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23/02/2017 - 09:34

Setor de Trauma e Emergência do Hospital Regional de Cáceres está lotado

Por Diário de Cáceres/Clarice Navarro

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
Um ofício enviado pela direção técnica do Hospital Regional de Cáceres aos escritórios regionais de Saúde de Cáceres e de Pontes e Lacerda informava, no domingo, dia 19, que o setor de Trauma e Emergência da referida unidade  estava impossibilitado de receber pacientes devido a superlotação.

O ofício afirmava que o box de emergência estava com lotação máxima e sem possibilidade de receber pacientes em estado de urgência e emergência, e orientava para que os mesmos fossem encaminhados para outras unidades de referência para receberem o atendimento devido.

Francisco Márcio Ramos Vigo, diretor do Escritório de Saúde de Cáceres, confirma o recebimento do ofício e afirma que o domingo, dia 19, foi um dia atípico.

“Passei boa parte do dia dentro do hospital. Como  já aconteceu outras vezes, pacientes foram atendidos em cadeiras de fio e até sofá. Estava superlotado, mas ninguém ficou sem atendimento. Houve casos de acidentes, de baleados, de infarto, de AVC. O Regional foi inaugurado em 2001. Está há 16 anos com a mesma estrutura física e com maior demanda. Hoje, na região, são cerca de 400 mil habitantes”.

Vigo  afirma que  no HR, são 104 leitos clínicos e 06 vagas na UTI, além de 70 macas. Já no São Luiz, o Sistema Único de Saúde-SUS tem 37 leitos clínicos e 10 na UTI. “Acontece que são atendidos pacientes de 22 municípios e também os vindos da Bolívia. E a sobrecarga está ainda maior porque o Hospital de Pontes e Lacerda, que atende partos e procedimentos mais simples, com abrangência em dez municípios, está sem receber repasses e suspendeu esses atendimentos, que também estão vindo para Cáceres”.

Segundo ele, apesar de toda dificuldade, se for fazer uma comparação com outros polos,  Cáceres está em situação melhor. “Estamos atendendo, o ofício foi sim recebido, mas os pacientes continuaram chegando e sendo atendidos, mesmo em macas pelos corredores, cadeiras, enfim, na forma que foi possível. Não é o ideal, é claro. Nem para o paciente nem para quem trabalha atendendo “.

No HR e no São Luiz, chegam os pacientes de alta complexidade de 22 municípios.” A demanda é muito grande e a superlotação é um problema já instalado, mas podemos dizer, ainda, que temos uma situação controlada”. Sobre repasse financeiro do governo, Vigo informou que está com um mês atrasado.

Vigo informou que ontem, 21, deram entrada no sistema 09 pacientes de Cáceres; 01 de Araputanga; 01 de Glória D´Oeste; 02 de Mirassol D´Oeste; 02 de Pontes e Lacerda; 02 de Porto Esperidião; 01 de São José dos Quatro Marcos; 01 de Salto do Céu e 01 de “outros municípios”. Foram 16 entradas no trauma e emergência e 03 n clínica cirúrgica.

Na segunda-feira, 20, foram 08 pacientes de Cáceres; 01 de Araputanga; 01 de Lambari D´Oeste; 01 de Nova Lacerda; 01 de Pontes e Lacerda; 01 de Vila Bela e 01 de “outros municípios”, sendo 10 entradas no trauma e emergência, 02 na clínica cirúrgica e 02 na UTI pediátrica.
 
Atendimento aos bolivianos
 
No “outros municípios” são contabilizados os pacientes bolivianos. Sobre isso, Vigo informa que apesar da polêmica, eles tem, como todos, o direito o atendimento. “Existe o Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras, o SIS-Fronteiras, implementado pelo Ministério da Saúde em 2005, que prevê o atendimento, pelo SUS, da população brasileira e estrangeira que vive na longa faixa de fronteira terrestre do país. O programa respalda o caráter universal do direito à saúde”.

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