser montada. É uma prevenção, porque presídio, hoje em dia, é instrumento da criminalidade. Se ele entrar lá, será obrigado a integrar uma facção ou mesmo irá buscar o batismo para garantir proteção".
 
No início do ano a Corregedoria do Tribunal de Justiça e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) iniciaram um trabalho de correição em todas as unidades prisionais do Estado. O objetivo era identificar os detentos que já poderiam ser colocados em liberdade. No entanto, apesar da força tarefa, pouca coisa mudou nas unidades.
 
“A gente faz isso todo dia. Mas a situação não muda. O número de presos que saem da cadeia é proporcional ao que entra. Nosso mutirão não para nunca. O cenário ainda é pior. Porque, infelizmente, dá para piorar”, ressalta o juiz.

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5 comentários

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  • por Junior, em 17.09.2017 às 11:41

    Pois é Dr. se os presídios tivessem um sistema de trabalho para que os detentos tivessem uma atividade rígida e não fizesse um papel de uma hotel barato ( barato pela qualidade de hospedagem) isso iria mudar, enquanto os de competência não elaborar um projeto de laboro para presidiários continuarão formando mesmo bandidos com direito a diplomas, e estes diplomas podem vir não como um papel enrolado com lacinho e sim a vida de um ou outro pós pena !

  • por cacerense querendo progresso, em 15.09.2017 às 08:02

    Deveria os apenados no Brasil pagaram pelos delitos de formas integral e ainda pagar para o estado custear suas despesas e não o estada pagar para eles. Agora dizer que( prisão não é solução), quem defender essa tese adotem esses criminosos e levam para suas casas. Se a nossa lei fosse mais rígida, onde os crimes hediondo cumprisse de forma integral acredito que estaria melhor.

  • por lucas, em 14.09.2017 às 17:12

    Grande novidade Dr. quem não sabe disso...

  • por Raphael Mucio Fanaia Monteiro, em 14.09.2017 às 15:41

    Vai falar pra sociedade sobre aplicação de pena alternativa, sobre política de ressocialização. Para a maioria das pessoas, lugar de criminoso é na cadeia. São constantemente instigados e incentivados a pensarem apenas dessa forma, em virtude do sensacionalismo midiático. Como um dia disse um amigo meu, o "Datenismo" opera na cabeça dessas pessoas de forma tão veemente, que elas sequer têm noção dos reflexos desencadeados pelo encarceramento de todos aqueles que, de alguma forma, cometem um ilícito penal. A força nem sempre é o caminho, mas sim a inteligência.

  • por manoel lino, em 14.09.2017 às 10:58

    EU CONCORDO PLENAMENTE COM ELE, cadeia não serve pra educar, por isso eu sou a favor da pena de morte pra esses bandidos irrecuperáveis, ou uma prisão perpetua, sem direito a visitas intimas, e só podendo falar com o seu advogado ou parentes através de uma vidraça a provas de balas e por interfone. Se o crime é pequeno, coloca ele no serviço com um peso de trinta quilos amarrados nos tornozelos com uma corrente que de pra ele se locomover para trabalhar. Se sentir o peso do trabalho e a dureza com que se ganha a vida vai dar valor qdo. estiver em liberdade.

 
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