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21/05/2017 - 09:12

Sete novos casos de câncer são diagnosticados diariamente em Cáceres, diz especialista

Por Sinézio Alcântara

Arquivo/Ilustração

 (Crédito: Arquivo/Ilustração)
Uma média de sete novos casos de câncer é diagnosticada, diariamente, em Cáceres. A maioria câncer de pele, mama, próstata, intestino e colo do útero. A revelação foi feita, na semana passada, pelo diretor do Centro de Oncologia do Hospital Regional, Eduardo Marques. 

A estatística dos últimos três meses, também é desoladora: foram 3.192 atendimentos relacionados a esse tipo de doença, nos meses de fevereiro, março e abril, equivalente a média mensal de 1.064 atendimentos.

A situação, de acordo com o médico, é preocupante. O oncologista assinala que, Cáceres está inserida na estatística nacional, que aponta em média, o óbito de 30% a 40% dos novos pacientes da doença em tratamento. “Infelizmente, Cáceres não é diferente do resto do país, onde a estatística diz que de 30 a 40 por cento dos casos novos da doença, os pacientes vão a óbito, porque só descobrem a enfermidade em estágio avançado” diz orientando aos pacientes para que procurem o médico ao perceber qualquer sintoma da doença.

Apesar da gravidade, explica o médico, são realizadas, cerca de 200 quimioterapias e 200 cirurgias oncológicas, mensalmente, no Hospital Regional. Frisa que todo atendimento e medicamento são gratuitos, mantidos 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Outra situação não menos grave refere-se a demora para realização de exame de mamografia, procedimento que possibilita a detecção do câncer de mama. O especialista disse que, a fila de espera por mamografia chega em alguns casos há mais de 1 ano e que em Cáceres e região se estima algo em torno de 5.000 mulheres esperando por mamografia. E que com a demora na realização do exame, quando chamadas, muitas mulheres não comparecem, pois desistiram ou fizeram no sistema privado. Com isso, é comum sobrarem vagas pra exames pelo SUS, situação que daria pra ser resolvida com um pequeno ajuste na gestão dos exames, disponibilizando essas vagas de uma forma mais ágil.

“Creio que é necessário uma reorganização no sistema de agendamento desse tipo de exame (mamografia) porque, marcam para um longo período, e, geralmente, o paciente que está doente, cansa de esperar, e acaba fazendo o exame particular. Mesmo que para isso, tenha que se sacrificar. Vende o que tem para pagar o exame particular. Enquanto isso acaba sobrando vagas no Serviço que realiza o exame” contou.

O corpo clínico do Centro de Oncologia do Hospital Regional conta com uma equipe multidisciplinar formada por três cirurgiões oncológicos, um cirurgião-geral, um oncologista clínico, um mastologista e um urologista.

O que, ainda é deficitário, de acordo com Eduardo, é a estrutura física e de aparelhagem. O Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Cáceres, segundo ele, conta com seis salas para os mais diversos procedimentos. Mas, somente, quatro estão funcionando. Duas permanecem fechadas.

“Hoje, com mais duas mesas cirúrgicas, dois equipamentos de anestesia e dois conjuntos de Focos Cirúrgicos dobraríamos nossa capacidade de cirurgias, reduzindo assim as filas. Se houvesse investimento em um aparelho de Vídeo-cirurgia, poderíamos estar operando pacientes de Cirurgia Oncológica, Cirurgia Geral e Ortopedia com cirurgias minimamente invasivas, pois o Hospital tem equipe habilitada pra isso. O que nos limita é a disponibilidade de material.”

Ele conta que, melhorou um pouco mais, depois que um grupo de produtores realizou dois leilões no ano passado, cuja renda foi revertida para aquisição de equipamentos. “Adquirimos vários cateteres que, atualmente, são utilizados pelos pacientes para realização de quimioterapia, camas para esse mesmo procedimento e até cadeiras. Reestruturamos a enfermaria com a inclusão de 9 leitos para internação dos pacientes oncológicos. Na unidade de oncologia, onde antes haviam 30 cadeiras, hoje existem 60, humanizando e melhorando o acolhimento do nosso público”.

Doutor Eduardo cobra mais empenho e determinação dos gestores estaduais e municipais. “O poder público tem que reavaliar as ações de prevenção e combate ao câncer, e tentar agilizar. O tratamento e cura depende do fator tempo. Quem pode controlar o tempo e acelerar a fila é o gestor. Assim que houver um compromisso do poder público para a prevenção do câncer, nós vamos sair dessa estatística que temos hoje em Cáceres, no Brasil e no mundo”.

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