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15/10/2009 - 00:00

Vigilância Epidemiológica registra 10 casos de dengue por semana em Cáceres

Por Jornal Oeste

Assessoria/PMC Apesar das intensivas ações de prevenção, a prefeitura de Cáceres, por meio da Secretaria de Saúde e da Vigilância Epidemiológica, registrou nos últimos 30 dias uma média de 10 casos de dengue por semana no município. Destes, seis evoluíram para a forma mais grave da doença. Do inicio do ano até agora, já foram registrados aproximadamente 1.400 casos, sendo 22 graves e nenhum óbito. Segundo a coordenadora da Vigilância, Arlene Alcântara, o aparecimento dos casos já havia sido alertado pela Secretaria de Estado de Saúde, que inclusive previu que a forma mais grave da doença vitimaria principalmente crianças. “Essa incidência foi prevista tendo em vista a mudança do comportamento epidemiológico da dengue no Estado e antecipação do período chuvoso”, explica. Sobre á alteração da forma de contagio da doença, Arlene Alcântara afirma que Secretaria Estadual de Saúde registrou esse ano a re-introdução do sorotipo 2 e o surgimento do sorotipo 3. “Em Cáceres identificamos, através de isolamento viral, o sorotipo 3, mas tudo indica que o sorotipo 2 também esteja circulando na cidade”, alerta, lembrando que esse fato coloca as autoridades de saúde em alerta, já que com a intensificação do período das chuvas a situação pode-se agravar. Com relação ás ações de combate a dengue, desenvolvidas pelo município, a coordenadora explica que elas se baseiam principalmente na orientação, informação e sensibilização da população a cerca dos riscos da doença e a necessidade do comprometimento, participação e envolvimento de todos. “A identificação e eliminação de potenciais criadouros do vetor Aedes aegypti é uma ação continua e estabelecida na rotina dos servidores da vigilância ambiental, todavia a parceria da comunidade é determinante e essencial nesse processo”, enfatiza. De acordo com Arlene Alcântara, a base das ações dos agentes ambientais é a mediação do índice de infestação Predial (IIP). Esse indicador mede a densidade populacional do vetor nos domicílios. A coordenadora da Vigilância diz que o município está em alerta constante, com estratégias que contemple desde o controle do vetor até a atenção ao pacientes. “Mas, para que tudo funcione, é fundamental que as unidades de saúde estejam estruturadas e que todos os profissionais de saúde estejam comprometidos para esse enfrentamento”, alerta. No que diz respeito ao acompanhamento dos casos, Arlene Alcântara explica que eles são notificados pelas unidades básicas e hospitalares de saúde e informados à vigilância em saúde que desencadeia uma serie de ações. Uma vez notificado, o endereço do caso é encaminhado ao setor de vigilância ambiental, que realiza visitas no domicilio, tentando identificar possíveis focos do vetor e busca ativa de outros casos suspeitos. Alem de identificar e eliminar possíveis focos na localidade do caso é realizado borrifação com inseticida, metodologia empregada para realizar o bloqueio imediato de transmissão. É válido ressaltar que essa metodologia não é o conhecido “fumacê”. O bloqueio é aplicação de inseticida, de forma simplificada, pontual e localizada, buscando atingir o domicílio do caso e quarteirões mais próximo. Ao contrario disso, a nebulização espacial (fumacê) exige vários ciclos de aplicação, sendo utilizados equipamentos UBV pesado e sua adoção necessita de critérios técnicos rigorosos. Alem disso, a utilização só e recomendado quando encontra-se instalada uma epidemia e obrigatoriamente tem que vir associadas com outras ações de controle e combate do vetor, principalmente eliminação dos criadouros, pois por si só a nebulização espacial não realiza o controle efetivo do vetor. Porém, a nebulização espacial atinge não mais que 60% dos mosquitos alados (adultos), possuindo pouca ou nenhuma ação sobre as formas imaturas (ovo, larva e pupa) do vetor. Esse inseticida acaba por atingir também populações de outros insetos, podendo assim interferir na dinâmica e equilíbrio do ambiente, como também transtorno na saúde de alguns grupos de pessoas. Apesar de todas as medidas preventivas, a coordenadora da Vigilância diz que a dengue é um dos grandes desafios dos municípios brasileiro, que possuem como características de controle, a intervenção da sociedade. “Infelizmente existem ainda pessoas que precisam ser sensibilizadas e conscientizadas quanto às medidas de prevenção e aos riscos da doença, pois é comum perceber o descaso que alguns moradores tratam seu quintal, constituindo verdadeiros criadouros para o mosquito transmissor”, pondera acrescentando que é necessário o envolvimento e participação ativa de toda a sociedade, onde o poder público, associação de moradores, escolas e toda sociedade civil organizada tem um importante papel a desempenhar no enfrentamento da dengue.
 
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