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20/03/2017 - 09:19

'Taxista' transexual vê avanço na luta contra preconceitos

Por Jessica Bachega/Hipernotícias

Edinei Rosa

 (Crédito: Edinei Rosa)
A primeira motorista de Uber transexual do Brasil é de Cuiabá. Nathaly Oliveira ressalta a oportunidade e a inclusão que a plataforma de transporte privativo oferece para seus prestadores de serviço. Diz ainda que trabalha tranquilamente transportando passageiros em todas as regiões da Capital.
 
Para Natlhaly trabalhar como motorista de Uber representa avanço em Cuiabá no que tange ao rompimento de preconceitos e à aceitação da diversidade, pois, como ela pontuou, em grandes centros como São Paulo o trabalho das trans ainda é voltado para a noite. São poucos lugares que aceitam os transexuais com seus nomes sociais. “Em Cuiabá eu tive essa oportunidade”, frisa.
 
“Ser trans nunca me impediu de trabalhar, mas não podia usar meu nome social. Quando fiz meu cadastro na Uber eu pude colocar minha foto feminina e meu nome social. Isso para mim é um grande prazer. Pois eu fui reconhecida como a primeira Uber trans do Brasil. Além de abrir as portar para mim, a Uber abre as portas para várias outras”, ressalta feliz a motorista.
 
Além da inclusão que a Uber proporciona, a motorista ressalta também a segurança que o aplicativo oferece para o passageiro e também para o trabalhador. Pois é possível ver a foto e saber o nome de quem está atrás do volante e também no banco do passageiro. E, em caso de um eventual acidente ou queixa, é possível reportar o fato ao aplicativo para que sejam tomadas as devidas providências.
 
“Diferente do táxi,  que nós não conseguimos saber o nome do motorista, em qual ponto ele trabalha, se ele trabalha em ponto, se é de Cuiabá ou Várzea Grande, no aplicativo todos têm o cadastro com o nome e foto para que possamos saber a identificação de ambos. Isso que é muito interessante”, explica.
 
Ednei Rosa
nathali uber transNathaly é a primeira motorista de Uber transsex do Brasil
 
Na concepção da motorista, as informações sobre seu trabalho e a oportunidade que está tendo, assim como reconhecimento nacional, podem abrir portas para que outras trans também apostem na carreira de motorista. Cada vez mais rompendo barreiras e sabendo que têm também a segurança para trabalhar com tranquilidade. “Caso haja algum registro de homofobia eu não sou obrigada a continuar a corrida. Eu posso denunciar o passageiro e ele será punido de alguma forma perante as regras da Uber”, pontua.
 
Preconceito dos taxistas com passageiros trans
 
Nathaly ressalta que nunca sofreu preconceito por parte de passageiros, todos sempre foram respeitosos e agradáveis com ela. “Todo mundo que entra no meu carro me trata no feminino. Me respeita. Graças a Deus nunca tive problema”, afirma.
 
No entanto, quando se trata dos taxistas a realidade é bem diferente. Ela conta que o tratamento quando precisou utilizar serviços de taxi foi muito desagradável. “Tem preconceito, sim! Sempre têm piadinhas, chacotas, valores diferentes, e alguns até não querem usar o taxímetro. Realizam as corridas que convém, quando não convém não nos atendem. A Uber vem também para quebrar essa barreira e atender o cliente independente de quem seja e de onde ele esteja”,  frisa.

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