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21/02/2017 - 10:50 | Atualizado em 21/02/2017 - 11:09

Reitora afirma que o orçamento de 2017 será suficiente para fazer frente as despesas da Unemat

Por Jornal Expressão

Arquivo/Ilustração

 (Crédito: Arquivo/Ilustração)
Jornal Expressão inicia, nesta semana, a primeira rodada de entrevistas do ano. Na abertura a entrevistada é a reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat, professora doutora Ana Maria Di Renzo, que nos apresenta um panorama da instituição e as perspectivas para o ano de 2017. Ana diz que o orçamento será suficiente para fazer frente às despesas da universidade, mas que não possui recursos para abertura de novos cursos e campus. A reitora acredita que a instituição terá um ano muito produtivo.

Jornal Expressão: A Unemat começa efetivamente o ano letivo de 2017 quando?

Reitora: Em primeiro lugar quero agradecer o espaço que o Jornal Expressão nos dá para falarmos da Unemat, essa universidade que é patrimônio do povo de Mato Grosso e que foi um presente de Cáceres para esse Estado. Nós estamos encerrando agora o segundo semestre do no de 2016 em decorrência da greve. Após o término do semestre é preciso de um tempo para o lançamento das notas e procedimentos de matrículas, o que ocorrerá no mês de março quando acontecem as férias dos nossos professores e no dia 03 de abril iniciaremos o ano letivo de 2017.

Jornal Expressão: Neste ano, a Unemat tem direito a 2,4% da receita corrente líquida de acordo com a emenda constitucional aprovada em 2013. Isso representa quanto?

Reitora: A nossa previsão de receita é de R$ 318 a 330 milhões em 2017 para todos os câmpus da Unemat. É fundamental ressaltar o quanto é importante a emenda constitucional que assegurou o orçamento da Unemat, pois antes não podíamos nos planejar, dependíamos da boa vontade do governo, hoje isso não ocorre. Nós temos direito a 2,4% de todas as receitas correntes líquidas e esse montante nos é repassado sem que tenhamos de ficar de “pires na mão” pedindo ao governo.

Jornal Expressão: Esse montante é suficiente para fazer frente as despesas da Universidade?

Reitora: Na verdade, pela primeira vez na história o nosso orçamento é suficiente para fazer frente as nossas despesas de custeio, folha de pagamento e pequenos investimentos. Ainda não temos recursos financeiros suficientes para os grandes investimentos que a nossa universidade precisa. Nós crescemos muito nos últimos anos com a oferta de cursos de graduação e pós-graduação e isso demanda novas salas de aula, laboratórios, bibliotecas, anfiteatros e tantas outras coisas. É por essa estrutura macro que estamos cobrando novos investimentos do governo de Mato Grosso. Mas, não podemos afirmar que nos falta dinheiro para pequenos reparos nos câmpus, água, giz, quadros, materiais básicos para o funcionamento dos cursos e câmpus.
Ao mesmo tempo, a Unemat, com seus professores e técnicos tem conseguido captar recursos externos para obras importantes de estrutura. Hoje estão sendo desenvolvidas mais de uma dúzia de obras em vários câmpus, grande parte em Cáceres, com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e contrapartida da Fapemat e da Unemat, que vão contribuir em muito com nossa infraestrutura macro.

Jornal Expressão: Como está a negociação com o Governo de Mato Grosso para investimentos? Recentemente o governo recebeu a reitoria da Unemat e afirmou que iria liberar cerca de R$ 70 milhões para investimentos. Isso já aconteceu?

Reitora: Em primeiro lugar é preciso dizer que esses R$ 70 milhões são recursos que por direito são da Unemat e que ao longo dos últimos anos deixaram de ser repassados pelo governo do Estado, o que acabou gerando esse déficit na infraestrutura da Unemat. Quanto a negociação com o governo de Mato Grosso em janeiro nós nos reunimos com o governador Pedro Taques e apresentamos a nossa necessidade de investimento, considerando justamente esse montante que nos é devido e que já foi reconhecido pelo Governo. Na ocasião, o governador pediu 30 dias para analisar nossas solicitações e apresentar os encaminhamentos e também ficou de apresentar um cronograma para os investimentos, esse novo encontro ainda não aconteceu.

Jornal Expressão: Como está a reivindicação dos acadêmicos do campus de Cáceres, no que diz respeito a estrutura e funcionamento dos cursos?

Reitora: No ano passado, nós fomos surpreendidos com a reivindicação justa dos acadêmicos do Câmpus de Cáceres quanto a necessidades básicas como água, limpeza dos banheiros, giz, quadros, data shows e outras questões. Diante dessa demanda a Reitoria convocou os alunos, os professores e os diretores do câmpus e instalaram uma comissão para juntos encontrarem as soluções e estabelecer um cronograma de resolução. Como já disse anteriormente, a Unemat tem carência de investimentos de macro estrutura, mas não nos falta recursos para a manutenção dos nossos cursos, por isso ajudamos o câmpus a agilizar os processos para sanar os problemas. Alguns, como o telhado do bloco de Agronomia, ainda não foi totalmente resolvido por levar um tempo maior, mas tudo o que a Reitoria pode fazer para atender as demandas dos alunos foi feito.

Jornal Expressão: Diante do cenário atual da Unemat é possível falar em expansão ou abertura de novos câmpus e cursos?

Reitora: De forma alguma. A Unemat não possui recursos para abrir novos cursos e câmpus com o seu orçamento atual. Precisamos antes sanear nossas questões de investimentos primeiro. No entanto, sabemos e reconhecemos a carência que a população de Mato Grosso tem por ensino superior, desta forma continuaremos ofertando cursos em turma única, com financiamento externo, para suprir essa necessidade a exemplo do que temos feito em vários municípios. Outra frente importante é a oferta de cursos na modalidade a distância, oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil (UAB). Nessa modalidade estamos com o edital do vestibular em andamento em que estão sendo oferecidos 52 cursos de graduação que serão ofertados em 24 cidades totalizando 2.350 vagas oferecidas.

Jornal Expressão: Para esse ano, quais são as perspectivas da universidade? Há rumores de novas greves ou será um ano mais calmo?

Reitora: Nosso desejo é que tenhamos um ano muito produtivo. Temos muitas coisas a organizar na universidade, avançamos muito no nosso planejamento estratégico, estamos trabalhando fortemente na organização interna e na agilidade dos fluxos e processos dentro da universidade, queremos garantir maior celeridade e transparência dentro da Unemat em todos os atos. Agora, quanto a possibilidade de greves não podemos afirmar se elas acontecerão ou não, pois são as categorias que definem, sabemos que o governo, tanto em nível federal como estadual preparam medidas que vão contra os interesses dos servidores públicos.

Jornal Expressão: Também está na pauta da universidade a realização do seu 3º Congresso Universitário. O que esse congresso significa para a universidade?

Reitora: Verdade, a Unemat deve realizar este ano o seu 3º Congresso Universitário. O Congresso é a instância máxima em que são avaliadas e definidas as macro políticas e o posicionamento da instituição. Durante todo este ano, a comunidade acadêmica, professores, técnicos e alunos estarão discutindo os rumos da Unemat nos seminários locais, regionais em cada câmpus, escrevendo e discutindo as teses e possibilidades para a universidade, e em outubro, haverá a plenária final que votará essas teses.

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  • por Observador, em 21.02.2017 às 16:35

    Tem um grupo na unemat que estão articulando a mudança da sede da unemat para Cuiabá. Mais uma perda para Cáceres.

 
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