18/06/2017 - 10:38 | Atualizado em 19/06/2017 - 08:30
Prefeita de Mirassol é denunciada por retiradas supostamente ilegais de diárias
Por Jornal Expressão
Arquivo/Ilustração
Mais um escândalo sobre retiradas supostamente ilegais de diárias da Câmara Municipal, envolvendo autoridades de Mirassol D´Oeste, veio à tona. Desta vez, os denunciados são a vereadora e prefeita interina do município Marinês de Campos (PTB) e os ex-vereadores vereadores Francisco Amarante (PSD) e Elton Marques (PSC). É o segundo caso dessa natureza vindo a público nos últimos dias. O primeiro foi o do vereador e presidente da Câmara Ronaldo Jardim dos Santos, também do PSB.
Nos dois casos, o Ministério Público Estadual (MPE) já se manifestou. O promotor Leonardo Moraes Gonçalves instaurou Inquéritos Civis, para apurar as supostas irregularidades praticadas tanto pela prefeita quanto pelo presidente da Câmara.
Em contato com a reportagem do Jornal Expressão e o site Expressão Noticias a prefeita diz que se praticou qualquer erro não foi intencional. E que se for condenada está disposta a cumprir qualquer penalidade.
Procurado pela reportagem o presidente da Câmara vereador Ronaldo Jardim diz que estaria entrando em contato, através de seu advogado, mas não aconteceu. A reportagem não conseguiu contato com os ex-vereadores Francisco Amarante e Elton Marques, citados na ação.
A denuncia contra a prefeita foi protocolada ao MPE pelo então presidente da Câmara, vereador Sérgio dos Santos, o Serginho da Farmácia (DEM). Consta no documento que no dia 12 de fevereiro de 2015 os vereadores Francisco Amarante, Marinês de Campos e Elton Marques, teriam protocolado um pedido para que fosse disponibilizado o veiculo oficial Toyota Corolla XEI, placa NJI-0081 (sem combustível) para uma viagem a Cuiabá, bem como três diárias com pernoite – uma para cada vereador-, cujo valor unitário era de R$ 252,00 com retorno para o dia 13 de fevereiro, cujo pedido foi deferido pelo presidente.
Narra o denunciante, que ele também, em companhia dos colegas Laércio Pereira, Milton Viana e Jânio Bonfochi, teriam se deslocado para Cuiabá no dia 13. E, que por volta das 7h30 teriam deparado, na Lanchonete do Posto 120, com os vereadores Francisco, Marinês e Elton, que haviam retirado diária com pernoite. O que se concluiu, de acordo com o denunciante, que eles teriam retirado a diária indevidamente, já que não passaram a noite em Cuiabá, faltando com a verdade. Esclarece que o valor da diária com pernoite era R$ 252,00 e a sem pernoite era de R$ 189,00.
Além disso, afirma o denunciante, que apesar de terem realizado a viagem no mesmo veículo, constam dos relatórios de viagem horários de chegada diferentes, quais sejam, Francisco Amarante — saída 18h do dia 12 e chegada 23h do dia 13, Élton César Marques — saída 18h do dia 12 e chegada 19 do dia 13 e Marinez de Campos — saída 18h do dia 12 e chegada 23h do dia 13.
Consta ainda dos relatórios de viagem, enviados ao MP, um único recibo do Hotel Ceolatro, no valor de R$ 210,00 datado de 06 de março e com data de recebimento em 12 de fevereiro. O denunciante cita que nos dias 05 e 06 de março de 2015, Francisco Amarante e Marinez de Campos receberam diárias completas e um pernoite, oportunidade em que também se hospedaram no mesmo hotel e receberam o mencionado recibo, sendo que em relação aos dias 05 e 06 apresentaram nota fiscal nos relatórios de viagem.
Outro ponto suscitado pelo denunciante é que à época a vereadora Luci Garcia Sebaldelli, havia pedido diária para o mesmo dia 13 de fevereiro, para se deslocar à Capital e em seu relatório de viagem informou que foi de veículo particular, com horário de partida às 08h e horário de chegada às 21h, contudo, cita que viajou com o trio no veículo oficial da Câmara. E, por fim, consta da denúncia que foi concedida diária no dia 19 de maio de 2015 a Marinez de Campos, para Porto Esperidião. No entanto, conforme o denunciante, Marinês teria assinado a lista de presença, tanto no período matutino quanto vespertino em palestra da Conferência de Educação realizada em Mirassol.
Perseguição política
Em contato com a reportagem a prefeita Marinês de Campos, diz que é vítima de perseguição política por parte do ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Serginho da Farmácia. Ela conta que realmente retirou a diária com pernoite porque a viagem a Cuiabá ocorreria no dia 12 de fevereiro. Porém, como decidiram (ela os colegas) viajar na manhã seguinte, ligou para o então presidente da Câmara, para devolver a diferença, em dinheiro, porque já havia trocado o cheque para abastecer o veiculo.
No entanto, segundo ela, Serginho se negou a receber, oportunidade em que teria dito “agora é só você rezar para ninguém te denunciar”. Revela ainda que para perseguir “concidentemente” o presidente da Câmara também viajou para Cuiabá. E, lá foi até o hotel onde estavam hospedados e fotografou o veículo. “Eu não tinha maldade alguma. Tanto é que falamos onde iriamos hospedar e ele foi ao local para fotografar o veículo e nos incriminar” .
A prefeita reclama que, desde então ela e sua família, vem passando por constrangimento e vexame por causa dessa “armação”. “Eu tenho 52 anos, deles muitos dedicados a vida pública, e venho passando vexame por essa situação. É uma perseguição política de pessoas mal resolvidas que não se conformam por terem perdido a eleição. Eu sempre trabalhei honestamente. Vivo de meu salário. Até mesmo o advogado que está me defendendo é meu amigo porque eu não tenho dinheiro para contratar. Se eu errei não foi de forma voluntária.
Mas se a justiça achar que fui culpada estou disposto a pagar por isso. Diante da vergonha que estou passando a vontade que tenho é de deixar a cadeira de vereador e ir cuidar somente de minha vida e de minha família” desabafou.
Comentários
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por MOSSUETO, em 18.06.2017 às 11:22
Excia! Diante de tanta ignorância, o melhor mesmo é V.Excia. abandonar os seus cargos, pois os seus conhecimentos são incompatíveis com os cargos que ora ocupa, pois diárias não utilizadas, devem ser restituídas, independente da vontade de quem quer que seja, na pior das hipóteses, poderia ter sido depositada na conta da fonte pagadora, coisa que qualquer funcionário sabe e a senhora não sabia que a grana não lhe pertencia?