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06/06/2017 - 08:22

Vaias marcam sessão tumultuada na Câmara de Vereadores de Mirassol

Por Mirassol Urgente

Mirassol Urgente

 (Crédito: Mirassol Urgente)
Câmara lotada, jovens, idosos, professores e imprensa, estiveram presentes na Casa Legislativa "Conceição Dutra de Miranda", na noite dessa segunda-feira (05/06), para protestar contra o que ali estaria ocorrendo, entre elas a questão de que quatro 4 (quatro) Vereadores, entre eles Ronaldo da Ambulância (PRB), Marlizinha da Educação (PSD), Odacir Irmão Coragem (SD) e Pele Cabeleireiro (PSD), teriam ido a Goiânia para realizarem um "Curso de capacitação", no Instituto Tiradentes, utilizando cerca de 17.000,00 (dezessete mil reais) de verba pública.

Não é nenhuma novidade ver foto de vereador todo orgulhoso no meio de autoridades em Brasília. As fotos rodam redes sociais para mostrar trabalho ao eleitor, principalmente em ano de eleições. As viagens, no entanto, oneram os cofres públicos, o parlamentar embolsa diárias e, de concreto, pouco acontece, porque vereador não tem “peso político” em Brasília para barganhar investimentos, ainda mais em época de crise. Fora, que sua missão está bem longe do Distrito Federal.

Ninguém discute a importância das reivindicações. O fato é que Mato Grosso elegeu deputados federais e senadores justamente para pleitear recursos federais ao Estado. Eles, ao contrário dos vereadores, tem poder de barganha com o votos no Congresso. Além disso, todos tem escritório em algumas cidades mato-grossenses e recebem verba indenizatória para percorrer o Estado e ouvir as necessidades dos vereadores e da população em geral.

Para o cientista político Eron Brum, cabe ao vereador “atender a comunidade da cidade, manter diálogo com a população, verificar os problemas e fiscalizar o prefeito”. “A hora que o vereador começa a se preocupar em buscar recursos federais não será um bom vereador. Para isso temos deputados federais e senadores”, ressalta.

DECLARAÇÕES DE VEREADORES

A Vereadora Marlizinha disse não se arrepender e que quantas vezes fossem necessárias, irá atrás de recursos para o município; que jamais faria indicações, tipo arrumar estradas, trocar lâmpadas, pois isso seria de responsabilidade do gestor(a). 

Somente em segundo momento a Vereadora chamou para si a responsabilidade de relatar, justificar e responder com clareza a quem ela deve respostas (sociedade), acerca da viagem para Goiânia, dizendo que teria ido para enriquecimento de conhecimento, fazendo uma analise comparativa com a função que exercia no governo anterior de que eu não fiz de conta em ser Secretaria de Educação, como algumas que por ali passaram, disse Marli.

Os Vereadores Dario da Farmácia (PSDB) e Fransuelo (PSC) cobraram na tribuna, explicações sobre a Portaria n. 12/2017, de iniciativa do Presidente da Câmara de Vereadores, que aprovou um considerável aumento de salário para essa legislatura, além de outros gastos considerados desnecessários. 

Muitas vezes temos que cortar própria carne, pois temos o dever de dar explicações aos munícipes, as quantas esta sendo gasto o dinheiro público, disse Fransuelo. 

O Vereador Euclides Paixão (PP) rebateu uma entrevista do Presidente da Casa, dizendo que ele não podia transferir a responsabilidade para os vereadores, com "entrevistas tendenciosas". “Fale sempre com clareza”, cobrou o parlamentar.

O Senhor disse na imprensa Presidente, que eu fui um dos agraciados com a Medalha Tiradentes, mas se esqueceu de dizer que eu não fui a Goiânia para recebê-la com dinheiro público, disse Euclides Paixão.
O Vereador Interino Odacir confirmou que houve sim uma viagem para Goiânia, mas que nessa mesma ocasião, teve reunido com autoridades em Brasília para discutir temas de interesses da região.

O Vereador Pelezinho, em dado momento chamou seus pares de “Cordeirinhos”, alegando que na reunião passada, a fala deles era outra. Ainda, de forma velada, teria ameaçado o Professor Ricardo, autor da denuncia no Ministério Público, sobre a “farra do dinheiro publico”, onde nesse instante o Professor foi até a Delegacia de Policia fazer um Boletim de Ocorrência, contra o parlamentar.

O Presidente Interino da Câmara de Vereadores, Ronaldo da Ambulância, que recebe diárias todos os meses, equivalente ao pagamento da folha salarial, considerando a crise econômica que atingiu município, parece que não esta nem aí para a crise, até porque partiu dele a iniciativa do reajuste salarial. Ao invés de se defender na Tribuna, o parlamentar optou por encerrar a sessão, recebendo uma sonora vaia dos munícipes presentes.

NOTA DA REDAÇÃO

O Professor Ricardo, em sua crítica aos gastos abusivos da Câmara de Vereadores de Mirassol D’Oeste, certamente agiu de boa fé, vendo poucos olhos o enfraquecimento do Legislativo local, com parte dos discursos de negação democrática.

Se não houve mais dados para apresentar ao Ministério Público, foi porque o Presidente da Câmara procrastinou esclarecimentos sobre esses gastos. “Por criticar a vereança (pela elevada inconstitucionalidade de gastos), foi acusado de ser irresponsável e até desqualificado”; “Cobrar qualquer governo ou instituição sua pelos excessos e a pouca - pouquíssima - clareza nos gastos públicos em nada é mais nobre, verdadeiro ou digno, sobretudo se levarmos em conta (oops! Sim, pois a nós ela cabe a conta) dos últimos tempos, dos últimos dias, das últimas bocadas tributárias e de gastos que caíram em nossas contas, em nossas “contas a pagar”, concluo. 

DENÚNCIA

A denuncia consta em um documento encaminhado ao promotor Leonardo Moraes Gonçalves, assinado pelo professor José Ricardo Rodrigues Pereira, em que pede a cassação do mandado do vereador.

Além da viagem de retorno a Mirassol D´Oeste, consta ainda no documento enviado ao Ministério Público, uma série de supostas irregularidades promovidas pelo presidente da Câmara.

O denunciante afirma, por exemplo, que o objetivo da viagem frustrada a Brasília seria para Ronaldo e mais três vereadores, receberem uma homenagem promovida pelo "Instituto Tiradentes", pela qual, conforme o autor da denuncia, a Câmara pagou R$ 750,00 por cada vereador homenageado.

De acordo com a denuncia, somente para o quarteto ser “agraciado” com a homenagem, em Goiânia e Brasília, a Câmara pagou ao total R$ 14.062,00. Sendo R$ 6.428,00 em diárias e R$ 7.634,00 em passagens aéreas. “Um absurdo, levando em conta que o nosso combalido município, não tem sequer resmas de papel para apoio aos serventuários municipais” diz trecho da denuncia.

O documento encaminhado ao MP afirma ainda que, outra flagrante irregularidade, seria a contratação da servidora Cristiane Florian Onorato. O denunciante sugere que a contratação foi a forma encontrada pelo presidente da Câmara para “acomodar” uma correligionária, tendo em vista que Cristiane teria trabalhado como cabo eleitoral do vereador, durante a campanha. Além do mais, segundo José Ricardo, ela foi contratada sem teste seletivo ou concurso público.

O denunciante classifica ainda como “farra com dinheiro público” as viagens do presidente da Câmara. Segundo ele, em pouco tempo de mandato foram três viagens a Brasília e tantas outras no Estado. E, indaga: quais foram os resultados positivos dessas viagens pagas com dinheiro público, para o município?. A denúncia cita ainda, a substituição da empresa que presta serviços do sistema de computação da Câmara; o contrato com a União das Câmara Municipais de Mato Grosso (UCCMT), todos segundo o denunciante, sem necessidade e ainda constantes viagens desnecessárias do presidente usando toda estrutura da câmara.

Leia também: http://www.mirassolurgente.com.br/index.php/cidade/4937-mirassol-d-oeste-presidente-da-camara-admite-ter-usado-carro-da-prefeitura-mesmo-recebendo-diarias
 

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  • por Junior, em 06.06.2017 às 08:50

    Falou tudo ( vereador não tem %u201Cpeso político%u201D em Brasília para barganhar investimentos, ainda mais em época de crise. Fora, que sua missão está bem longe do Distrito Federal). Que isto sirva também para os vereadores de cáceres, que adora aproveitar um tour nessas condições !

 
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